quinta-feira, 12 de novembro de 2015

EPÍLOGO

Depois do velório de Lorena, lembro que tudo o que eu mais queria, era poder parar de pensar tanto nela, o que era impossível para mim. Ficar em nossa casa me sufocava e parecia que todo aquele silêncio e solidão estavam me matando pouco a pouco. Um mês depois, quando voltei a cantar, percebi que havia feito a coisa certa. Minha vida ainda era um vazio imenso, mas o carinho e o amor que meus fãs me davam me faziam sentir um pouco mais confortável. Mesmo depois de tanto tempo afastado, eles ainda estavam lá, torcendo e cantando comigo.
A vida estava voltando ao seu curso normal aos poucos. Bruna e Henrique haviam marcado a data do casamento para o fim do ano, meus pais e os avós de Lorena estavam bem, Susi também estava tentando seguir com a vida, ela havia voltado a trabalhar, como empresária de outras novas atrizes e ela estava muito feliz com essa nova fase, Manuela havia começado a namorar com um produtor musical que ela havia conhecido em minha casa e também estava muito bem. Quanto a minha filha, ela estava bem. Depois de passar três meses na incubadora, Nicole finalmente pôde voltar para casa. Ela ficou na casa dos meus pais, mas todos os dias, Ester, Olavo e Susi estavam por lá para visitá-la, além de claro, Manuela, que eu havia escolhido para ser sua madrinha.
Não quero que pensem que eu não amava minha filha, porque isso não seria verdade. Depois que ela voltou para casa, eu simplesmente aumentei minha agenda de shows, tudo para que eu pudesse ficar o mais longe possível de casa. Repito, não que eu não amasse minha filha, porque tudo o que eu fazia, fazia pensando nela, mas, por outro lado, vê-la me trazia recordações da Lorena e, nesses momentos, eu me sentia péssimo. Apesar dos olhinhos verdes e dos cabelos castanhos como o mel, Nicole se parecia muito com a mãe e, a cada dia que passava, eu tinha mais certeza disso. Não que eu não quisesse recordar, porque as vezes, me pegar pensando nos momentos bons que havia passado ao lado de Lorena eram o meu único refúgio, mas também, minha fraqueza, eu simplesmente não estava pronto para olhar para a minha filha e aceitar tudo o que estava acontecendo, apenas não conseguia.
Depois de quase três meses fora de casa, eu retornei. Não havia ido para minha casa. Ao invés disso, fui para a casa dos meus pais, estava com saudades deles, de todos:
-Luan -Minha mãe me recebeu a porta, me abraçando com força- Como vai meu querido? -Ela sussurrou no meu ouvido
-Oie mãe, eu estou bem
-Filho! Que bom te ver aqui! -Meu pai também chegou me abraçando- Sentimos sua falta...
-Eu também senti pai -Depois que entramos, nos sentamos a mesa para jantar. Eles perguntaram sobre minha turnê, sobre os shows, como haviam sido esses últimos meses, mas eu sabia que lá no fundo, eles só queriam saber se eu realmente estava bem:
-Onde está a Bruna? -Perguntei
-Ela saiu com o Henrique, acho que vão passar a noite fora -Minha mãe comentou, a animação estampada em seus olhos
-O quê? -Disse questionador, encarando os dois
-Porque a surpresa Luan? Lorena sempre me contava que você adorava levá-la para passeios assim, sua irmã já é uma mulher, sabe se cuidar -Minha mãe comentou e eu apenas abaixei minha cabeça em silêncio, levou apenas alguns segundos para que ela percebesse o que havia acontecido- Me desculpe filho, eu falei sem pensar -Ela me encarou sem jeito
-Tudo bem mãe, é que eu me sinto estranho quando ouço alguém falar nela, é como se tudo tivesse acontecido a muito tempo e só fazem três meses -Disse melancólico
-Por falar nisso, não quer ver a Nick, ela está tão linda! -Minha mãe me olhava com um grande sorriso
-Na verdade acho que vou dormir, estou um pouco cansado
-Mas filho, são só alguns minutinhos, não a quer pegar no colo um pouco?
-Talvez amanhã mãe, hoje eu estou muito cansado... Aliás, está faltando alguma coisa pra ela? Sabem que se ela precisar de qualquer coisa, vocês devem procurar a mim
-Na verdade, está sim
-O quê? A Arleidy não passou o dinheiro para vocês no último mês?
-Luan, o que está faltando a sua filha, dinheiro nenhum pode comprar e você sabe muito bem o que é! -Minha mãe se levantou magoada da mesa, subindo para seu quarto
-Do que ela está falando? -Encarei meu pai sem entender
-A Nicole só tem três meses Luan, você acha mesmo que ela se importa com o tanto de dinheiro que você manda pra ela? Falta amor, amor de pai, isso, ninguém nunca vai poder dar a ela, só você mesmo -Meu pai também se levantou, pelo seu silêncio, percebi que ele também estava chateado comigo.
Depois de alguns minutos na cozinha refletindo sobre aquilo, subi para o meu quarto, que ainda estava do jeitinho que eu havia deixado quando me casei com Lorena. Peguei uma toalha e fui para o chuveiro. Enquanto a água caia sobre mim, me peguei pensando no que meus pais haviam me dito. Amor de pai. Aquelas palavras martelavam em minha cabeça, mas de alguma forma, eu não conseguia encontrar um sentido para elas. Depois do banho, peguei uma bermuda no guarda-roupas e me deitei em minha cama. Estava sem sono, então resolvi ficar um pouco no twitter, falando com as minhas neguinhas. Elas sabiam que eu estava em casa e, a maioria me mandava mensagens, me perguntando sobre a Nicole e me implorando para que eu postasse uma foto com ela. Por alguma razão aquilo me deixou um pouco desconfortável, enrolei, dizendo que ela estava sempre dormindo, mas que depois tiraria uma foto dela para que minhas negas pudessem vê-la. Já se passavam das 23:30 quando ouvi minha pequena chorar no quarto ao lado. Esperei, pensando que minha mãe fosse aparecer para levar uma mamadeira para ela ou algo assim, mas vários minutos se passaram e minha pequena ainda continuava a chorar. Respirei fundo, e me levantei da minha cama, destranquei a porta e fui até o quarto de visitas que ficava ao lado do meu, onde agora ficava o quartinho da Nick. Quando abri a porta, a encontrei chorando, mexendo com os bracinhos e as perninhas dentro do berço. Sem pensar duas vezes, a peguei com todo o cuidado do mundo e a abracei junto ao meu corpo, como se tivesse jogado água em uma chama, ela foi se acalmando aos poucos. Me sentei em um sofá que havia ali, com ela ainda em meus braços. Seu rostinho ia se suavizando aos poucos, até ela já estar bem calminha e ficar parada me olhando, com aqueles incríveis olhinhos verdes:
-Tá mais calma pequena? -Perguntei para ela com um timbre de voz engraçado e, por alguma razão, ela sorriu rapidamente para mim. Eu nunca a havia segurado antes, nunca havia parado para a observar direito, mas agora, com ela em meus braços, ela havia ficado mais parecida ainda com a Lorena. Uma lágrima insistiu em rolar por meu rosto- Você se parece tanto com ela, sabia? -Balbuciei, minha voz embargada. Enquanto falava, minha pequena apenas me observava- Eu sei que eu estive ausente, mas não pense que eu não te amo, sua mãe e eu esperamos tanto por você -Meus olhos se encheram de lágrimas- Você me faz pensar nela e esse foi um dos motivos de eu ter me afastado de você, eu sei  que não é sua culpa, eu só tenho medo de... de não conseguir fazer nada direito sem ela, de não ser o pai que você precisa que eu seja, de não conseguir suprir a falta da sua mãe -Chorava, Nicole, em toda sua inocência, brincava com sua mãozinha, alheia a tudo o que estava dizendo
-Você vai ser um ótimo pai meu filho, eu não tenho dúvidas disso -Minha mãe disse encostada na porta
-A quanto tempo está ai? -Sequei meu rosto com as costas da mão
-Tempo suficiente para saber que ainda não é tarde pra você -Ela olhou para a Nicole em meu colo- Finalmente você a pegou, em? -Me lançou um sorriso
-Ela estava chorando, não podia deixar. Onde a senhora estava que não ouviu?
-Quem disse que eu não ouvi? -Ela se sentou ao meu lado
-Espera, a senhora...
-Eu escutei a Nick chorar Luan, ela acorda todos os dias a essa hora, só queria saber se você se levantaria e viria até aqui ficar com sua filha
-Eu passei tanto tempo ausente... -Me lamentei, olhando para o anjinho em meus braços
-Isso é verdade, mas ela ainda é uma bebê, não é tarde demais para corrigir os erros
-Eu não acho que tenha forças pra continuar mãe
-Claro que tem! Você tem sua filha, tem a mim e a seu pai, sua irmã, a família da Lorena... todos nós estamos aqui para ajudá-lo!
-Eu sinto tanta falta dela -Voltei a chorar- Eu só queria que ela estivesse aqui para me dizer o que fazer, para que me ajudasse a cuidar da nossa filha, eu a amava mãe! -Olhei para ela com os olhos completamente inundados
-Todos nós a amávamos meu filho, mas você está aqui e tem um filhinha que precisa de você
-Eu sei mãe
-Eu trouxe a mamadeira dela, você gostaria de dar a ela?
-Claro -Minha mãe me entregou a mamadeira e me ajudou a arrumar a Nick direitinho em meus braços. Ela mamou tudo e eu fiquei encantado com aquilo. Depois a coloquei no berço e não demorou muito para que ela adormecesse profundamente. Ela era a coisinha mais linda que eu já havia visto em toda a minha vida:


-Ela é linda, não é? -Minha mãe olhou para mim
-É, é sim -Disse todo babão, a observando
-Eu sei que está com medo, mas hoje, você deu uma grande passo Luan, estou orgulhosa de você -Minha mãe me olhou emocionada e tudo o que eu consegui fazer foi abraçá-la com força, chorando em seu ombro, enquanto olhava para o bercinho da minha pequena, sabendo que dali em diante, muitas coisas iriam mudar. Minha primeira atitude, foi diminuir minha agenda de shows, agora de vinte em vinte dias eu estava em casa, acompanhando aos poucos o crescimento da minha filha.

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4 ANOS DEPOIS (AGORA) ...

Ainda estava em meu quarto, com o porta-retratos com a foto de Lorena em minhas mãos, relembrando nossa história, quando Bruna entrou:
-Oi -Ela me olhou- Posso entrar? -Apenas balancei a cabeça em afirmativa. Ela caminhou em silêncio até mim e se sentou ao meu lado na cama- O que está fazendo?
-Relembrando -Disse melancólico
-Eu sei que é uma data chata pra você Pi, afinal, hoje completam quatro anos sem ela
-É, mas por outro lado, minha princesinha também está completando quatro aninhos -Disse, a tristeza dando lugar a um sorriso
-Aliás, como você conseguiu convencê-la a tirar aquelas botinhas rosas de borracha? -Buna me olhou séria, como se quisesse descobrir um segredo
-Eu apenas pedi a ela que tirasse
-Eu e Susi tentamos milhões de vezes fazer com que ela tirasse aquilo, mas apenas você conseguiu, é, acho que você está tirando de letra o trabalho de ser pai
-Não é um trabalho para mim, aliás, quando você e o Henrique vão dar um primo ou uma prima a ela?
-Você sabe que eu e o Henrique ainda queremos aproveitar mais a vida antes de termos filhos Luan
-Eu sei disso, mas a Nick anda me cobrando, então, resolvi perguntar
-Ela anda dizendo isso?
-Sempre que me vê! -Ri
-Tenho que ter uma conversa com ela -Bruna sorriu- E então, vamos? Todos estão te esperando
-Pode me dar alguns minutos?
-Quantos precisar Lu -Bruna beijou meu rosto e saiu do quarto. Voltei meu olhar para a fotografia de Lorena, olhando bem para o seu rosto, seus cabelos, seus olhos, para seu sorriso... Eu ainda tinha sua aparência viva em minha mente- Quatro anos meu amor -Sussurrei- Sinto sua falta -Peguei o porta-retratos e o coloquei sobre o criado mudo, saindo do quarto e descendo para a sala, onde todos me esperavam para irmos para o cemitério. Todos os anos, na data de sua morte, nos reuníamos para lhe fazer uma homenagem, toda a família e nossos amigos mais próximos, até Ian aparecia. Ele havia se casado com uma colega, que havia ido com ele para os Estados Unidos, mas, apesar da distância, todos os anos, ele vinha para prestar sua homenagem a Lorena. Certo, confesso que eu e ele nunca nos demos muito bem, mas, depois de tudo, eu comecei a perceber que ele realmente havia mudado, que era um novo homem. Eu cantava Te Vivo e Te Esperando, que eram as duas músicas minhas que ela mais amava e, depois de tudo aquilo, voltávamos para casa.
Sempre que estava na cidade, Nicole ficava em casa comigo, somente quando viaja ela voltava para a casa dos meus pais, passando alguns dias na casa de Susi e de seus bisavós também.
Quando cheguei em casa, tomei um banho e troquei de roupa, enquanto Susi cuidava da Nicole para mim. Todos os outros já haviam ido embora.
Fui até a cozinha e encontrei Susi sentada a mesa foleando uma revista:
-Desculpe a demora -Disse parando para observá-la
-Tudo bem -Ela me olhou, fechando a revista e a jogando sobre a mesa- A Nicole já jantou, já tomou banho e está no quarto brincando
-Obrigado
-Luan, será que você pode se sentar um pouco? Queria conversar com você
-Claro -Puxei uma cadeira, me sentando a seu lado- Algum problema?
-Na verdade não -Ela pegou sua bolsa e lá dentro retirou uma pequena caixa- Isso era da Lorena -Ela me entregou
-O que é isso?
-Veja você mesmo -Ela disse apontando para a caixa e eu a abri. A caixa continha alguns objetos que pertenciam a Lorena, alguns papéis, o diário que ela vinha escrevendo quando faleceu, a pulseira que eu havia dado a ela para simbolizar nosso amor. Toda a nossa história estava ali dentro:
-Eu encontrei isso a alguns dias, estava lá em casa, acho que acabei pegando por engano enquanto organizava as coisas da Lo -Eu não dizia nada, apenas ficava olhando para aquela caixa- Achei que deveria ficar com você -Ela se levantou, colocando sua mão sobre meu ombro- Boa noite Luan, dê um beijo na Nicole por mim -Ela sorriu e depois saiu, segundos depois ouvi a porta principal se fechar.
Ainda sem saber o que fazer, comecei a revirar aqueles objetos que me traziam tantas lembranças, a cada objeto que encontrava, uma nova história ressurgia. Fiquei surpreso ao perceber que ela havia guardado rosas e diferentes flores que havia dado a ela enquanto namorávamos. Sua pulseira. O diário com todas as suas memórias. Mas havia algo ali que eu ainda não havia visto. Uma carta, ainda lacrada, contento as palavras: "Para o homem da minha vida". Era para mim. Sentindo o coração bater mais forte, abri o envelope e retirei a carta, sentindo seu perfume e depois a lendo:

"Querido Luan,
Se estiver lendo isso, é porque eu já não estou mais ao seu lado. 
Não lhe falei sobre a existência dessa carta, porque simplesmente queria que você a encontrasse no momento certo, por isso, a escrevi e a guardei em uma pequena caixa, com tantos outros objetos que simbolizam o nosso amor.
Espero que esteja bem e que esteja cumprindo com o nosso combinado de ser feliz, se lembra?
Quanto a nossa filha, sei que ela não poderia ter tido um pai melhor e sei que você é capaz de fazer tudo por ela.
Sei que deve estar sendo difícil para você, mas não se preocupe comigo, eu estou bem agora. Se preocupe com você, com sua felicidade. Você me fez tão feliz Luan, acho que seria egoísmo meu não permitir que outra pessoa conhecesse essa felicidade. Eu te conheço bem e, sei que não vai se entregar novamente a qualquer pessoa. Não importa quanto tempo leve, desde que você se apaixone de novo, está bem?
Não pense que vou te dar conselhos aqui, porque não farei isso, continue a fazer o que esta fazendo, você está indo muito.

Com muito amor, 
Lorena."


Quando terminei de ler aquela carta, meus olhos transbordavam, mas por outro lado, eu sentia um grande alívio no meu coração. Coloquei a carta com os outros objetos novamente na caixa e fui para o meu quarto, onde a coloquei em cima do criado mudo, ao lado do porta-retratos. Quando a saudade apertasse, agora eu teria um consolo.
Decidi ver o que Nicole estava fazendo, então fui até seu quarto. Quando abri a porta, a vi sentada na mesinha em que ela fazia seus deveres de casa e brincava, com vários lápis de colorir ao seu lado, ela parecia estar desenhando algo:
-Oi filha -Disse e ela pareceu se assustar, se levantando rapidamente e escondendo o papel atrás de si- O que está fazendo?
-Nada -Ela disse séria, como se eu não pudesse ver o papel que estava em suas mãos
-O que é isso que você está segurando?
-Nada papai -Ela disse balançando a cabeça
-Vamos, me deixe ver -Ainda um pouco relutante, ela me entregou o papel e eu fiquei encantado com o que ela havia feito:


-Você fez isso? -A olhei e ela apenas fez que sim com a cabeça
-O senhor ficou triste? -Ela perguntou 
-Porque eu ficaria triste? -A encarei sem entender
-O senhor sempre fica triste quando falam na mamãe -Ela disse tristinha
-Não querida, eu não fiquei triste, pelo contrário, eu gostei muito do seu desenho. Alguém te ajudou?
-A vovó Susi me ajudou a escrever
-Ficou lindo! Pode me contar o que você fez aqui? -Me abaixei e ela pegou o papel, me mostrando o que havia desenhado
-Aqui somos nos três, o senhor, a mamãe e eu, a mamãe tem asas porque a vovó Susi me disse que ela virou um anjo, que está sempre por perto pra me proteger. E essa casinha aqui nas nuvens -Ela apontava com o dedinho- é da mamãe, a vovó Susi também me disse que ela mora lá agora, fiz muitas flores também, a vovó me disse que ela adorava flores -Tive que me segurar para não chorar, vendo o jeitinho carinhoso que ela se referia a mãe
-Ficou maravilhoso querida, o que acha de colocarmos esse desenho em uma moldura? -Perguntei a ela que me olhou animada
-Vai ficar lindo papai, ai o senhor vai poder colocá-lo em seu quarto
-Vou fazer isso, mas amanhã, agora você tem que dormir, já está tarde -Ela revirou os olhinhos
-Tudo bem -Ela foi para a cama e eu me aproximei, a cobrindo e me sentando ao seu lado- Papai?
-Sim?
-Eu te amo -Ela disse me olhando com seus lindos olhinhos verdes
-Eu também te amo filha, amo mais que tudo nesse mundo -Beijei a testa dela
-Papai, posso perguntar uma coisa? -Ela disse receosa
-O que você quiser
-Um dia eu vou ver a mamãe? -Ela disse tristonha
-Vai sim, um dia todos nós vamos vê-la de novo
-O senhor sente saudades dela? -Nicole perguntava de um jeito que me fazia pensar que ela tinha mais que quatro anos
-Sinto, todos os dias, mas eu tenho você, que me faz muito feliz. Será que eu posso dormir aqui com você hoje?
-Claro que pode papai! -Ela chegou para o lado e eu me deitei, a abraçando a mim
-Sua mãe te amava muito, sabia? -Sussurrei em seu ouvido, acariciando seus cabelos, rapidamente ela se virou para me olhar
-Eu também amo muito ela. 
Daquele dia em diante, eu finalmente percebi que todas as coisas acontecem com um propósito. Eu tive que conhecer a Lorena para que ela me ensinasse o que era o amor verdadeiro e me desse uma filha linda, mas também tive que perdê-la para que pudesse aprender a ser forte e cuidar da minha pequena. Eu ainda sinto falta dela, mas uma saudade boa, lembranças dos tempos felizes que tivemos, mas hoje construo essas memórias com nossa filha, que a cada dia está mais linda. Eu amo a Lorena, sempre vou amá-la e graças a ela, eu finalmente entendi o conceito de ser feliz e, por isso, eu vou ser grato a ela até o último dia da minha vida.

FIM

11 comentários:

  1. Você sempre me surpreende Nath! Perdi as contas de quantas fanfic's li suas, mas se não me engano, foram todas, acho que lá desde os seus 14 aninhos, e você sempre demonstrando essa inteligência incrível. Agora o que dizer dessa fanfic? Muito emocionante, maravilhoso! Sou suspeita em falar, amo dramas assim.. meus parabéns! Você é muito boa no que faz!

    Giovanna Simon

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    1. Awwwn Gi, muito obrigada! Você sabe que um elogio desses vindo de você, é como ganhar um premio. Obrigada, obrigada, você sabe que foi graças a você que eu comecei a escrever, né? Obrigada por ser uma das minhas maiores inspirações, beeeeijos Gi, obg por tudo! ♥
      Nati

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  2. Nath vc arrasou... mostrou pra gente que devemos viver cada momento como sendo o último, que devemos nos apaixonar e viver essa paixão intensamente, mesmo que o desfecho dessa história a gente já saiba... Me apaixonei por cada parágrafo, cada linha e cada palavra dessa história de amor arrebatadora, vou guarda-los pra sempre no meu coração, juntamente com a emoção que sempre senti - e que permite que me tomasse em forma de lágrimas - quando terminei de ler esse epílogo... Muito obrigada por nos proporcionar uma história tão linda e intensa como essa!

    Ps: A Nick é a coisa mais lindaa rsrsrs!

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    1. Oieeee Vi! Obrigada por me acompanhar desde o começo! *-* Fico feliz que você tenha entendido o objetivo da fanfic e que ela tenha se tornado especial para você! Obrigada por tudo linda!
      beijos Nati.

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  3. Vou te confessar q foi o melhor capítulo da fanfic inteira, na minha opinião! Amei! Vai ter outra?

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    1. Obrigada, que bom que você gostou! *-*
      Infelizmente, não terá outra fic, está foi a última que escrevi :( mas espero que ela tenha sido especial para você, obrigada por acompanhar! beijos, Nati.

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  4. Nath eu amei esta historia,ela foi linda,elas nos mostrou o verdadeiro amor,q ele esteve com ela ate seus ultimos momentos q ele n desistiu ele com certeza cumpriu aquela frase do casamento na saúde e na doença ate q a morte nos separe,é um amor muito lindo muito surreal q esta faltando nos dias de hoje um dia quero sentir esse amor.
    Nath vc me fez viajar nesta historia e eu espero q vc possa fazer mais historias marcantes,emocionante como vc faz pq vc é uma otima escritora e quando vc fazer outra pode contar comigo q eu vou estar te esperando bjs ate a proxima

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    1. Ops esqueci meu nome kkk
      Cátia

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    2. Awn Cátia, você é uma fofa! Desde o primeiro capítulo sempre firme e forte aqui! *-*
      Fico mega feliz em saber que você curtiu a fanfic e que ela ganhou um lugarzinho especial no seu coração.
      Obrigada por sempre estar por aqui, me incentivando com seus comentários e me dando forçar pra continuar, obrigada por tudo mesmo!
      Beeeijos e abraços,
      Nati.

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  5. Parabéns Nath, você tem o dom de escrever muuuuito bem, chorei lendo esse capítulo, vou confessar que me apeguei a essa história. Achei tão envolvente sabe? Ai, tô sem palavras até... O jeito em que apesar da doença o Luan continuou do lado dela, o amor que um sentia pelo outro... Achei bem "mágico". Amei, amei e amei.

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    1. Obrigada Alice! Fico mega feliz em saber que minha fic te encantou *-*
      Obrigada por sempre acompanhar linda e obrigada pelo comentário, lindas palavras!
      Beijos, nati!

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