sábado, 14 de novembro de 2015

AGRADECIMENTOS

Olá negas! Infelizmente nossa fanfic chegou ao fim, devo dizer que foi maravilhoso escrevê-la, cada capítulo, cada parágrafo, cada linha, cada palavra, tudo significou muito para mim.
Obrigada a todas vocês que me acompanharam desde o começo, sei que muitas de vocês estão comigo desde a minha primeira fanfic!
Obrigada também pelos comentários maravilhosos, pelos elogios e também pelas criticas, todos vocês me ajudaram a crescer e a escrever toda essa história.
Muitas me perguntaram se eu continuaria a escrever, vou ser sincera com vocês, eu estava pensando em fazer uma continuação para essa fanfic, contando como seria a vida do Luan e da Nicole em alguns anos, até já estava com tudo planejado na minha cabeça, mas, ano que vem, é meu último ano no colegial, vou prestar vestibular e quase não vou ter tempo para me dedicar a escrita, que é o que eu mais amo fazer no mundo.
O que quero dizer, é que está foi a minha última fanfic, e é com um grande aperto no coração, que vou encerrando minha carreira por aqui. 
Espero do fundo do meu coração que vocês tenham se apaixonado por cada história, assim como eu me apaixonei e que tenham reservado um lugarzinho no coração de vocês para cada uma delas, de verdade, não sei nem como agradecer vocês pelo carinho e por me acompanharem durante tanto tempo, obrigada, obrigada! 
Não vou dizer Adeus, porque eu odeio despedidas, vamos dizer apenas um até logo, ok? Sim, a fanfic acabou, mas nossa amizade ainda vai continuar.

Há! E se por acaso a saudade bater, vocês podem acessar o link das minhas outras fics e as lerem quantas vezes quiserem:
TE VIVO: ► http://fcnegasdols.blogspot.com.br/ ◄
E EU SEMPRE AMAREI VOCÊ: ► http://fcnegasdols2.blogspot.com.br/ ◄
NÃO ERA UM ANJO. ERA VOCÊ: ► http://fcnegasdols3.blogspot.com.br/ ◄

Até logo neguxas.
beijos e abraços,
Natalia Aparecida.


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

EPÍLOGO

Depois do velório de Lorena, lembro que tudo o que eu mais queria, era poder parar de pensar tanto nela, o que era impossível para mim. Ficar em nossa casa me sufocava e parecia que todo aquele silêncio e solidão estavam me matando pouco a pouco. Um mês depois, quando voltei a cantar, percebi que havia feito a coisa certa. Minha vida ainda era um vazio imenso, mas o carinho e o amor que meus fãs me davam me faziam sentir um pouco mais confortável. Mesmo depois de tanto tempo afastado, eles ainda estavam lá, torcendo e cantando comigo.
A vida estava voltando ao seu curso normal aos poucos. Bruna e Henrique haviam marcado a data do casamento para o fim do ano, meus pais e os avós de Lorena estavam bem, Susi também estava tentando seguir com a vida, ela havia voltado a trabalhar, como empresária de outras novas atrizes e ela estava muito feliz com essa nova fase, Manuela havia começado a namorar com um produtor musical que ela havia conhecido em minha casa e também estava muito bem. Quanto a minha filha, ela estava bem. Depois de passar três meses na incubadora, Nicole finalmente pôde voltar para casa. Ela ficou na casa dos meus pais, mas todos os dias, Ester, Olavo e Susi estavam por lá para visitá-la, além de claro, Manuela, que eu havia escolhido para ser sua madrinha.
Não quero que pensem que eu não amava minha filha, porque isso não seria verdade. Depois que ela voltou para casa, eu simplesmente aumentei minha agenda de shows, tudo para que eu pudesse ficar o mais longe possível de casa. Repito, não que eu não amasse minha filha, porque tudo o que eu fazia, fazia pensando nela, mas, por outro lado, vê-la me trazia recordações da Lorena e, nesses momentos, eu me sentia péssimo. Apesar dos olhinhos verdes e dos cabelos castanhos como o mel, Nicole se parecia muito com a mãe e, a cada dia que passava, eu tinha mais certeza disso. Não que eu não quisesse recordar, porque as vezes, me pegar pensando nos momentos bons que havia passado ao lado de Lorena eram o meu único refúgio, mas também, minha fraqueza, eu simplesmente não estava pronto para olhar para a minha filha e aceitar tudo o que estava acontecendo, apenas não conseguia.
Depois de quase três meses fora de casa, eu retornei. Não havia ido para minha casa. Ao invés disso, fui para a casa dos meus pais, estava com saudades deles, de todos:
-Luan -Minha mãe me recebeu a porta, me abraçando com força- Como vai meu querido? -Ela sussurrou no meu ouvido
-Oie mãe, eu estou bem
-Filho! Que bom te ver aqui! -Meu pai também chegou me abraçando- Sentimos sua falta...
-Eu também senti pai -Depois que entramos, nos sentamos a mesa para jantar. Eles perguntaram sobre minha turnê, sobre os shows, como haviam sido esses últimos meses, mas eu sabia que lá no fundo, eles só queriam saber se eu realmente estava bem:
-Onde está a Bruna? -Perguntei
-Ela saiu com o Henrique, acho que vão passar a noite fora -Minha mãe comentou, a animação estampada em seus olhos
-O quê? -Disse questionador, encarando os dois
-Porque a surpresa Luan? Lorena sempre me contava que você adorava levá-la para passeios assim, sua irmã já é uma mulher, sabe se cuidar -Minha mãe comentou e eu apenas abaixei minha cabeça em silêncio, levou apenas alguns segundos para que ela percebesse o que havia acontecido- Me desculpe filho, eu falei sem pensar -Ela me encarou sem jeito
-Tudo bem mãe, é que eu me sinto estranho quando ouço alguém falar nela, é como se tudo tivesse acontecido a muito tempo e só fazem três meses -Disse melancólico
-Por falar nisso, não quer ver a Nick, ela está tão linda! -Minha mãe me olhava com um grande sorriso
-Na verdade acho que vou dormir, estou um pouco cansado
-Mas filho, são só alguns minutinhos, não a quer pegar no colo um pouco?
-Talvez amanhã mãe, hoje eu estou muito cansado... Aliás, está faltando alguma coisa pra ela? Sabem que se ela precisar de qualquer coisa, vocês devem procurar a mim
-Na verdade, está sim
-O quê? A Arleidy não passou o dinheiro para vocês no último mês?
-Luan, o que está faltando a sua filha, dinheiro nenhum pode comprar e você sabe muito bem o que é! -Minha mãe se levantou magoada da mesa, subindo para seu quarto
-Do que ela está falando? -Encarei meu pai sem entender
-A Nicole só tem três meses Luan, você acha mesmo que ela se importa com o tanto de dinheiro que você manda pra ela? Falta amor, amor de pai, isso, ninguém nunca vai poder dar a ela, só você mesmo -Meu pai também se levantou, pelo seu silêncio, percebi que ele também estava chateado comigo.
Depois de alguns minutos na cozinha refletindo sobre aquilo, subi para o meu quarto, que ainda estava do jeitinho que eu havia deixado quando me casei com Lorena. Peguei uma toalha e fui para o chuveiro. Enquanto a água caia sobre mim, me peguei pensando no que meus pais haviam me dito. Amor de pai. Aquelas palavras martelavam em minha cabeça, mas de alguma forma, eu não conseguia encontrar um sentido para elas. Depois do banho, peguei uma bermuda no guarda-roupas e me deitei em minha cama. Estava sem sono, então resolvi ficar um pouco no twitter, falando com as minhas neguinhas. Elas sabiam que eu estava em casa e, a maioria me mandava mensagens, me perguntando sobre a Nicole e me implorando para que eu postasse uma foto com ela. Por alguma razão aquilo me deixou um pouco desconfortável, enrolei, dizendo que ela estava sempre dormindo, mas que depois tiraria uma foto dela para que minhas negas pudessem vê-la. Já se passavam das 23:30 quando ouvi minha pequena chorar no quarto ao lado. Esperei, pensando que minha mãe fosse aparecer para levar uma mamadeira para ela ou algo assim, mas vários minutos se passaram e minha pequena ainda continuava a chorar. Respirei fundo, e me levantei da minha cama, destranquei a porta e fui até o quarto de visitas que ficava ao lado do meu, onde agora ficava o quartinho da Nick. Quando abri a porta, a encontrei chorando, mexendo com os bracinhos e as perninhas dentro do berço. Sem pensar duas vezes, a peguei com todo o cuidado do mundo e a abracei junto ao meu corpo, como se tivesse jogado água em uma chama, ela foi se acalmando aos poucos. Me sentei em um sofá que havia ali, com ela ainda em meus braços. Seu rostinho ia se suavizando aos poucos, até ela já estar bem calminha e ficar parada me olhando, com aqueles incríveis olhinhos verdes:
-Tá mais calma pequena? -Perguntei para ela com um timbre de voz engraçado e, por alguma razão, ela sorriu rapidamente para mim. Eu nunca a havia segurado antes, nunca havia parado para a observar direito, mas agora, com ela em meus braços, ela havia ficado mais parecida ainda com a Lorena. Uma lágrima insistiu em rolar por meu rosto- Você se parece tanto com ela, sabia? -Balbuciei, minha voz embargada. Enquanto falava, minha pequena apenas me observava- Eu sei que eu estive ausente, mas não pense que eu não te amo, sua mãe e eu esperamos tanto por você -Meus olhos se encheram de lágrimas- Você me faz pensar nela e esse foi um dos motivos de eu ter me afastado de você, eu sei  que não é sua culpa, eu só tenho medo de... de não conseguir fazer nada direito sem ela, de não ser o pai que você precisa que eu seja, de não conseguir suprir a falta da sua mãe -Chorava, Nicole, em toda sua inocência, brincava com sua mãozinha, alheia a tudo o que estava dizendo
-Você vai ser um ótimo pai meu filho, eu não tenho dúvidas disso -Minha mãe disse encostada na porta
-A quanto tempo está ai? -Sequei meu rosto com as costas da mão
-Tempo suficiente para saber que ainda não é tarde pra você -Ela olhou para a Nicole em meu colo- Finalmente você a pegou, em? -Me lançou um sorriso
-Ela estava chorando, não podia deixar. Onde a senhora estava que não ouviu?
-Quem disse que eu não ouvi? -Ela se sentou ao meu lado
-Espera, a senhora...
-Eu escutei a Nick chorar Luan, ela acorda todos os dias a essa hora, só queria saber se você se levantaria e viria até aqui ficar com sua filha
-Eu passei tanto tempo ausente... -Me lamentei, olhando para o anjinho em meus braços
-Isso é verdade, mas ela ainda é uma bebê, não é tarde demais para corrigir os erros
-Eu não acho que tenha forças pra continuar mãe
-Claro que tem! Você tem sua filha, tem a mim e a seu pai, sua irmã, a família da Lorena... todos nós estamos aqui para ajudá-lo!
-Eu sinto tanta falta dela -Voltei a chorar- Eu só queria que ela estivesse aqui para me dizer o que fazer, para que me ajudasse a cuidar da nossa filha, eu a amava mãe! -Olhei para ela com os olhos completamente inundados
-Todos nós a amávamos meu filho, mas você está aqui e tem um filhinha que precisa de você
-Eu sei mãe
-Eu trouxe a mamadeira dela, você gostaria de dar a ela?
-Claro -Minha mãe me entregou a mamadeira e me ajudou a arrumar a Nick direitinho em meus braços. Ela mamou tudo e eu fiquei encantado com aquilo. Depois a coloquei no berço e não demorou muito para que ela adormecesse profundamente. Ela era a coisinha mais linda que eu já havia visto em toda a minha vida:


-Ela é linda, não é? -Minha mãe olhou para mim
-É, é sim -Disse todo babão, a observando
-Eu sei que está com medo, mas hoje, você deu uma grande passo Luan, estou orgulhosa de você -Minha mãe me olhou emocionada e tudo o que eu consegui fazer foi abraçá-la com força, chorando em seu ombro, enquanto olhava para o bercinho da minha pequena, sabendo que dali em diante, muitas coisas iriam mudar. Minha primeira atitude, foi diminuir minha agenda de shows, agora de vinte em vinte dias eu estava em casa, acompanhando aos poucos o crescimento da minha filha.

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4 ANOS DEPOIS (AGORA) ...

Ainda estava em meu quarto, com o porta-retratos com a foto de Lorena em minhas mãos, relembrando nossa história, quando Bruna entrou:
-Oi -Ela me olhou- Posso entrar? -Apenas balancei a cabeça em afirmativa. Ela caminhou em silêncio até mim e se sentou ao meu lado na cama- O que está fazendo?
-Relembrando -Disse melancólico
-Eu sei que é uma data chata pra você Pi, afinal, hoje completam quatro anos sem ela
-É, mas por outro lado, minha princesinha também está completando quatro aninhos -Disse, a tristeza dando lugar a um sorriso
-Aliás, como você conseguiu convencê-la a tirar aquelas botinhas rosas de borracha? -Buna me olhou séria, como se quisesse descobrir um segredo
-Eu apenas pedi a ela que tirasse
-Eu e Susi tentamos milhões de vezes fazer com que ela tirasse aquilo, mas apenas você conseguiu, é, acho que você está tirando de letra o trabalho de ser pai
-Não é um trabalho para mim, aliás, quando você e o Henrique vão dar um primo ou uma prima a ela?
-Você sabe que eu e o Henrique ainda queremos aproveitar mais a vida antes de termos filhos Luan
-Eu sei disso, mas a Nick anda me cobrando, então, resolvi perguntar
-Ela anda dizendo isso?
-Sempre que me vê! -Ri
-Tenho que ter uma conversa com ela -Bruna sorriu- E então, vamos? Todos estão te esperando
-Pode me dar alguns minutos?
-Quantos precisar Lu -Bruna beijou meu rosto e saiu do quarto. Voltei meu olhar para a fotografia de Lorena, olhando bem para o seu rosto, seus cabelos, seus olhos, para seu sorriso... Eu ainda tinha sua aparência viva em minha mente- Quatro anos meu amor -Sussurrei- Sinto sua falta -Peguei o porta-retratos e o coloquei sobre o criado mudo, saindo do quarto e descendo para a sala, onde todos me esperavam para irmos para o cemitério. Todos os anos, na data de sua morte, nos reuníamos para lhe fazer uma homenagem, toda a família e nossos amigos mais próximos, até Ian aparecia. Ele havia se casado com uma colega, que havia ido com ele para os Estados Unidos, mas, apesar da distância, todos os anos, ele vinha para prestar sua homenagem a Lorena. Certo, confesso que eu e ele nunca nos demos muito bem, mas, depois de tudo, eu comecei a perceber que ele realmente havia mudado, que era um novo homem. Eu cantava Te Vivo e Te Esperando, que eram as duas músicas minhas que ela mais amava e, depois de tudo aquilo, voltávamos para casa.
Sempre que estava na cidade, Nicole ficava em casa comigo, somente quando viaja ela voltava para a casa dos meus pais, passando alguns dias na casa de Susi e de seus bisavós também.
Quando cheguei em casa, tomei um banho e troquei de roupa, enquanto Susi cuidava da Nicole para mim. Todos os outros já haviam ido embora.
Fui até a cozinha e encontrei Susi sentada a mesa foleando uma revista:
-Desculpe a demora -Disse parando para observá-la
-Tudo bem -Ela me olhou, fechando a revista e a jogando sobre a mesa- A Nicole já jantou, já tomou banho e está no quarto brincando
-Obrigado
-Luan, será que você pode se sentar um pouco? Queria conversar com você
-Claro -Puxei uma cadeira, me sentando a seu lado- Algum problema?
-Na verdade não -Ela pegou sua bolsa e lá dentro retirou uma pequena caixa- Isso era da Lorena -Ela me entregou
-O que é isso?
-Veja você mesmo -Ela disse apontando para a caixa e eu a abri. A caixa continha alguns objetos que pertenciam a Lorena, alguns papéis, o diário que ela vinha escrevendo quando faleceu, a pulseira que eu havia dado a ela para simbolizar nosso amor. Toda a nossa história estava ali dentro:
-Eu encontrei isso a alguns dias, estava lá em casa, acho que acabei pegando por engano enquanto organizava as coisas da Lo -Eu não dizia nada, apenas ficava olhando para aquela caixa- Achei que deveria ficar com você -Ela se levantou, colocando sua mão sobre meu ombro- Boa noite Luan, dê um beijo na Nicole por mim -Ela sorriu e depois saiu, segundos depois ouvi a porta principal se fechar.
Ainda sem saber o que fazer, comecei a revirar aqueles objetos que me traziam tantas lembranças, a cada objeto que encontrava, uma nova história ressurgia. Fiquei surpreso ao perceber que ela havia guardado rosas e diferentes flores que havia dado a ela enquanto namorávamos. Sua pulseira. O diário com todas as suas memórias. Mas havia algo ali que eu ainda não havia visto. Uma carta, ainda lacrada, contento as palavras: "Para o homem da minha vida". Era para mim. Sentindo o coração bater mais forte, abri o envelope e retirei a carta, sentindo seu perfume e depois a lendo:

"Querido Luan,
Se estiver lendo isso, é porque eu já não estou mais ao seu lado. 
Não lhe falei sobre a existência dessa carta, porque simplesmente queria que você a encontrasse no momento certo, por isso, a escrevi e a guardei em uma pequena caixa, com tantos outros objetos que simbolizam o nosso amor.
Espero que esteja bem e que esteja cumprindo com o nosso combinado de ser feliz, se lembra?
Quanto a nossa filha, sei que ela não poderia ter tido um pai melhor e sei que você é capaz de fazer tudo por ela.
Sei que deve estar sendo difícil para você, mas não se preocupe comigo, eu estou bem agora. Se preocupe com você, com sua felicidade. Você me fez tão feliz Luan, acho que seria egoísmo meu não permitir que outra pessoa conhecesse essa felicidade. Eu te conheço bem e, sei que não vai se entregar novamente a qualquer pessoa. Não importa quanto tempo leve, desde que você se apaixone de novo, está bem?
Não pense que vou te dar conselhos aqui, porque não farei isso, continue a fazer o que esta fazendo, você está indo muito.

Com muito amor, 
Lorena."


Quando terminei de ler aquela carta, meus olhos transbordavam, mas por outro lado, eu sentia um grande alívio no meu coração. Coloquei a carta com os outros objetos novamente na caixa e fui para o meu quarto, onde a coloquei em cima do criado mudo, ao lado do porta-retratos. Quando a saudade apertasse, agora eu teria um consolo.
Decidi ver o que Nicole estava fazendo, então fui até seu quarto. Quando abri a porta, a vi sentada na mesinha em que ela fazia seus deveres de casa e brincava, com vários lápis de colorir ao seu lado, ela parecia estar desenhando algo:
-Oi filha -Disse e ela pareceu se assustar, se levantando rapidamente e escondendo o papel atrás de si- O que está fazendo?
-Nada -Ela disse séria, como se eu não pudesse ver o papel que estava em suas mãos
-O que é isso que você está segurando?
-Nada papai -Ela disse balançando a cabeça
-Vamos, me deixe ver -Ainda um pouco relutante, ela me entregou o papel e eu fiquei encantado com o que ela havia feito:


-Você fez isso? -A olhei e ela apenas fez que sim com a cabeça
-O senhor ficou triste? -Ela perguntou 
-Porque eu ficaria triste? -A encarei sem entender
-O senhor sempre fica triste quando falam na mamãe -Ela disse tristinha
-Não querida, eu não fiquei triste, pelo contrário, eu gostei muito do seu desenho. Alguém te ajudou?
-A vovó Susi me ajudou a escrever
-Ficou lindo! Pode me contar o que você fez aqui? -Me abaixei e ela pegou o papel, me mostrando o que havia desenhado
-Aqui somos nos três, o senhor, a mamãe e eu, a mamãe tem asas porque a vovó Susi me disse que ela virou um anjo, que está sempre por perto pra me proteger. E essa casinha aqui nas nuvens -Ela apontava com o dedinho- é da mamãe, a vovó Susi também me disse que ela mora lá agora, fiz muitas flores também, a vovó me disse que ela adorava flores -Tive que me segurar para não chorar, vendo o jeitinho carinhoso que ela se referia a mãe
-Ficou maravilhoso querida, o que acha de colocarmos esse desenho em uma moldura? -Perguntei a ela que me olhou animada
-Vai ficar lindo papai, ai o senhor vai poder colocá-lo em seu quarto
-Vou fazer isso, mas amanhã, agora você tem que dormir, já está tarde -Ela revirou os olhinhos
-Tudo bem -Ela foi para a cama e eu me aproximei, a cobrindo e me sentando ao seu lado- Papai?
-Sim?
-Eu te amo -Ela disse me olhando com seus lindos olhinhos verdes
-Eu também te amo filha, amo mais que tudo nesse mundo -Beijei a testa dela
-Papai, posso perguntar uma coisa? -Ela disse receosa
-O que você quiser
-Um dia eu vou ver a mamãe? -Ela disse tristonha
-Vai sim, um dia todos nós vamos vê-la de novo
-O senhor sente saudades dela? -Nicole perguntava de um jeito que me fazia pensar que ela tinha mais que quatro anos
-Sinto, todos os dias, mas eu tenho você, que me faz muito feliz. Será que eu posso dormir aqui com você hoje?
-Claro que pode papai! -Ela chegou para o lado e eu me deitei, a abraçando a mim
-Sua mãe te amava muito, sabia? -Sussurrei em seu ouvido, acariciando seus cabelos, rapidamente ela se virou para me olhar
-Eu também amo muito ela. 
Daquele dia em diante, eu finalmente percebi que todas as coisas acontecem com um propósito. Eu tive que conhecer a Lorena para que ela me ensinasse o que era o amor verdadeiro e me desse uma filha linda, mas também tive que perdê-la para que pudesse aprender a ser forte e cuidar da minha pequena. Eu ainda sinto falta dela, mas uma saudade boa, lembranças dos tempos felizes que tivemos, mas hoje construo essas memórias com nossa filha, que a cada dia está mais linda. Eu amo a Lorena, sempre vou amá-la e graças a ela, eu finalmente entendi o conceito de ser feliz e, por isso, eu vou ser grato a ela até o último dia da minha vida.

FIM

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Capítulo 56 (Luan) - ÚLTIMO CAPÍTULO

Foram as horas mais agoniantes da minha vida. Em um minuto tudo estava bem e no seguinte, de repente, tudo começou a dar errado.
Infelizmente Henrique e as enfermeiras não me deixaram entrar na sala para acompanhar a cirurgia que eles fariam em Lorena. Era grave. Muito grave. Ela estava perdendo nossa filhinha, além de estar correndo um sério risco também. Quando a levaram para a sala, me sentei em uma poltrona e tudo o que consegui fazer foi rezar. Rezar para que ela e minha pequena ficassem bem.
Pouco tempo depois, meus pais, os avós de Lorena e Susi chegaram. Assim como eu, todos estavam muito ansiosos e preocupados. A cirurgia já havia começado a mais ou menos umas três horas e até agora ninguém havia aparecido para nos trazer qualquer notícia:
-Eles estão demorando muito -Protestei
-Calma querido, é uma cirurgia, tudo tem que ser feito com muito cuidado -Minha mãe tentou me consolar, colocando sua mão sobre meu ombro
-Se acontecer alguma coisa com a Lorena, com nossa filha... eu... -Dizia, sentindo as lágrimas dominarem pouco a pouco meus olhos
-Não mesmo, minha filha e minha neta vão ficar bem! -Susi disse emocionada do outro lado da sala, enquanto senhor Olavo e Ester a abraçavam com força- Minha filha -Ela chorava
-Não vamos nos precipitar, vai correr tudo bem, você vai ver -Meu pai disse, apertando minha mão
-Obrigado pai
-Por que não rezamos? Todos nós juntos? -Minha mãe sugeriu. Susi me entreolhou e balançando a cabeça, se levantou com seus pais, vindo até nós. Demos todos as mãos e começamos a rezar pela saúde de Lorena e da pequena Nicole, que mesmo sem termos visto, já a amávamos mais do que tudo. Nos envolvendo depois, em um forte abraço em grupo.
Algum tempo depois, Henrique saiu da sala de cirurgia, sua roupa estava coberta de sangue. Me levantei desesperado, o encarando:
-Como elas estão? -Meu olhar suplicava por respostas. Antes de responder, ele encarou a todos nós
-Apesar do estado gravíssimo da Lorena, a cirurgia foi um sucesso -Ele disse, para o alivio de todos
-E a minha filha? -Perguntei
-Infelizmente a criança nasceu muito fraca, provavelmente por ser prematura, a levamos para a incubadora, mas ainda não podemos dizer se ela conseguirá sobreviver -Senti uma pontada em meu coração, mas me segurei para não desabar- E minha mulher?
-Ela foi levada para o quarto. Ela perdeu muito sangue, está muito frágil e provavelmente esteja dormindo, mas deve acordar em algumas horas
-Será que eu posso vê-la?
-Claro, vou levá-lo até ela.
Depois de passarmos por várias salas, todas localizadas em um longo corredor, finalmente Henrique me mostrou em qual sala estava Lorena:
-Fique a vontade, volto em alguns minutos, tenho que me trocar -Balancei a cabeça, garantindo que estava tudo bem e, enquanto ele se afastava, abri a porta, avistando minha princesa dormindo tranquilamente em seu leito. Me aproximei lentamente, as lágrimas me dominando pouco a pouco:
-Oie meu amor -Murmurei ficando ao seu lado e acariciando seu rosto. Ela estava pálida, seus lábios estavam secos- Agora vai ficar tudo bem, eu te prometo -Sussurrei me sentando em uma cadeira ao seu lado- Quando você acordar, tudo vai voltar a ser como era antes -Algumas lágrimas fujonas caíram- Vamos voltar para casa e cuidar da nossa filhinha. Ela está muito doente agora, mas quando você a pegar no colo, sei que tudo vai ficar bem -Segurei sua mão, sorrindo calmamente- Você sempre sabe o que fazer, sempre soube Lorena.

Admito que passei um bom tempo sentando, apenas olhando para Lorena, queria estar ali quando ela acordasse, mas acabei sendo vencido pelo cansaço. Sentando na cadeira, apoiei minha cabeça na beirada do leito e acabei dormindo. Lembro de ter acordado, no que pareceu ser uma eternidade depois, com alguém deslizando uma de suas mãos por meus cabelos e por minha nuca repetidamente, em um movimento extremamente suave. Eu reconhecia aquele toque. Abri os olhos lentamente e me deparei com Lorena me olhando e sorrindo para mim:
-Até parece que foi você que acabou de sair de uma cirurgia -Ela me encarou com um ar brincalhão, mas eu percebi sua voz fraca, mesmo que ela tivesse tentando esconder isso de mim
-Como se sente? -Me ajeitei na cadeira, segurando sua mão
-Fraca e com muita dor, mas, fora isso, estou muito bem -Ela me lançou um sorriso fraco
-Fiquei tão preocupado com você -Me aproximei, colocando minha testa na sua. Lorena estendeu sua mão live, acariciando as laterais do meu rosto, seus lindos olhos azuis fixos nos meus
-Eu estou aqui. Estou com você. Sempre vou estar com você.
-É tão bom ouvir sua voz -Fechei os olhos, saboreando seu toque e o doce som de sua voz
-Como está nossa filha? -Ela sussurrou, e no mesmo instante, meus olhos voltaram a se encontrar com os seus. O azul marinho de seus olhos, agora tinha dado lugar ao  medo e preocupação
-Ela nasceu muito fraquinha e agora está na incubadora, talvez ela não resista, mas... o Henrique disse que no momento não é possível definir nada.
-Você já a viu?
-Não, eu estou aqui com você desde que saiu da sala de cirurgia.
-Ela não pode morrer, Luan -Uma lágrima rolou por seu rosto- Não a nossa Nicole
-Ela não vai -Enxuguei sua lágrima com meu polegar- Ela vai ficar bem, eu sei que vai -Lorena balançou a cabeça concordando comigo
-Oi -Uma voz disse atrás de nós. Era Susi, acompanhada de meus pais e dos avós de Lorena- Soubemos que você havia acordado e viemos correndo te ver
-Oie mãe -Lorena disse, sorrindo para ela
-Você me chamou de mãe? -Susi disse completamente chocada, enquanto chorava
-É isso que você é, não é mesmo? Minha mãe -Susi sorriu, correndo em direção a filha e a abraçando. Sai dali, dando espaço para que todos pudessem falar com ela. Já fora da sala, liguei para Bruna e Manuela, dizendo que tudo havia corrido bem e que Lorena já havia acordado e, que elas poderiam vir até o hospital para vê-la.
Quando voltei para o quarto, encontrei minha mãe sentada ao lado de Lorena, mostrando a ela fotos da nossa filha na incubadora:
-Ela é linda -Lorena dizia emocionada- Você viu Lu? Sua mãe tirou fotos da nossa filhinha -Ela disse ao me ver
-Aproveitamos que você estava aqui e fomos até uma sala conhecer a nossa netinha -Minha mãe se explicou me olhando- Você quer ver?
-Claro que sim -Me aproximei, olhando as fotos no celular. Apesar de prematura, minha filha era realmente muito linda, branquinha, e bem pequenininha, talvez a bebê mas pequena que eu já tivesse visto
-Ela é pequenina assim? -Perguntei emocionado
-É sim -Meu pai disse me olhando- Quer ir até lá conhecê-la? -Ele perguntou
-Vai amor, dai depois, você pode me contar em detalhes o quanto ela se parece comigo -Lorena brincou
-Tudo bem, eu vou -Sai da sala com meu pai, e fomos até uma outra sala, que ficava próxima aos berçários. Uma enfermeira nos recebeu, nos levando até a incubadora que estava minha pequena. Haviam vários fios ligados a ela, e aquilo partiu meu coração em vários pedaços. Pessoalmente ela ainda era mais pequenina, não tenho dúvidas de que ela caberia na palma da minha mão. Ela quase não tinha cabelos, parecia bem fraquinha, mas ainda assim era a bebê mais linda que eu já havia visto.
-Agora sabe o que um pai sente, não é? -Meu pai me encarou sorrindo
-Sim, eu sei.
Quando retornamos ao quarto, Bruna e Manuela já havia chegado, Henrique também estava ali. Lorena sorria, parecia estar contente com algo:
-Por que toda essa alegria? -Me aproximei, voltando a me sentar ao lado dela
-Por que não me disse que a Bruna e o Henrique haviam ficado noivos? -Ela me olhou questionadora
-Há, bem...
-Tudo bem Lu, eu já sei, só estou brincando com você -Ela olhou para Bruna e Henrique que estavam abraçados em um canto do quarto- Espero que vocês dois sejam muito felizes e obrigada Henrique, graças a você minha filhinha está bem, serei sempre grata por isso -Ela disse
-Não tem porque me agradecer
-E você Luan? Viu ela?
-Vi sim -Disse a olhando
-Como ela é?
-Ela é a bebê mais linda que já vi, e não é porque é minha filha e você tinha razão, ela é a sua cara
-Então ela é mesmo muito linda -Lorena disse, fazendo todos rirem.

Já se passava as 23:00 horas, quando todos voltaram para casa. O horário de visitas já havia acabado, mas Henrique abriu uma exceção para mim, permitindo que eu passasse a noite ao lado de Lorena. Depois de tomar um banho rápido e vestir roupas limpas que a Bruna havia trazido para mim, voltei para o quarto, me sentando na cadeira novamente enquanto Lorena me observava:
-Você vai mesmo dormir nessa cadeira? -Ela questionou
-Não é tão ruim quanto parece -Brinquei- Mas talvez eu não consiga nem andar amanhã -Ri
-Não seria melhor se você dormisse aqui comigo? -Ela sugeriu
-Acho que a enfermeira me mataria se me visse fazer isso
-Não vale a pena correr esse risco por mim? -Ela brincou
-Vale isso e muito mais -Me levantei da cadeira e com todo o cuidado possível, me deitei na cama com Lorena, a colocando em uma posição confortável, de modo que ficava deitada sobre meu peito
-Não está bem melhor aqui? -Ela disse
-Muito -Murmurei beijando seu rosto
-Luan?
-O quê?
-Eu sei que você não gosta muito de tocar nesse assunto, mas eu tenho algo muito importante pra te dizer...
-Lorena...
-Não Lu, só me escute, está bem? -Ela disse e eu fiz como ela mandou- Por mais que você queira, eu sei que não vou viver por muito mais tempo, nós temos uma filha e, quando ela estiver maiorzinha, vai precisar de uma mãe. Eu sei que tem a Susi, sua mãe a minha avó, e a Bruna, que com certeza será uma titia babona, junto com a Manu, mas a Nick vai precisar de uma figura materna e eu não estarei aqui para fazer isso, portanto, quero que me prometa que vai se casar de novo, que vai ser feliz e que vai viver a sua vida quando eu morrer?
-Lo, você sabe que eu não tenho olhos para outras mulheres, eu amo você! -Disse sério
-Eu também te amo, mas se casar com outra pessoa, não vai significar que você não me amou. Eu só quero que você e a nossa filha sejam felizes
-Eu não posso prometer a você que vou me casar novamente
-Então me promete que vai ser feliz? Que vai fazer tudo o que você mais ama?
-Lo, porque está fazendo isso?
-Porque eu quero que você intenda que, mesmo quando eu não estiver mais aqui, você ainda vai estar e vai ter um vida toda pela frente, não quero que fique perdido sem mim. Promete?
-Eu prometo Lorena, agora vamos esquecer esse assunto? Você precisa descansar -Ela se aconchegou mais a mim
-Eu te amo Luan, como jamais pensei que fosse possível amar alguém, obrigada por ter me mostrado um sentimento tão bonito -Ela murmurou- Você vai ser pra sempre o meu amor, se lembre disso, está bem?
-Você também sempre será o meu amor, Lorena -Foram as últimas palavras que dizemos antes de pegarmos no sono. Acordei com o dia amanhecendo e senti algo gelado em meu peito. Era a Lorena. Me levantei desesperado, tentando fazer com que ela tivesse alguma reação, mas quando os enfermeiros entraram do quarto e me tiraram as pressas dali, minha ficha caiu. Minha esposa, a mulher que eu mais havia amado nesse mundo, faleceu abraçada a mim. De repente. De uma hora para a outra. Ela simplesmente havia resolvido me deixar. A vida havia perdido todo o seu sentido. Se é que havia algum.






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RECADINHO
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Olá negas! Antes que vocês me matem, deixem eu me explicar: 1º- Peço mil desculpas por não ter postado o capítulo no Sábado, mas infelizmente eu estava sem net; 2º- Não, eu não seria tão cruel ao ponto de terminar uma fic assim! kkkk Este é o último capítulo, mas, na quarta, eu irei postar o Epilogo, que é uma conclusão do que aconteceu depois de toda essa tragédia, ai sim vocês saberão o que realmente aconteceu com o Luan, com a Nick e com todos os outros personagens depois da morte da Lorena.
Sei que muitas queriam que a personagem não tivesse morrido, mas como vocês sabem, ela já estava em fase terminal e na vida real, as chances de cura, seriam de 0%, mas, se vocês olharem por outro lado, verão que apesar de tudo, o amor foi capaz de vencer essa terrível doença, porque eu momento algum, o Luan desistiu dela ou pensou em deixá-la e foi isso que eu procurei passar pra vocês. Espero que coração que tenham gostado e se emocionado com esse capítulo como eu me emocionei.

O EPÍLOGO SERÁ POSTADO NA QUARTA-FEIRA (11/11)

HÁ! E MANDEM PERGUNTAS PRA MIM, DÚVIDAS, ALGUMA COISA QUE VOCÊS QUEIRAM MUITO SABER... ENFIM! QUALQUER COISA QUE VOCÊS QUISEREM SABER OU COMENTAR A RESPEITO DESSA FIC, SE VAI TER UMA OUTRA, SEI LÁ, ME PERGUNTEM O QUE VOCÊS QUISEREM! RESPONDEREI A TODAS ESSAS PERGUNTAS NA QUARTA! PODEM FAZER AS PERGUNTAR AQUI NOS COMENTÁRIOS DESTE CAPÍTULO MESMO, PROMETO RESPONDER A TODAS!

Beijos, se cuidem, Nati.