sábado, 14 de novembro de 2015

AGRADECIMENTOS

Olá negas! Infelizmente nossa fanfic chegou ao fim, devo dizer que foi maravilhoso escrevê-la, cada capítulo, cada parágrafo, cada linha, cada palavra, tudo significou muito para mim.
Obrigada a todas vocês que me acompanharam desde o começo, sei que muitas de vocês estão comigo desde a minha primeira fanfic!
Obrigada também pelos comentários maravilhosos, pelos elogios e também pelas criticas, todos vocês me ajudaram a crescer e a escrever toda essa história.
Muitas me perguntaram se eu continuaria a escrever, vou ser sincera com vocês, eu estava pensando em fazer uma continuação para essa fanfic, contando como seria a vida do Luan e da Nicole em alguns anos, até já estava com tudo planejado na minha cabeça, mas, ano que vem, é meu último ano no colegial, vou prestar vestibular e quase não vou ter tempo para me dedicar a escrita, que é o que eu mais amo fazer no mundo.
O que quero dizer, é que está foi a minha última fanfic, e é com um grande aperto no coração, que vou encerrando minha carreira por aqui. 
Espero do fundo do meu coração que vocês tenham se apaixonado por cada história, assim como eu me apaixonei e que tenham reservado um lugarzinho no coração de vocês para cada uma delas, de verdade, não sei nem como agradecer vocês pelo carinho e por me acompanharem durante tanto tempo, obrigada, obrigada! 
Não vou dizer Adeus, porque eu odeio despedidas, vamos dizer apenas um até logo, ok? Sim, a fanfic acabou, mas nossa amizade ainda vai continuar.

Há! E se por acaso a saudade bater, vocês podem acessar o link das minhas outras fics e as lerem quantas vezes quiserem:
TE VIVO: ► http://fcnegasdols.blogspot.com.br/ ◄
E EU SEMPRE AMAREI VOCÊ: ► http://fcnegasdols2.blogspot.com.br/ ◄
NÃO ERA UM ANJO. ERA VOCÊ: ► http://fcnegasdols3.blogspot.com.br/ ◄

Até logo neguxas.
beijos e abraços,
Natalia Aparecida.


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

EPÍLOGO

Depois do velório de Lorena, lembro que tudo o que eu mais queria, era poder parar de pensar tanto nela, o que era impossível para mim. Ficar em nossa casa me sufocava e parecia que todo aquele silêncio e solidão estavam me matando pouco a pouco. Um mês depois, quando voltei a cantar, percebi que havia feito a coisa certa. Minha vida ainda era um vazio imenso, mas o carinho e o amor que meus fãs me davam me faziam sentir um pouco mais confortável. Mesmo depois de tanto tempo afastado, eles ainda estavam lá, torcendo e cantando comigo.
A vida estava voltando ao seu curso normal aos poucos. Bruna e Henrique haviam marcado a data do casamento para o fim do ano, meus pais e os avós de Lorena estavam bem, Susi também estava tentando seguir com a vida, ela havia voltado a trabalhar, como empresária de outras novas atrizes e ela estava muito feliz com essa nova fase, Manuela havia começado a namorar com um produtor musical que ela havia conhecido em minha casa e também estava muito bem. Quanto a minha filha, ela estava bem. Depois de passar três meses na incubadora, Nicole finalmente pôde voltar para casa. Ela ficou na casa dos meus pais, mas todos os dias, Ester, Olavo e Susi estavam por lá para visitá-la, além de claro, Manuela, que eu havia escolhido para ser sua madrinha.
Não quero que pensem que eu não amava minha filha, porque isso não seria verdade. Depois que ela voltou para casa, eu simplesmente aumentei minha agenda de shows, tudo para que eu pudesse ficar o mais longe possível de casa. Repito, não que eu não amasse minha filha, porque tudo o que eu fazia, fazia pensando nela, mas, por outro lado, vê-la me trazia recordações da Lorena e, nesses momentos, eu me sentia péssimo. Apesar dos olhinhos verdes e dos cabelos castanhos como o mel, Nicole se parecia muito com a mãe e, a cada dia que passava, eu tinha mais certeza disso. Não que eu não quisesse recordar, porque as vezes, me pegar pensando nos momentos bons que havia passado ao lado de Lorena eram o meu único refúgio, mas também, minha fraqueza, eu simplesmente não estava pronto para olhar para a minha filha e aceitar tudo o que estava acontecendo, apenas não conseguia.
Depois de quase três meses fora de casa, eu retornei. Não havia ido para minha casa. Ao invés disso, fui para a casa dos meus pais, estava com saudades deles, de todos:
-Luan -Minha mãe me recebeu a porta, me abraçando com força- Como vai meu querido? -Ela sussurrou no meu ouvido
-Oie mãe, eu estou bem
-Filho! Que bom te ver aqui! -Meu pai também chegou me abraçando- Sentimos sua falta...
-Eu também senti pai -Depois que entramos, nos sentamos a mesa para jantar. Eles perguntaram sobre minha turnê, sobre os shows, como haviam sido esses últimos meses, mas eu sabia que lá no fundo, eles só queriam saber se eu realmente estava bem:
-Onde está a Bruna? -Perguntei
-Ela saiu com o Henrique, acho que vão passar a noite fora -Minha mãe comentou, a animação estampada em seus olhos
-O quê? -Disse questionador, encarando os dois
-Porque a surpresa Luan? Lorena sempre me contava que você adorava levá-la para passeios assim, sua irmã já é uma mulher, sabe se cuidar -Minha mãe comentou e eu apenas abaixei minha cabeça em silêncio, levou apenas alguns segundos para que ela percebesse o que havia acontecido- Me desculpe filho, eu falei sem pensar -Ela me encarou sem jeito
-Tudo bem mãe, é que eu me sinto estranho quando ouço alguém falar nela, é como se tudo tivesse acontecido a muito tempo e só fazem três meses -Disse melancólico
-Por falar nisso, não quer ver a Nick, ela está tão linda! -Minha mãe me olhava com um grande sorriso
-Na verdade acho que vou dormir, estou um pouco cansado
-Mas filho, são só alguns minutinhos, não a quer pegar no colo um pouco?
-Talvez amanhã mãe, hoje eu estou muito cansado... Aliás, está faltando alguma coisa pra ela? Sabem que se ela precisar de qualquer coisa, vocês devem procurar a mim
-Na verdade, está sim
-O quê? A Arleidy não passou o dinheiro para vocês no último mês?
-Luan, o que está faltando a sua filha, dinheiro nenhum pode comprar e você sabe muito bem o que é! -Minha mãe se levantou magoada da mesa, subindo para seu quarto
-Do que ela está falando? -Encarei meu pai sem entender
-A Nicole só tem três meses Luan, você acha mesmo que ela se importa com o tanto de dinheiro que você manda pra ela? Falta amor, amor de pai, isso, ninguém nunca vai poder dar a ela, só você mesmo -Meu pai também se levantou, pelo seu silêncio, percebi que ele também estava chateado comigo.
Depois de alguns minutos na cozinha refletindo sobre aquilo, subi para o meu quarto, que ainda estava do jeitinho que eu havia deixado quando me casei com Lorena. Peguei uma toalha e fui para o chuveiro. Enquanto a água caia sobre mim, me peguei pensando no que meus pais haviam me dito. Amor de pai. Aquelas palavras martelavam em minha cabeça, mas de alguma forma, eu não conseguia encontrar um sentido para elas. Depois do banho, peguei uma bermuda no guarda-roupas e me deitei em minha cama. Estava sem sono, então resolvi ficar um pouco no twitter, falando com as minhas neguinhas. Elas sabiam que eu estava em casa e, a maioria me mandava mensagens, me perguntando sobre a Nicole e me implorando para que eu postasse uma foto com ela. Por alguma razão aquilo me deixou um pouco desconfortável, enrolei, dizendo que ela estava sempre dormindo, mas que depois tiraria uma foto dela para que minhas negas pudessem vê-la. Já se passavam das 23:30 quando ouvi minha pequena chorar no quarto ao lado. Esperei, pensando que minha mãe fosse aparecer para levar uma mamadeira para ela ou algo assim, mas vários minutos se passaram e minha pequena ainda continuava a chorar. Respirei fundo, e me levantei da minha cama, destranquei a porta e fui até o quarto de visitas que ficava ao lado do meu, onde agora ficava o quartinho da Nick. Quando abri a porta, a encontrei chorando, mexendo com os bracinhos e as perninhas dentro do berço. Sem pensar duas vezes, a peguei com todo o cuidado do mundo e a abracei junto ao meu corpo, como se tivesse jogado água em uma chama, ela foi se acalmando aos poucos. Me sentei em um sofá que havia ali, com ela ainda em meus braços. Seu rostinho ia se suavizando aos poucos, até ela já estar bem calminha e ficar parada me olhando, com aqueles incríveis olhinhos verdes:
-Tá mais calma pequena? -Perguntei para ela com um timbre de voz engraçado e, por alguma razão, ela sorriu rapidamente para mim. Eu nunca a havia segurado antes, nunca havia parado para a observar direito, mas agora, com ela em meus braços, ela havia ficado mais parecida ainda com a Lorena. Uma lágrima insistiu em rolar por meu rosto- Você se parece tanto com ela, sabia? -Balbuciei, minha voz embargada. Enquanto falava, minha pequena apenas me observava- Eu sei que eu estive ausente, mas não pense que eu não te amo, sua mãe e eu esperamos tanto por você -Meus olhos se encheram de lágrimas- Você me faz pensar nela e esse foi um dos motivos de eu ter me afastado de você, eu sei  que não é sua culpa, eu só tenho medo de... de não conseguir fazer nada direito sem ela, de não ser o pai que você precisa que eu seja, de não conseguir suprir a falta da sua mãe -Chorava, Nicole, em toda sua inocência, brincava com sua mãozinha, alheia a tudo o que estava dizendo
-Você vai ser um ótimo pai meu filho, eu não tenho dúvidas disso -Minha mãe disse encostada na porta
-A quanto tempo está ai? -Sequei meu rosto com as costas da mão
-Tempo suficiente para saber que ainda não é tarde pra você -Ela olhou para a Nicole em meu colo- Finalmente você a pegou, em? -Me lançou um sorriso
-Ela estava chorando, não podia deixar. Onde a senhora estava que não ouviu?
-Quem disse que eu não ouvi? -Ela se sentou ao meu lado
-Espera, a senhora...
-Eu escutei a Nick chorar Luan, ela acorda todos os dias a essa hora, só queria saber se você se levantaria e viria até aqui ficar com sua filha
-Eu passei tanto tempo ausente... -Me lamentei, olhando para o anjinho em meus braços
-Isso é verdade, mas ela ainda é uma bebê, não é tarde demais para corrigir os erros
-Eu não acho que tenha forças pra continuar mãe
-Claro que tem! Você tem sua filha, tem a mim e a seu pai, sua irmã, a família da Lorena... todos nós estamos aqui para ajudá-lo!
-Eu sinto tanta falta dela -Voltei a chorar- Eu só queria que ela estivesse aqui para me dizer o que fazer, para que me ajudasse a cuidar da nossa filha, eu a amava mãe! -Olhei para ela com os olhos completamente inundados
-Todos nós a amávamos meu filho, mas você está aqui e tem um filhinha que precisa de você
-Eu sei mãe
-Eu trouxe a mamadeira dela, você gostaria de dar a ela?
-Claro -Minha mãe me entregou a mamadeira e me ajudou a arrumar a Nick direitinho em meus braços. Ela mamou tudo e eu fiquei encantado com aquilo. Depois a coloquei no berço e não demorou muito para que ela adormecesse profundamente. Ela era a coisinha mais linda que eu já havia visto em toda a minha vida:


-Ela é linda, não é? -Minha mãe olhou para mim
-É, é sim -Disse todo babão, a observando
-Eu sei que está com medo, mas hoje, você deu uma grande passo Luan, estou orgulhosa de você -Minha mãe me olhou emocionada e tudo o que eu consegui fazer foi abraçá-la com força, chorando em seu ombro, enquanto olhava para o bercinho da minha pequena, sabendo que dali em diante, muitas coisas iriam mudar. Minha primeira atitude, foi diminuir minha agenda de shows, agora de vinte em vinte dias eu estava em casa, acompanhando aos poucos o crescimento da minha filha.

------------------------------------------------------------------------------------------

4 ANOS DEPOIS (AGORA) ...

Ainda estava em meu quarto, com o porta-retratos com a foto de Lorena em minhas mãos, relembrando nossa história, quando Bruna entrou:
-Oi -Ela me olhou- Posso entrar? -Apenas balancei a cabeça em afirmativa. Ela caminhou em silêncio até mim e se sentou ao meu lado na cama- O que está fazendo?
-Relembrando -Disse melancólico
-Eu sei que é uma data chata pra você Pi, afinal, hoje completam quatro anos sem ela
-É, mas por outro lado, minha princesinha também está completando quatro aninhos -Disse, a tristeza dando lugar a um sorriso
-Aliás, como você conseguiu convencê-la a tirar aquelas botinhas rosas de borracha? -Buna me olhou séria, como se quisesse descobrir um segredo
-Eu apenas pedi a ela que tirasse
-Eu e Susi tentamos milhões de vezes fazer com que ela tirasse aquilo, mas apenas você conseguiu, é, acho que você está tirando de letra o trabalho de ser pai
-Não é um trabalho para mim, aliás, quando você e o Henrique vão dar um primo ou uma prima a ela?
-Você sabe que eu e o Henrique ainda queremos aproveitar mais a vida antes de termos filhos Luan
-Eu sei disso, mas a Nick anda me cobrando, então, resolvi perguntar
-Ela anda dizendo isso?
-Sempre que me vê! -Ri
-Tenho que ter uma conversa com ela -Bruna sorriu- E então, vamos? Todos estão te esperando
-Pode me dar alguns minutos?
-Quantos precisar Lu -Bruna beijou meu rosto e saiu do quarto. Voltei meu olhar para a fotografia de Lorena, olhando bem para o seu rosto, seus cabelos, seus olhos, para seu sorriso... Eu ainda tinha sua aparência viva em minha mente- Quatro anos meu amor -Sussurrei- Sinto sua falta -Peguei o porta-retratos e o coloquei sobre o criado mudo, saindo do quarto e descendo para a sala, onde todos me esperavam para irmos para o cemitério. Todos os anos, na data de sua morte, nos reuníamos para lhe fazer uma homenagem, toda a família e nossos amigos mais próximos, até Ian aparecia. Ele havia se casado com uma colega, que havia ido com ele para os Estados Unidos, mas, apesar da distância, todos os anos, ele vinha para prestar sua homenagem a Lorena. Certo, confesso que eu e ele nunca nos demos muito bem, mas, depois de tudo, eu comecei a perceber que ele realmente havia mudado, que era um novo homem. Eu cantava Te Vivo e Te Esperando, que eram as duas músicas minhas que ela mais amava e, depois de tudo aquilo, voltávamos para casa.
Sempre que estava na cidade, Nicole ficava em casa comigo, somente quando viaja ela voltava para a casa dos meus pais, passando alguns dias na casa de Susi e de seus bisavós também.
Quando cheguei em casa, tomei um banho e troquei de roupa, enquanto Susi cuidava da Nicole para mim. Todos os outros já haviam ido embora.
Fui até a cozinha e encontrei Susi sentada a mesa foleando uma revista:
-Desculpe a demora -Disse parando para observá-la
-Tudo bem -Ela me olhou, fechando a revista e a jogando sobre a mesa- A Nicole já jantou, já tomou banho e está no quarto brincando
-Obrigado
-Luan, será que você pode se sentar um pouco? Queria conversar com você
-Claro -Puxei uma cadeira, me sentando a seu lado- Algum problema?
-Na verdade não -Ela pegou sua bolsa e lá dentro retirou uma pequena caixa- Isso era da Lorena -Ela me entregou
-O que é isso?
-Veja você mesmo -Ela disse apontando para a caixa e eu a abri. A caixa continha alguns objetos que pertenciam a Lorena, alguns papéis, o diário que ela vinha escrevendo quando faleceu, a pulseira que eu havia dado a ela para simbolizar nosso amor. Toda a nossa história estava ali dentro:
-Eu encontrei isso a alguns dias, estava lá em casa, acho que acabei pegando por engano enquanto organizava as coisas da Lo -Eu não dizia nada, apenas ficava olhando para aquela caixa- Achei que deveria ficar com você -Ela se levantou, colocando sua mão sobre meu ombro- Boa noite Luan, dê um beijo na Nicole por mim -Ela sorriu e depois saiu, segundos depois ouvi a porta principal se fechar.
Ainda sem saber o que fazer, comecei a revirar aqueles objetos que me traziam tantas lembranças, a cada objeto que encontrava, uma nova história ressurgia. Fiquei surpreso ao perceber que ela havia guardado rosas e diferentes flores que havia dado a ela enquanto namorávamos. Sua pulseira. O diário com todas as suas memórias. Mas havia algo ali que eu ainda não havia visto. Uma carta, ainda lacrada, contento as palavras: "Para o homem da minha vida". Era para mim. Sentindo o coração bater mais forte, abri o envelope e retirei a carta, sentindo seu perfume e depois a lendo:

"Querido Luan,
Se estiver lendo isso, é porque eu já não estou mais ao seu lado. 
Não lhe falei sobre a existência dessa carta, porque simplesmente queria que você a encontrasse no momento certo, por isso, a escrevi e a guardei em uma pequena caixa, com tantos outros objetos que simbolizam o nosso amor.
Espero que esteja bem e que esteja cumprindo com o nosso combinado de ser feliz, se lembra?
Quanto a nossa filha, sei que ela não poderia ter tido um pai melhor e sei que você é capaz de fazer tudo por ela.
Sei que deve estar sendo difícil para você, mas não se preocupe comigo, eu estou bem agora. Se preocupe com você, com sua felicidade. Você me fez tão feliz Luan, acho que seria egoísmo meu não permitir que outra pessoa conhecesse essa felicidade. Eu te conheço bem e, sei que não vai se entregar novamente a qualquer pessoa. Não importa quanto tempo leve, desde que você se apaixone de novo, está bem?
Não pense que vou te dar conselhos aqui, porque não farei isso, continue a fazer o que esta fazendo, você está indo muito.

Com muito amor, 
Lorena."


Quando terminei de ler aquela carta, meus olhos transbordavam, mas por outro lado, eu sentia um grande alívio no meu coração. Coloquei a carta com os outros objetos novamente na caixa e fui para o meu quarto, onde a coloquei em cima do criado mudo, ao lado do porta-retratos. Quando a saudade apertasse, agora eu teria um consolo.
Decidi ver o que Nicole estava fazendo, então fui até seu quarto. Quando abri a porta, a vi sentada na mesinha em que ela fazia seus deveres de casa e brincava, com vários lápis de colorir ao seu lado, ela parecia estar desenhando algo:
-Oi filha -Disse e ela pareceu se assustar, se levantando rapidamente e escondendo o papel atrás de si- O que está fazendo?
-Nada -Ela disse séria, como se eu não pudesse ver o papel que estava em suas mãos
-O que é isso que você está segurando?
-Nada papai -Ela disse balançando a cabeça
-Vamos, me deixe ver -Ainda um pouco relutante, ela me entregou o papel e eu fiquei encantado com o que ela havia feito:


-Você fez isso? -A olhei e ela apenas fez que sim com a cabeça
-O senhor ficou triste? -Ela perguntou 
-Porque eu ficaria triste? -A encarei sem entender
-O senhor sempre fica triste quando falam na mamãe -Ela disse tristinha
-Não querida, eu não fiquei triste, pelo contrário, eu gostei muito do seu desenho. Alguém te ajudou?
-A vovó Susi me ajudou a escrever
-Ficou lindo! Pode me contar o que você fez aqui? -Me abaixei e ela pegou o papel, me mostrando o que havia desenhado
-Aqui somos nos três, o senhor, a mamãe e eu, a mamãe tem asas porque a vovó Susi me disse que ela virou um anjo, que está sempre por perto pra me proteger. E essa casinha aqui nas nuvens -Ela apontava com o dedinho- é da mamãe, a vovó Susi também me disse que ela mora lá agora, fiz muitas flores também, a vovó me disse que ela adorava flores -Tive que me segurar para não chorar, vendo o jeitinho carinhoso que ela se referia a mãe
-Ficou maravilhoso querida, o que acha de colocarmos esse desenho em uma moldura? -Perguntei a ela que me olhou animada
-Vai ficar lindo papai, ai o senhor vai poder colocá-lo em seu quarto
-Vou fazer isso, mas amanhã, agora você tem que dormir, já está tarde -Ela revirou os olhinhos
-Tudo bem -Ela foi para a cama e eu me aproximei, a cobrindo e me sentando ao seu lado- Papai?
-Sim?
-Eu te amo -Ela disse me olhando com seus lindos olhinhos verdes
-Eu também te amo filha, amo mais que tudo nesse mundo -Beijei a testa dela
-Papai, posso perguntar uma coisa? -Ela disse receosa
-O que você quiser
-Um dia eu vou ver a mamãe? -Ela disse tristonha
-Vai sim, um dia todos nós vamos vê-la de novo
-O senhor sente saudades dela? -Nicole perguntava de um jeito que me fazia pensar que ela tinha mais que quatro anos
-Sinto, todos os dias, mas eu tenho você, que me faz muito feliz. Será que eu posso dormir aqui com você hoje?
-Claro que pode papai! -Ela chegou para o lado e eu me deitei, a abraçando a mim
-Sua mãe te amava muito, sabia? -Sussurrei em seu ouvido, acariciando seus cabelos, rapidamente ela se virou para me olhar
-Eu também amo muito ela. 
Daquele dia em diante, eu finalmente percebi que todas as coisas acontecem com um propósito. Eu tive que conhecer a Lorena para que ela me ensinasse o que era o amor verdadeiro e me desse uma filha linda, mas também tive que perdê-la para que pudesse aprender a ser forte e cuidar da minha pequena. Eu ainda sinto falta dela, mas uma saudade boa, lembranças dos tempos felizes que tivemos, mas hoje construo essas memórias com nossa filha, que a cada dia está mais linda. Eu amo a Lorena, sempre vou amá-la e graças a ela, eu finalmente entendi o conceito de ser feliz e, por isso, eu vou ser grato a ela até o último dia da minha vida.

FIM

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Capítulo 56 (Luan) - ÚLTIMO CAPÍTULO

Foram as horas mais agoniantes da minha vida. Em um minuto tudo estava bem e no seguinte, de repente, tudo começou a dar errado.
Infelizmente Henrique e as enfermeiras não me deixaram entrar na sala para acompanhar a cirurgia que eles fariam em Lorena. Era grave. Muito grave. Ela estava perdendo nossa filhinha, além de estar correndo um sério risco também. Quando a levaram para a sala, me sentei em uma poltrona e tudo o que consegui fazer foi rezar. Rezar para que ela e minha pequena ficassem bem.
Pouco tempo depois, meus pais, os avós de Lorena e Susi chegaram. Assim como eu, todos estavam muito ansiosos e preocupados. A cirurgia já havia começado a mais ou menos umas três horas e até agora ninguém havia aparecido para nos trazer qualquer notícia:
-Eles estão demorando muito -Protestei
-Calma querido, é uma cirurgia, tudo tem que ser feito com muito cuidado -Minha mãe tentou me consolar, colocando sua mão sobre meu ombro
-Se acontecer alguma coisa com a Lorena, com nossa filha... eu... -Dizia, sentindo as lágrimas dominarem pouco a pouco meus olhos
-Não mesmo, minha filha e minha neta vão ficar bem! -Susi disse emocionada do outro lado da sala, enquanto senhor Olavo e Ester a abraçavam com força- Minha filha -Ela chorava
-Não vamos nos precipitar, vai correr tudo bem, você vai ver -Meu pai disse, apertando minha mão
-Obrigado pai
-Por que não rezamos? Todos nós juntos? -Minha mãe sugeriu. Susi me entreolhou e balançando a cabeça, se levantou com seus pais, vindo até nós. Demos todos as mãos e começamos a rezar pela saúde de Lorena e da pequena Nicole, que mesmo sem termos visto, já a amávamos mais do que tudo. Nos envolvendo depois, em um forte abraço em grupo.
Algum tempo depois, Henrique saiu da sala de cirurgia, sua roupa estava coberta de sangue. Me levantei desesperado, o encarando:
-Como elas estão? -Meu olhar suplicava por respostas. Antes de responder, ele encarou a todos nós
-Apesar do estado gravíssimo da Lorena, a cirurgia foi um sucesso -Ele disse, para o alivio de todos
-E a minha filha? -Perguntei
-Infelizmente a criança nasceu muito fraca, provavelmente por ser prematura, a levamos para a incubadora, mas ainda não podemos dizer se ela conseguirá sobreviver -Senti uma pontada em meu coração, mas me segurei para não desabar- E minha mulher?
-Ela foi levada para o quarto. Ela perdeu muito sangue, está muito frágil e provavelmente esteja dormindo, mas deve acordar em algumas horas
-Será que eu posso vê-la?
-Claro, vou levá-lo até ela.
Depois de passarmos por várias salas, todas localizadas em um longo corredor, finalmente Henrique me mostrou em qual sala estava Lorena:
-Fique a vontade, volto em alguns minutos, tenho que me trocar -Balancei a cabeça, garantindo que estava tudo bem e, enquanto ele se afastava, abri a porta, avistando minha princesa dormindo tranquilamente em seu leito. Me aproximei lentamente, as lágrimas me dominando pouco a pouco:
-Oie meu amor -Murmurei ficando ao seu lado e acariciando seu rosto. Ela estava pálida, seus lábios estavam secos- Agora vai ficar tudo bem, eu te prometo -Sussurrei me sentando em uma cadeira ao seu lado- Quando você acordar, tudo vai voltar a ser como era antes -Algumas lágrimas fujonas caíram- Vamos voltar para casa e cuidar da nossa filhinha. Ela está muito doente agora, mas quando você a pegar no colo, sei que tudo vai ficar bem -Segurei sua mão, sorrindo calmamente- Você sempre sabe o que fazer, sempre soube Lorena.

Admito que passei um bom tempo sentando, apenas olhando para Lorena, queria estar ali quando ela acordasse, mas acabei sendo vencido pelo cansaço. Sentando na cadeira, apoiei minha cabeça na beirada do leito e acabei dormindo. Lembro de ter acordado, no que pareceu ser uma eternidade depois, com alguém deslizando uma de suas mãos por meus cabelos e por minha nuca repetidamente, em um movimento extremamente suave. Eu reconhecia aquele toque. Abri os olhos lentamente e me deparei com Lorena me olhando e sorrindo para mim:
-Até parece que foi você que acabou de sair de uma cirurgia -Ela me encarou com um ar brincalhão, mas eu percebi sua voz fraca, mesmo que ela tivesse tentando esconder isso de mim
-Como se sente? -Me ajeitei na cadeira, segurando sua mão
-Fraca e com muita dor, mas, fora isso, estou muito bem -Ela me lançou um sorriso fraco
-Fiquei tão preocupado com você -Me aproximei, colocando minha testa na sua. Lorena estendeu sua mão live, acariciando as laterais do meu rosto, seus lindos olhos azuis fixos nos meus
-Eu estou aqui. Estou com você. Sempre vou estar com você.
-É tão bom ouvir sua voz -Fechei os olhos, saboreando seu toque e o doce som de sua voz
-Como está nossa filha? -Ela sussurrou, e no mesmo instante, meus olhos voltaram a se encontrar com os seus. O azul marinho de seus olhos, agora tinha dado lugar ao  medo e preocupação
-Ela nasceu muito fraquinha e agora está na incubadora, talvez ela não resista, mas... o Henrique disse que no momento não é possível definir nada.
-Você já a viu?
-Não, eu estou aqui com você desde que saiu da sala de cirurgia.
-Ela não pode morrer, Luan -Uma lágrima rolou por seu rosto- Não a nossa Nicole
-Ela não vai -Enxuguei sua lágrima com meu polegar- Ela vai ficar bem, eu sei que vai -Lorena balançou a cabeça concordando comigo
-Oi -Uma voz disse atrás de nós. Era Susi, acompanhada de meus pais e dos avós de Lorena- Soubemos que você havia acordado e viemos correndo te ver
-Oie mãe -Lorena disse, sorrindo para ela
-Você me chamou de mãe? -Susi disse completamente chocada, enquanto chorava
-É isso que você é, não é mesmo? Minha mãe -Susi sorriu, correndo em direção a filha e a abraçando. Sai dali, dando espaço para que todos pudessem falar com ela. Já fora da sala, liguei para Bruna e Manuela, dizendo que tudo havia corrido bem e que Lorena já havia acordado e, que elas poderiam vir até o hospital para vê-la.
Quando voltei para o quarto, encontrei minha mãe sentada ao lado de Lorena, mostrando a ela fotos da nossa filha na incubadora:
-Ela é linda -Lorena dizia emocionada- Você viu Lu? Sua mãe tirou fotos da nossa filhinha -Ela disse ao me ver
-Aproveitamos que você estava aqui e fomos até uma sala conhecer a nossa netinha -Minha mãe se explicou me olhando- Você quer ver?
-Claro que sim -Me aproximei, olhando as fotos no celular. Apesar de prematura, minha filha era realmente muito linda, branquinha, e bem pequenininha, talvez a bebê mas pequena que eu já tivesse visto
-Ela é pequenina assim? -Perguntei emocionado
-É sim -Meu pai disse me olhando- Quer ir até lá conhecê-la? -Ele perguntou
-Vai amor, dai depois, você pode me contar em detalhes o quanto ela se parece comigo -Lorena brincou
-Tudo bem, eu vou -Sai da sala com meu pai, e fomos até uma outra sala, que ficava próxima aos berçários. Uma enfermeira nos recebeu, nos levando até a incubadora que estava minha pequena. Haviam vários fios ligados a ela, e aquilo partiu meu coração em vários pedaços. Pessoalmente ela ainda era mais pequenina, não tenho dúvidas de que ela caberia na palma da minha mão. Ela quase não tinha cabelos, parecia bem fraquinha, mas ainda assim era a bebê mais linda que eu já havia visto.
-Agora sabe o que um pai sente, não é? -Meu pai me encarou sorrindo
-Sim, eu sei.
Quando retornamos ao quarto, Bruna e Manuela já havia chegado, Henrique também estava ali. Lorena sorria, parecia estar contente com algo:
-Por que toda essa alegria? -Me aproximei, voltando a me sentar ao lado dela
-Por que não me disse que a Bruna e o Henrique haviam ficado noivos? -Ela me olhou questionadora
-Há, bem...
-Tudo bem Lu, eu já sei, só estou brincando com você -Ela olhou para Bruna e Henrique que estavam abraçados em um canto do quarto- Espero que vocês dois sejam muito felizes e obrigada Henrique, graças a você minha filhinha está bem, serei sempre grata por isso -Ela disse
-Não tem porque me agradecer
-E você Luan? Viu ela?
-Vi sim -Disse a olhando
-Como ela é?
-Ela é a bebê mais linda que já vi, e não é porque é minha filha e você tinha razão, ela é a sua cara
-Então ela é mesmo muito linda -Lorena disse, fazendo todos rirem.

Já se passava as 23:00 horas, quando todos voltaram para casa. O horário de visitas já havia acabado, mas Henrique abriu uma exceção para mim, permitindo que eu passasse a noite ao lado de Lorena. Depois de tomar um banho rápido e vestir roupas limpas que a Bruna havia trazido para mim, voltei para o quarto, me sentando na cadeira novamente enquanto Lorena me observava:
-Você vai mesmo dormir nessa cadeira? -Ela questionou
-Não é tão ruim quanto parece -Brinquei- Mas talvez eu não consiga nem andar amanhã -Ri
-Não seria melhor se você dormisse aqui comigo? -Ela sugeriu
-Acho que a enfermeira me mataria se me visse fazer isso
-Não vale a pena correr esse risco por mim? -Ela brincou
-Vale isso e muito mais -Me levantei da cadeira e com todo o cuidado possível, me deitei na cama com Lorena, a colocando em uma posição confortável, de modo que ficava deitada sobre meu peito
-Não está bem melhor aqui? -Ela disse
-Muito -Murmurei beijando seu rosto
-Luan?
-O quê?
-Eu sei que você não gosta muito de tocar nesse assunto, mas eu tenho algo muito importante pra te dizer...
-Lorena...
-Não Lu, só me escute, está bem? -Ela disse e eu fiz como ela mandou- Por mais que você queira, eu sei que não vou viver por muito mais tempo, nós temos uma filha e, quando ela estiver maiorzinha, vai precisar de uma mãe. Eu sei que tem a Susi, sua mãe a minha avó, e a Bruna, que com certeza será uma titia babona, junto com a Manu, mas a Nick vai precisar de uma figura materna e eu não estarei aqui para fazer isso, portanto, quero que me prometa que vai se casar de novo, que vai ser feliz e que vai viver a sua vida quando eu morrer?
-Lo, você sabe que eu não tenho olhos para outras mulheres, eu amo você! -Disse sério
-Eu também te amo, mas se casar com outra pessoa, não vai significar que você não me amou. Eu só quero que você e a nossa filha sejam felizes
-Eu não posso prometer a você que vou me casar novamente
-Então me promete que vai ser feliz? Que vai fazer tudo o que você mais ama?
-Lo, porque está fazendo isso?
-Porque eu quero que você intenda que, mesmo quando eu não estiver mais aqui, você ainda vai estar e vai ter um vida toda pela frente, não quero que fique perdido sem mim. Promete?
-Eu prometo Lorena, agora vamos esquecer esse assunto? Você precisa descansar -Ela se aconchegou mais a mim
-Eu te amo Luan, como jamais pensei que fosse possível amar alguém, obrigada por ter me mostrado um sentimento tão bonito -Ela murmurou- Você vai ser pra sempre o meu amor, se lembre disso, está bem?
-Você também sempre será o meu amor, Lorena -Foram as últimas palavras que dizemos antes de pegarmos no sono. Acordei com o dia amanhecendo e senti algo gelado em meu peito. Era a Lorena. Me levantei desesperado, tentando fazer com que ela tivesse alguma reação, mas quando os enfermeiros entraram do quarto e me tiraram as pressas dali, minha ficha caiu. Minha esposa, a mulher que eu mais havia amado nesse mundo, faleceu abraçada a mim. De repente. De uma hora para a outra. Ela simplesmente havia resolvido me deixar. A vida havia perdido todo o seu sentido. Se é que havia algum.






******************
RECADINHO
******************

Olá negas! Antes que vocês me matem, deixem eu me explicar: 1º- Peço mil desculpas por não ter postado o capítulo no Sábado, mas infelizmente eu estava sem net; 2º- Não, eu não seria tão cruel ao ponto de terminar uma fic assim! kkkk Este é o último capítulo, mas, na quarta, eu irei postar o Epilogo, que é uma conclusão do que aconteceu depois de toda essa tragédia, ai sim vocês saberão o que realmente aconteceu com o Luan, com a Nick e com todos os outros personagens depois da morte da Lorena.
Sei que muitas queriam que a personagem não tivesse morrido, mas como vocês sabem, ela já estava em fase terminal e na vida real, as chances de cura, seriam de 0%, mas, se vocês olharem por outro lado, verão que apesar de tudo, o amor foi capaz de vencer essa terrível doença, porque eu momento algum, o Luan desistiu dela ou pensou em deixá-la e foi isso que eu procurei passar pra vocês. Espero que coração que tenham gostado e se emocionado com esse capítulo como eu me emocionei.

O EPÍLOGO SERÁ POSTADO NA QUARTA-FEIRA (11/11)

HÁ! E MANDEM PERGUNTAS PRA MIM, DÚVIDAS, ALGUMA COISA QUE VOCÊS QUEIRAM MUITO SABER... ENFIM! QUALQUER COISA QUE VOCÊS QUISEREM SABER OU COMENTAR A RESPEITO DESSA FIC, SE VAI TER UMA OUTRA, SEI LÁ, ME PERGUNTEM O QUE VOCÊS QUISEREM! RESPONDEREI A TODAS ESSAS PERGUNTAS NA QUARTA! PODEM FAZER AS PERGUNTAR AQUI NOS COMENTÁRIOS DESTE CAPÍTULO MESMO, PROMETO RESPONDER A TODAS!

Beijos, se cuidem, Nati.

sábado, 31 de outubro de 2015

Capítulo 55 (Luan) - PENÚLTIMO CAPÍTULO

3 MESES DEPOIS...

Gostaria de poder dizer que a Lorena estava melhor, mas isso não seria verdade. Nos últimos meses a vi decair cada vez mais. A cada dia que passava ela estava mais fraca, as crises de esquecimento haviam se tornado frequentes, mas por alguma razão, eu sempre conseguia trazê-la de volta.
Como havia prometido, ela não havia parado de escrever nossas memórias. Ás vezes ela pegava no sono enquanto escrevia, ou  simplesmente decidia que continuaria depois.
Apesar de ela ter emagrecido mais, sua barriga de seis meses agora era bem evidente. Ela se sentia enjoada com qualquer coisa, mas eu a incentivava a comer, para o bem dela e da nossa filha.
Lorena já não caminhava mais sozinha, somente na cadeira de rodas. Acho que isso foi mais difícil para mim do que para ela, mas me dói admitir que a Lorena que eu havia conhecido estava se desfazendo a cada dia, aquela doença estava tirando o que havia de melhor nela, sua alegria, sua paixão pela vida...
Seus avós e Susi haviam passado a frequentar mais a nossa casa. Eles não diziam, mas acho que já esperavam pelo pior. Podem me chamar de tolo, mas eu ainda tinha esperanças de que ela conseguiria superar tudo isso.
Estávamos na metade do dia e, depois de insistir o máximo que podia para que ela comesse pelo menos um pouco da sopa que Manuela havia preparado, Lorena se rendeu a mim e comeu, pouco, mas o suficiente. Depois do almoço, ela adormeceu. Fiquei a observando durante alguns minutos, sentado ao seu lado na cama e depois de ter certeza de que estava tudo bem com ela, desci para a sala, onde avistei Bruna sentada no sofá:
-Bruna? -Falei caminhando até ela
-Oie Lu! -Ela se levantou me abraçando- Desculpe não ter avisado que estava vindo, mas me bateu uma vontade enorme de vim ver você e a Lorena
-Imagina, eu também estava com saudades de você piroca -Baguncei o cabelo dela
-Mesmo depois de casado, você ainda continua o mesmo bobão de sempre -Ela riu, fazendo careta e ajeitando seu cabelo- Onde está a Lorena?
-Ela está dormindo, ultimamente ela anda mais cansada do que nunca.
-Há, que pena, queria tanto falar com ela.
-Você pode esperar ela acordar... mas, posso saber o que você quer tanto falar com ela?
-Não seja curioso Luan! -Ela me repreendeu sorrindo- Bem, mas já que eu já comentei, acho melhor te dizer logo, eu e o Henrique ficamos noivos ontem! -Ela disse sorridente
-Você e o Henrique? Noivos? -Indaguei surpreso
-Sim! Não está feliz por mim? -Ela me encarou
-É claro que estou é que... Cara, não consigo acreditar que minha irmãzinha está noiva -Disse a envolvendo em um abraço
-Eu não sou mais só aquela garotinha Luan, eu cresci
-Eu sei disso. O Henrique é um cara legal, sei que vai dar tudo certo entre vocês dois, acho que a Lorena vai adorar saber disso quando acordar.
-Tenho certeza que sim, afinal, foi ela quem me apresentou o Henrique, queria que ela fosse a primeira a saber
-Prometo fazer cara de surpresa quando você for contar a ela -Sorri brincando, de repente, escutamos o barulho de algo caindo no chão e se quebrando, senti meu coração bater forte na mesma hora
-O que foi isso? -Bruna me olhou sem entender
-Veio do andar de cima... Meu Deus, Lorena! -Disse, subindo as escadas rapidamente, correndo na direção do nosso quarto. Quando entrei, encontrei um vaso de flores, que estava na mesinha ao lado da cama, caído e quebrado, no chão havia manchas de sangue e naquele momento eu senti o medo me dominar na hora
-Ai meu Deus! -Bruna disse assustada atrás de mim
-Lorena! Lorena! -Chamei por seu nome, indo até o banheiro, que estava com a porta aberta. A encontrei sentada no chão, ela sangrava muito e mal tinha forças para falar- Meu Deus Lorena! O que aconteceu meu amor? -Me ajoelhei no chão, tocando seu rosto
-No... nossa... fi... filha... Luan... -Ela dizia com dificuldade- A estou per... perdendo... -Uma lágrima rolou por seu rosto
-Calma, você não vai perdê-la, vai ficar tudo bem! Bruna? -A gritei e rapidamente ela veio até o banheiro- Ligue para o Henrique, diga para ele se preparar que eu vou levar a Lorena para o hospital!
-E a Manuela?
-Ela saiu, será que você pode ficar aqui para avisá-la? Avise a família da Lorena, diga a eles para irem para o hospital, avise nossos pais também!
-Tudo bem, eu aviso! -Com todo o cuidado, peguei Lorena em meus braços, atravessei toda a casa correndo, até chegar a garagem, onde coloquei Lorena no banco do passageiro e depois sai em disparada até o hospital. Ela sangrava muito e a dor que estava sentindo parecia ser insuportável. Levou pouco mais de quinze minutos para chegarmos ao hospital e, assim que estacionei o carro, quatro enfermeiros vieram em nossa direção com uma maca. Depois de ajeitar a Lorena na maca, eles entraram correndo no hospital, enquanto eu os seguia. Eles entraram com ela em uma sala e uma enfermeira me barrou:
-Desculpe, mas o senhor não pode entrar aqui
-É a minha esposa! Eu não vou deixá-la sozinha!
-Me desculpe senhor, mas...
-Luan? -Henrique apareceu, interrompendo a enfermeira
-Graças a Deus Henrique! A Lorena está sangrando muito e, eu não sei porque, mas não querem me deixar entrar...
-Desculpe Luan, mas você não pode entrar, a Lorena vai ter que passar por uma cirurgia de emergência
-Cirurgia? -O encarei sem entender
-Sim Luan, ela está perdendo a filhinha de vocês -Naquele momento, eu senti todo o meu mundo desabar, era como se o chão tivesse desaparecido debaixo de mim.







*****************
RECADINHO
*****************

Boa noite negas! Como o prometido, aqui está o capítulo de Sábado! haha 
E ai, o que acharam? Meio tenso né? Será que a Lorena vai perder a bebê? E o mais importante, será que as duas vão sobreviver ou apenas uma? :X
Vcs devem ter notado que o capítulo foi um pouco curto, isto porque a fic já está acabando... Não quis prolongar muito, acho que isso acaba tornando a fic um pouco chata. Acredito que o fim vai agradar a todos, apesar de eu achar que a maioria não vai concordar com o desfecho, mas mesmo assim, independente de como acabar, espero que esta fanfic fique para sempre na memória de vocês, assim como vai ficar na minha! Bjss, se cuidem, Natalia.

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (07/11) -ÚLTIMO CAPÍTULO-

sábado, 24 de outubro de 2015

Capítulo 54 (Luan)

A sensação de ter Lorena novamente em meus braços foi incrível. Depois de termos feito amor, lembro de ter ficado saboreando seu toque, quando ela se deitou em meu peito, seus carinhos, seus sorrisos e as coisas que falamos naquela noite.
Lembro de ter acordado no meio da noite e de não senti-lá próxima de mim. Tateei seu lado da cama e acordei assustado ao perceber que ela não estava ali. Me sentei preocupado na cama e a avistei próxima a porta:
-O que faz acordada à essas horas? -Perguntei passando a mão pelo rosto, aliviado por ver que ela estava bem
-Como eu vim parar aqui? -Ela perguntou
-O quê? -Questionei sem entender
-Por quê você me trouxe pra cá?
-Lorena, do que você está falando? -Ela me encarava, só então eu pude perceber que ela parecia estar com medo de mim
-Você me seduziu e me trouxe pra cá, não foi? O que você fez? -Ela dizia chorando. Percebi na hora que ela não estava bem. Me levantei da cama com cuidado, apanhando minha calça de moleton que estava no chão e a vestindo
-Lorena, está tudo bem meu amor? -Dei um passo em sua direção, mas ela fez um gesto para que eu parasse. Parei. Não queria apavorá-la
-Não me chame de seu amor! Eu nem o conheço! Me deixe em paz! -Ela gritou, enquanto saia correndo do quarto
-Lorena sou eu, Luan! -Disse indo atrás dela, que corria pelo corredor sem olhar para trás

-Por favor, me deixe em paz! -Ela gritava apavorada. A alcancei quando ela estava prestes a descer as escadas e a segurei com força
-Lorena, sou eu, o Luan! Seu marido! -A virei para mim, tentando de um jeito desesperado, fazer com que ela se lembrasse de mim
-Eu não conheço você! Me deixe ir, por favor! -Ela chorava, se debatendo contra meu peito. A segurei firme, a mantendo bem próxima a mim
-Sou eu meu amor, tente se lembrar -Pedi, segurando seu rosto, fazendo com que ela olhasse para mim- Tente se lembrar -Ela pareceu se acalmar, mas o medo ainda estava em seus olhos- Sou eu, o Luan, seu marido, pai do seu filho, se lembra? -Meu coração batia forte, rezando em silêncio, implorando a Deus para que ela se lembrasse de mim. Ela se manteve em silêncio, até que várias lágrimas começaram a rolar por seu rosto, ela se abraçou a mim, chorando sem parar
-Lu -Ela murmurou em meio a várias lágrimas- O que eu fiz -Ela soluçava
-Ei, está tudo bem -Envolvi meus braços ao redor dela, sentindo toda a tensão se esvair, ela havia lembrado.
-Me desculpe Luan -Ela pedia. Suas lágrimas caiam incansavelmente
-Tudo bem meu amor, eu estou aqui -Me sentei em um dos degraus da calçada e a puxei para que ela se sentasse em meu colo. Ela me abraçou, chorando muito em meu ombro.
-O que aconteceu aqui? -Manuela apareceu de pijama na sala, olhando para nós na escada
-Já está tudo bem Manu -Respondi- Porquê não prepara um chá pra Lorena? -Pedi e, ela pareceu entender que eu queria ficar a sós com a minha esposa
-Claro, eu já volto -Ela olhou para Lorena, como se quisesse se certificar de que a amiga já estava bem e depois sumiu. Me mantive em silêncio, apenas envolvendo Lorena em um abraço forte. Foi o pior susto que eu havia passado na vida. A possibilidade de ela ter me esquecido por completo me apavorou:
-Como isso aconteceu? -Lorena murmurou em meu ouvido. Sentia suas lágrimas caírem sobre a minha pele
-Eu não sei
-Eu fiquei muito tempo assim? 
-Eu não sei -Ela se afastou um pouco, para poder me olhar nos olhos. Seus olhos estavam vermelhos e ela parecia arrasada com o que havia acabado de acontecer
-Como depois de ontem, eu pude me esquecer de você Luan? -Uma lágrima rolou por seu rosto e eu voltei a envolvê-la em meus braços- Eu estou com medo -Ela disse, o medo evidente em sua voz
-Vai ficar tudo bem
-Não, não vai, eu vou acabar me esquecendo de você Luan -Ela chorava sem parar. Um choro de medo. Do medo de perder- Eu não quero que isso aconteça, você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo.
-Eu sei -Disse com a voz embargada, sentindo uma lágrima rolar por meu rosto. Minha vontade era de urrar, de colocar toda aquela dor que estava sentindo para fora, mas eu não podia, eu tinha que mostrar a Lorena que ela podia contar comigo, não poderia desabar também:
-Vamos, vou te levar para o quarto -Disse me levantando com ela em meus braços. a coloquei na cama e disse que iria para a cozinha. Estava conseguindo ser forte, mas quando avistei Manuela, não consegui mais me segurar. Chorei tudo o que tinha para chorar, enquanto ela me consolava e me ouvia atentamente:
-Não acredito que isso aconteceu -Manuela disse chocada
-Ela está piorando Manu, está começando a se esquecer de tudo e de todos pouco a pouco
-Tadinha da minha amiga -Lágrimas também rolavam por seu rosto- Ela não merecia isso
-Não, não merecia, eu sei que ela é forte e, sei o quanto ela luta para que essa doença não a consuma por completo, mas... -Não ousei terminar aquela frase
-Ei sei que é difícil Luan, mas agora, mais do que nunca, a Lo precisa de você
-Eu sei, mas, eu não estou pronto para abrir mão dela, não estou pronto para perdê-la Manu, eu nunca vou estar
-Tente não pensar nisso, aproveite o tempo que vocês dois tem, deixe tudo não mão do destino -Manu disse tocando meu ombro, antes de subir para o quarto, para ver como Lorena estava. Me mantive onde estava durante longos minutos, chorei mais um pouco, antes de perceber que Manuela tinha razão. Não tinha porque eu sofrer agora. Eu sabia que só um milagre poderia curar a Lorena, mas não existe nada impossível para Deus, certo?
Peguei o chá que Manuela havia feito e coloquei um pouco em uma xícara para Lorena. Subi as escadas em silêncio, e quando adentrei o quarto, percebi que Manuela não estava mais lá. Lorena estava sentada na cama com um caderno em suas mãos e uma caneta:
-Oie -Disse me aproximando dela
-Oi -Ela respondeu sem graça, colocando o caderno de lado. Me sentei ao seu lado na cama e lhe entreguei a xícara de chá- Obrigada -Ela disse a pegando e tomando um gole
-Como se sente? -Perguntei cauteloso
-Bem, na medida do possível
-Você não se lembra de nada? Quero dizer, de ter me esquecido? -Ela pareceu refletir sobre aquilo
-Eu me lembro apenas de ter acordado nua e olhar para um homem ao meu lado e não reconhecê-lo e claro, de achá-lo muito atraente -Ela brincou, sorrindo de lado. Por algum motivo eu também sorri, mas este mesmo sorriso logo se desfez- Era como se eu estivesse em uma memória passada e, quando você me sacudiu daquele jeito, foi como se tudo voltasse de uma vez
-Eu sinto muito
-Não sinta. Eu já me conformei com o meu destino. Talvez tenha algum motivo especial para tudo isso estar acontecendo
-Se tivesse alguma maneira, eu trocaria de lado com você, sem pensar duas vezes
-Não diga bobagem Luan -Ela tocou meu rosto- Eu morreria se visse você decair cada dia mais. Acha que eu não sei como você sofre? Você é um homem forte, eu não suportaria passar por tudo isso
-A única pessoa forte aqui é você, e se eu ainda encontro algum tipo de força pra continuar, é em você meu amor -Me inclinei a abraçando
-Essa é a pior parte -Ela sussurrou em meu ouvido- A quimio, as internações, as dores... Nada se compara com a perda da memória, é como se aos poucos você fosse perdendo a sua identidade, como se a pessoa que você foi algum dia, fosse sendo apagada aos poucos -Me afastei, notando o caderno a seu lado
-Por quê o caderno?
-Eu não quero mais me esquecer. Por isso vou anotar tudo aqui, cada sentimento, cada memória... Quero que você saiba a minha versão da história, mesmo quando eu não estiver mais aqui -Uma lágrima rolou por meu rosto
-Já escreveu alguma coisa? 
-Sim -Ela pegou o caderno ao seu lado e o entregou para mim. O abri, e sorri ao ver o que ela havia escrito:



"Memória 1"

"Havia ido em um show com Manuela, sem fazer a menor ideia de quem iria se apresentar. Tive vontade de ir ao banheiro, mas não encontrava nenhuma placa que indicasse onde pudesse encontrar um. Comecei a caminhar por um longo corredor, cheio de portas. Estava distraída, quando esbarrei em um rapaz. Ele era muito bonito e atraente, foi super simpático comigo e, apesar de não estar demonstrando nenhum interesse, desejei que ele estivesse flertando comigo. Por algum motivo, senti algo de imediato por ele, era como se eu soubesse que ele mudaria totalmente a minha vida. Mas do que o cantor que se apresentou naquela noite, ele foi o homem pelo qual me apaixonei e o único para o qual entreguei o meu coração..."


Meus olhos transbordavam quando terminei de ler:
-Foi assim que você se sentiu quando me viu pela primeira vez?
-Em parte, acho que nunca vou conseguir traduzir o que senti por você naquele instante em palavras -Ela segurou minha mão- Eu posso me esquecer, mas antes disso, prometo reescrever todas as nossas memórias, assim você vai saber o que eu senti em cada uma delas -Sem dizer nada, a abracei com força- Quando nossa filhinha for mais velha, quero que mostre isso a ela, talvez, lendo as coisas que eu escrever, ela tenha alguma noção de quem foi a mãe dela
-Não diga bobagens, você vai conhecer a nossa filha Lorena
-Espero que tenha razão. Nunca presenciei o nascimento de um anjo.








*************
RECADINHO
*************

Oie meninas! Que capítulo mais dramático em? Mas e ai, vocês gostaram? Poxa, a Lo parece estar só piorando né? =/ Será que ela ainda vai conseguir se curar? O bom é que ela tem o Luan, que está sempre ao lado dela =D Meninas, gostaria de avisar que estamos nos últimos capítulos da fic e, eu espero que vocês estejam curtindo tudo isso, de verdade! Comentem que no próximo sábado teremos mais capítulo! bjss

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (31/10)

sábado, 17 de outubro de 2015

Capítulo 53 (Lorena)

Depois que percebi que Manuela e Luan já haviam se retirado da sala, olhei para Ian, que se mantinha em pé ao meu lado impaciente:
-Por que não se senta? -Bati a mão sobre o lado vazio do sofá. E depois de hesitar por alguns instantes, ele se sentou ao meu lado- O que queria me dizer? -Perguntei e ele me olhou por alguns segundos
-Desde que você saiu do hospital não tive mais notícias suas -Ele baixou a cabeça- Eu só queria saber como estava
-Estou bem -Toquei seu braço- Pelo menos na medida do possível -Sorri
-Por que está sendo tão legal comigo? -Ele arqueou uma sobrancelha, caçoando de mim
-Porque, a Manu me disse que no dia em que eu passei mal, você me socorreu e me levou para o hospital, obrigada por isso. Sabe o quanto é esquisito saber que devo minha vida a você? -Brinquei e ele sorriu, se mantendo em silêncio
-Não acho que seja só por isso -Ele me encarou
-Talvez, mas, suas atitudes, as coisas que tem feito por mim, me fazem pensar que você mudou, e acho que todos merecem uma chance, não é? Só espero não estar enganada com você...
-Obrigado pelo voto de confiança, mas pode ficar tranquila, eu realmente estou tentando mudar, para melhor
-Por que isso agora? Me desculpe, mas você sempre foi um cafajeste -Disse, mas minhas palavras não pareceram ofendê-lo
-Tudo bem, admito, eu era mesmo um cafajeste, mas, depois que você ficou doente, eu... eu passei a enxergar as coisas de uma outra forma
-Eu tive que ficar doente para que isso acontecesse? -O encarei- Pelo menos vou morrer sabendo que consegui fazer um milagre
-Não brinque com algo tão sério, Lorena! -Ele me repreendeu- Tudo isso me fez enxergar tudo o que eu perdi sendo quem era
-Tudo?
-Você. Você me amava e eu a decepcionei, não só uma, mas várias vezes
-Tudo bem, o que passou, passou
-Não, não está nada bem, eu lhe devo desculpas
-Ian... -Antes que pudesse dizer alguma coisa, ele se ajoelhou no chão e segurou minha mão
-Lorena, será que você é capaz de perdoar todo o mal que eu já te fiz? -Lágrimas corriam por seu rosto, e eu senti um aperto enorme no coração
-Eu te perdoo Ian, está tudo bem -Ele encostou sua cabeça em meu colo e eu o abracei- Não tem porque ficar assim, eu não guardo nenhuma magoa de você -Ele não respondeu nada, apenas continuou a chorar em silêncio, Desde a época em que estávamos juntos, ele nunca foi muito de se abrir comigo, estava surpresa que tivesse feito isso agora.
-Você é um anjo -Ele ergueu sua cabeça momentos depois. Seus olhos estava vermelhos e ele tinha um leve sorriso no rosto- Pode voltar a trás se quiser -Ele disse me olhando, sabia que estava brincando
-Posso mesmo? -Retruquei e ele sorriu
-Você é incrível, está na cara porque o Luan se apaixonou a primeira vista por você
-Isso não é verdade
-Há, é sim, no dia do show, ele ameaçou quebrar a minha cara pra te proteger -Ele riu
-Quem te deu autorização para dizer o que acha da minha vida pessoal? -O encarei
-Ninguém, eu mesmo -Ele riu- Eu sei que é estranho, mas durante um bom tempo odiei o Luan por isso e, simplesmente não conseguia entender o que você estava fazendo com alguém como ele, mas depois de um bom tempo, eu finalmente entendi, vocês foram feitos um para o outro -Ele fez uma pausa, me encarando, e eu apenas me mantive em silêncio, esperando para ouvir o que ele tinha a me dizer- Você não pode fazer isso com ele, nem com o filho que vocês estão esperando -Ele disse, e eu já sabia ao que ele estava se referindo
-É uma menina -Disse e ele não escondeu sua surpresa. Instantaneamente, uma lágrima rolou por meu rosto- Eu não gosto de falar sobre isso com o Luan, mas todos nós sabemos que é inevitável, mas cedo ou mais tarde eu... -Me contive para não dizer aquelas palavras- E o meu maior medo é que ele nunca supere minha perda -Ian segurou minhas mãos, me olhando
-Lorena, me prometa que você não vai desistir? Que vai lutar até o fim? Sua família precisa de você -Ele disse, não contendo suas emoções
-Eu prometo, prometo fazer o meu melhor
-Você vai sair dessa, é a mulher mais forte que conheço
-Assim você vai me fazer chorar -Sorri
-Posso te dar um abraço? -Ele pediu
-Claro que pode -Ele se inclinou e eu o abracei com força- Estou orgulhosa de você Ian -Sussurrei- Apesar de tudo, eu nunca desejei seu mal, sempre quis que fosse feliz e, você parece estar muito bem agora -Murmurei sem soltá-lo
-Como você descobriu meu segredo? -Ele disse, se afastando um pouco para me olhar
-Que segredo? -Perguntei sem entender
-Estou indo embora Lorena
-Embora? Pra onde?
-Eu recebi uma oferta de emprego nos Estados Unidos e estou indo para lá em dois dias, eu meio que vim me despedir
-Ian, isso é ótimo! Mas você vai sozinho?
-Não, vou com uma amiga
-Uma amiga? -O encarei sorrindo
-Tá, é bem mais que uma amiga, e admito que estou a fim dela, já nos conhecemos á algum tempo e, vamos ver no que isso vai dar -Ele riu
-Espero que seja muito feliz
-Desejo o mesmo a você -Ele disse, retirando alguma coisa do bolso da sua jaqueta- Queria que ficasse com isso -Ele me entregou uma foto, da época em que éramos namorados, assim que nos conhecemos. Foram os nossos momentos mais felizes. Naquela época, me lembro de estar muito feliz, de estar começando minha carreira e de tudo estar dando muito certo para mim:
-Talvez o Luan a encontre e a rasgue ou a queime -Ele brincou- Mas, só queria que você guardasse as melhores memórias de mim
-Eu vou guardar, obrigada Ian -O abracei novamente e Luan adentrou na sala
-Espero não estar atrapalhando nada -Ele disse, Manuela estava ao seu lado
-Não, eu já disse a Lorena tudo o que tinha pra dizer -Ian disse se dirigindo até Luan- Seja feliz cara -Ele tocou seu ombro- Você construiu uma bela vida aqui -Ele se afastou um pouco de Luan e olhou para Manuela- Seja feliz também baixinha -Ele piscou para ela e caminhou até a porta- Até mais Lorena -Ele acenou para mim
-Até mais Ian.

Naquela noite, depois que fui me deitar, a conversa que havia tido mais cedo com Ian ainda não havia saído da minha cabeça. Luan abriu a porta do banheiro e saiu enrolado apenas em uma tolha, enquanto secava seus cabelos com outra:
-Se sua intenção foi me provocar, não deu certo -Brinquei com ele, que sorriu
-Jurava que era um plano infalível! -Ele riu, indo até o guarda-roupas, pegando uma cueca e uma calça de moleton. Depois que se trocou, ele veio até a cama e se deitou ao meu lado, me recebendo com um beijo casto nos lábios:
-Está de ótimo humor hoje, o que te deixou assim? A conversa  que teve com o Ian? -Ele perguntou me olhando
-Em parte, fiquei feliz por perceber o quanto ele mudou
-Vocês conversaram muito... -Luan disse se virando e deitando de costas, encarando o teto
-Não está com ciúmes, está? -Me virei, tocando seu peito
-Porque eu deveria ficar com ciúmes da minha mulher e do seu ex-namorado? Não vejo nenhum motivo nisso
-Luan, você está sendo bobo -Beijei a bochecha dele
-Ele pareceu muito bonzinho pro meu gosto...
-Esquece o Ian, eu amo você -Me inclinei o beijando. Luan girou na cama, de modo que acabou ficando por cima de mim. Ele encarou meus lábios e, depois meus olhos, sabia o quanto ele ansiava por me ter em seus braços, mas também o medo que ele tinha de fazer aquilo:
-Tudo bem -Garanti a ele
-Não, você precisa descansar -Ele disse sério
-Mas antes de tudo eu preciso de você -Envolvi meus braços em seu pescoço e o puxei para mim. Luan me beijou lentamente, e aos poucos fomos nos entregando ao nosso amor. Fazia muito tempo, que eu não me sentia tão bem e, depois de fazer amor com meu marido, senti como se o universo finalmente estivesse entrando em seu curso normal. Luan como sempre me tratou como um príncipe, foi calmo e atencioso comigo. Depois de tudo ele se deitou ao meu lado e eu me deitei em seu peito, enquanto ele acariciava minhas costas nuas. Depois que ele pegou no sono, passei longos minutos o observando, até que adormeci também. Ele era meu marido, E eu o amava.

******

Acordei no meio da noite, sentindo frio. Havia tido um sonho estranho, com um homem estranho, que eu nunca havia visto na minha vida. Abri os olhos lentamente e me assustei ao ver que estava em um quarto estranho. Me sentei assustada na cama, estava nua e ao meu lado havia um homem. O mesmo homem do sonho. Meu Deus! Como eu havia ido parar ali? No quarto e na cama daquele homem? Meus pais me matariam e se Ian descobrisse, com certeza terminaria comigo! Aproveitei que o homem dormia tranquilamente e me levantei da cama, apanhando minhas roupas que estavam no chão. Céus! Eu sempre fui tão cuidadosa em relação a isso, como pude beber tanto ao ponto de ir parar na cama com aquele homem? E pior, ele era um estranho! Estava terminando de me vestir, quando o homem começou a se mexer na cama, senti meu coração bater mais forte, eu tinha que sair dali, antes que ele me visse. Com muito cuidado, comecei a caminhar na direção da porta. Pelo canto do olho, vi ele tatear o lado da cama em que estava deitada. Ele pareceu se assustar e rapidamente acordou, se sentando na cama e olhando para mim:
-O que faz acordada à essas horas? -Ele perguntou, passando a mão no rosto
-Como eu vim parar aqui? -Perguntei, sentindo meu peito bater mais forte a cada segundo
-O quê? -Ele me olhou sem intender
-Por quê você me trouxe pra cá?
-Lorena, do que você está falando? -Ele me encarava
-Você me seduziu e me trouxe pra cá, não foi? O que você fez? -Dizia chorando. O homem se levantou da cama, apanhando uma calça de moleton que estava no chão e a vestindo
-Lorena, está tudo bem meu amor? -Ele deu um passo em minha direção e eu fiz um gesto para que ele parasse. Ele parou
-Não me chame de seu amor! Eu nem o conheço! Me deixe em paz! -Gritei, saindo correndo dali
-Lorena sou eu, Luan!


******





****************
RECADINHO
****************

Oie minhas lindas! Como estão? Como prometido, ai está o capítulo de vocês! E ai, gostaram??? Awwwn, vamos admitir, apesar de tudo, Ian foi um fofo se desculpando com a Lorena né? Lu e Lo juntos também são uns amores! Mas e esse final? Será que a Lorena teve mais uma crise de esquecimento? Será que é um sonho? Ou será que dessa vez ela esqueceu definitivamente do Luan???? =( Comentem, comentem que logo, logo teremos mais! Não se esqueçam, quem faz essa fic acontecer são vocês, portanto, deixem a opinião de vocês em relação ao que vai acontecer ai!

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (24/10)

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Capítulo 52 (Luan)

Depois que Lorena teve sua primeira crise de esquecimento, a levei ao hospital logo no dia seguinte. Henrique pediu alguns exames e constatou que o tumor de Lorena estava afetando uma região do cérebro que era responsável pelas memórias.
Foi horrível ter que contar aquilo a ela e, pior ainda ter que a ouvir chorando, dizendo o quanto se sentiria mal se começasse a se esquecer de tudo. Se começasse a se esquecer de mim.

Os dias que se seguiram foram tranquilos. Lorena se sentia melhor, e desde o episódio de Domingo ela não havia tido mais nenhuma crise, porém, se mantinha mais calada do que o normal.
Ela estava no jardim -De toda a casa, aquele era o lugar que ela mais amava- olhando para as tulipas amarelas e as tocando delicadamente. Cada toque parecia vir carregado de muitas lembranças:
-Estou preocupado com ela -Comentei da cozinha, com Manuela, que também a observava enquanto preparava algumas coisas
-Eu sei que está, todos estamos.
-Eu não sei mais o que fazer.
-Você já fez tudo Luan, e ainda faz.
-Sinto que poderia tentar mais... Você tem falado com ela? -Perguntei, a olhando com atenção
-Eu tento, mas, desde a primeira crise de esquecimento, ela tem se fechado muito, não sei o que está acontecendo.
-Vou até lá falar com ela -Disse saindo da cozinha e indo em direção ao jardim. Lorena estava sentada na grama e, calmamente me sentei ao seu lado:
-Tudo bem se eu ficar aqui com você? -Perguntei a analisando
-Problema algum -Ela me olhou sorrindo
-O que está fazendo?
-Gosto de ficar olhando para as tulipas, elas me trazem boas recordações
-Tipo o quê?
-Eu já lhe disse, do nosso casamento, nossa lua de mel, da época em que eu era uma pessoa comum, como todas as outras... -Lágrimas começaram a rolar por seu rosto
-Ei, não chora, está tudo bem -A abracei a mim, usando todas as minhas forças para não chorar junto com ela. Era um momento difícil.
-Não, não está nada bem Luan! -Ela me olhou, seus olhos vermelhos- Eu sei o que vai acontecer, você também sabe, porque ficarmos nos iludindo? Eu vou começar a me esquecer de você e de todos que amo, pouco, a pouco, até não restar mais nenhuma lembrança! -Ela soluçava- Eu vou olhar pra você e não vou fazer ideia de quem seja! E nossa filha? Meu Deus! -Ela disse apavorada- Quando ela nascer, talvez eu nem saiba que ela é minha filha!
-Não diga isso Lorena! -A abracei- Eu sei que não vai se esquecer de mim
-Como pode ter tanta certeza?
-Eu apenas tenho -Beijei sua testa- Tente não pensar nisso, por favor, vai ficar tudo bem
-Tudo bem -Ela suspirou alto- Você não vai mesmo me deixar desistir, não é?
-Não mesmo! Você nunca vai se livrar de mim! -Brinquei, tentando distraí-la
-Não quero me livrar de você -Ela se aconchegou ao meu peito e, ao saboreei ao máximo aquela sensação de tê-la em meus braços, como se não fosse ter uma outra oportunidade de fazer aquilo.
-Luan? -Manuela me chamou
-Sim? -Voltei meu olhar para ela e Lorena também levantou a cabeça, a olhando
-Tem alguém ali na sala o esperando -Ela disse séria
-Quem? -Perguntei pensativo- Não estou esperando ninguém...
-Te garanto que é importante -Ela disse, sua feição ainda muito séria
-Tudo bem, avise que eu já vou -Manuela se virou, sumindo rapidamente do nosso campo de visão- Eu já volto, tudo bem? -Encarei Lorena
-Está tudo bem -Ela sorriu de lado para mim e antes de me levantar, lhe dei um beijo casto nos lábios. Me levantei e caminhei até a sala, e ao ver Ian sentado no sofá, senti todos os músculos do meu corpo se retraírem:
-Que diabos você está fazendo aqui? -Disse furioso
-Sem brigas Luan, a Lo não precisa ver isso -Manuela me orientou
-Eu não vim para brigar -Ian se manifestou- Eu sei que você não me suporta Luan, e adivinhe, eu também não vou muito com a sua cara -Ele me olhava- Mas eu vim em paz, quero apenas conversar com você
-O que você quer? -Fui curto e grosso
-Eu vim ver a Lorena -Aquilo me soou tão surreal que a minha única reação foi rir
-Você só pode estar brincando com a minha cara -O olhei, enquanto ele se levantava do sofá e vinha na minha direção
-Não, não estou -Ele disse, bem próximo a mim:



Não aceitei a provocação e o agarrei pelo colarinho, prestes a acertá-lo com um soco:
-Não Luan! Não faça isso! -Manuela entrou no meio, tentando me separar dele, com muito custo, o soltei- Eu sei que o Ian é insuportável, mas não custa nada ouvi-lo -Manu disse olhando para mim
-Eu já o ouvi Manu e, não, você não vai ver a minha esposa! -Disse
-Você não pode me impedir! Vocês não entendem, eu tenho que falar com ela! -Ele dizia
-E por que eu deveria deixar? 
-Por que eu mudei Luan, e, além disso, eu tenho assuntos inacabados com a Lorena, assuntos que eu preciso por um ponto final ou vou ficar louco!
-Por que vocês estão gritando tanto? -Lorena apareceu na sala, ela estava fraca, mal se mantinha em pé, mas veio do jardim até ali se apoiando nos móveis
-Lo -Caminhei até ela, a apoiando em mim- Você deveria ter me esperado no jardim
-Você estava demorando e, eu quis ver o que estava acontecendo -Ela deu uma olhada ao redor da sala- Ian? -Disse surpresa ao vê-lo
-Oie Lo, como vai? -Ele disse se aproximando e a ajudando a apoiar o outro lado do corpo. Aquilo me matou de raiva, mas me contive. Eu não confiava naquele cara, mas, pelo menos parecia que ele estava preocupado com a Lorena
-Não quer se sentar um pouco? -Perguntei com calma, a ela
-Sim, por favor -Com a ajuda de Ian a levei até o sofá e, depois de se sentar, ela pareceu ficar tomando fôlego durante um bom tempo
-Quer que eu pegue um pouco de água para você Lo? -Manuela perguntou a ela
-Não, eu estou bem -Ela disse respirando fundo- Mas, o que você faz em minha casa Ian?
-Eu vim vê-la, queria falar com você
-Acho que é melhor você vir outro dia -Disse o encarando- A Lorena está cansada, precisa descansar
-Não, eu estou bem -Lorena disse
-Ele tem razão Lorena, você precisa descansar...
-Eu já disse que estou bem, por favor, fique, quero ouvir o que você tem a dizer
-Lorena? -A encarei sem entender e ela pegou minha mão, me mantendo perto dela- Não tem que fazer isso -Murmurei 
-Eu sei, mas é preciso -Ela sorriu, tocando meu rosto- Será que você e a Manu podem me deixar a sós com o Ian? -Olhei de relance para Ian, que agora não esboçava nenhuma reação, Manuela parecia pensar o mesmo que eu- Por favor?
-Tudo bem -Concordei, mas meu coração estava na mão
-Obrigada meu amor -Ela me beijou rapidamente, mas aquilo foi o suficiente para que eu visse a solidão e a angústia nos olhos de Ian
-Estarei na cozinha com a Manu, qualquer coisa nos chame
-Ok -Depois que me retirei da sala com Manuela, não consegui ouvir nada o que eles conversaram depois. [...]










**************
RECADINHO
**************

Boa noite negas!!! Sei que já faz um tempão que estou devendo este capítulo para vocês =/ Peço perdão, o colégio não está facilitando para mim, mas prometo tentar me organizar para postar kkkkk
E ai, o que acharam desse capítulo???? É inevitável que a Lo esqueça suas memórias que tem com o Luan ou com a sua família, mas será que isso vai acontecer???? E o que o Ian quer tanto falar com ela??????? Comenteeeeeeeeem que logo, logo tem mais capítulos! Bjssss, Nati.

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (17/10)


Há! E eu super indico essa fic super linda da Manoela Ribeiro! ► http://fanficportodaaminhavida.blogspot.com.br/ ◄ Vocês vão adorar!!!