sábado, 31 de outubro de 2015

Capítulo 55 (Luan) - PENÚLTIMO CAPÍTULO

3 MESES DEPOIS...

Gostaria de poder dizer que a Lorena estava melhor, mas isso não seria verdade. Nos últimos meses a vi decair cada vez mais. A cada dia que passava ela estava mais fraca, as crises de esquecimento haviam se tornado frequentes, mas por alguma razão, eu sempre conseguia trazê-la de volta.
Como havia prometido, ela não havia parado de escrever nossas memórias. Ás vezes ela pegava no sono enquanto escrevia, ou  simplesmente decidia que continuaria depois.
Apesar de ela ter emagrecido mais, sua barriga de seis meses agora era bem evidente. Ela se sentia enjoada com qualquer coisa, mas eu a incentivava a comer, para o bem dela e da nossa filha.
Lorena já não caminhava mais sozinha, somente na cadeira de rodas. Acho que isso foi mais difícil para mim do que para ela, mas me dói admitir que a Lorena que eu havia conhecido estava se desfazendo a cada dia, aquela doença estava tirando o que havia de melhor nela, sua alegria, sua paixão pela vida...
Seus avós e Susi haviam passado a frequentar mais a nossa casa. Eles não diziam, mas acho que já esperavam pelo pior. Podem me chamar de tolo, mas eu ainda tinha esperanças de que ela conseguiria superar tudo isso.
Estávamos na metade do dia e, depois de insistir o máximo que podia para que ela comesse pelo menos um pouco da sopa que Manuela havia preparado, Lorena se rendeu a mim e comeu, pouco, mas o suficiente. Depois do almoço, ela adormeceu. Fiquei a observando durante alguns minutos, sentado ao seu lado na cama e depois de ter certeza de que estava tudo bem com ela, desci para a sala, onde avistei Bruna sentada no sofá:
-Bruna? -Falei caminhando até ela
-Oie Lu! -Ela se levantou me abraçando- Desculpe não ter avisado que estava vindo, mas me bateu uma vontade enorme de vim ver você e a Lorena
-Imagina, eu também estava com saudades de você piroca -Baguncei o cabelo dela
-Mesmo depois de casado, você ainda continua o mesmo bobão de sempre -Ela riu, fazendo careta e ajeitando seu cabelo- Onde está a Lorena?
-Ela está dormindo, ultimamente ela anda mais cansada do que nunca.
-Há, que pena, queria tanto falar com ela.
-Você pode esperar ela acordar... mas, posso saber o que você quer tanto falar com ela?
-Não seja curioso Luan! -Ela me repreendeu sorrindo- Bem, mas já que eu já comentei, acho melhor te dizer logo, eu e o Henrique ficamos noivos ontem! -Ela disse sorridente
-Você e o Henrique? Noivos? -Indaguei surpreso
-Sim! Não está feliz por mim? -Ela me encarou
-É claro que estou é que... Cara, não consigo acreditar que minha irmãzinha está noiva -Disse a envolvendo em um abraço
-Eu não sou mais só aquela garotinha Luan, eu cresci
-Eu sei disso. O Henrique é um cara legal, sei que vai dar tudo certo entre vocês dois, acho que a Lorena vai adorar saber disso quando acordar.
-Tenho certeza que sim, afinal, foi ela quem me apresentou o Henrique, queria que ela fosse a primeira a saber
-Prometo fazer cara de surpresa quando você for contar a ela -Sorri brincando, de repente, escutamos o barulho de algo caindo no chão e se quebrando, senti meu coração bater forte na mesma hora
-O que foi isso? -Bruna me olhou sem entender
-Veio do andar de cima... Meu Deus, Lorena! -Disse, subindo as escadas rapidamente, correndo na direção do nosso quarto. Quando entrei, encontrei um vaso de flores, que estava na mesinha ao lado da cama, caído e quebrado, no chão havia manchas de sangue e naquele momento eu senti o medo me dominar na hora
-Ai meu Deus! -Bruna disse assustada atrás de mim
-Lorena! Lorena! -Chamei por seu nome, indo até o banheiro, que estava com a porta aberta. A encontrei sentada no chão, ela sangrava muito e mal tinha forças para falar- Meu Deus Lorena! O que aconteceu meu amor? -Me ajoelhei no chão, tocando seu rosto
-No... nossa... fi... filha... Luan... -Ela dizia com dificuldade- A estou per... perdendo... -Uma lágrima rolou por seu rosto
-Calma, você não vai perdê-la, vai ficar tudo bem! Bruna? -A gritei e rapidamente ela veio até o banheiro- Ligue para o Henrique, diga para ele se preparar que eu vou levar a Lorena para o hospital!
-E a Manuela?
-Ela saiu, será que você pode ficar aqui para avisá-la? Avise a família da Lorena, diga a eles para irem para o hospital, avise nossos pais também!
-Tudo bem, eu aviso! -Com todo o cuidado, peguei Lorena em meus braços, atravessei toda a casa correndo, até chegar a garagem, onde coloquei Lorena no banco do passageiro e depois sai em disparada até o hospital. Ela sangrava muito e a dor que estava sentindo parecia ser insuportável. Levou pouco mais de quinze minutos para chegarmos ao hospital e, assim que estacionei o carro, quatro enfermeiros vieram em nossa direção com uma maca. Depois de ajeitar a Lorena na maca, eles entraram correndo no hospital, enquanto eu os seguia. Eles entraram com ela em uma sala e uma enfermeira me barrou:
-Desculpe, mas o senhor não pode entrar aqui
-É a minha esposa! Eu não vou deixá-la sozinha!
-Me desculpe senhor, mas...
-Luan? -Henrique apareceu, interrompendo a enfermeira
-Graças a Deus Henrique! A Lorena está sangrando muito e, eu não sei porque, mas não querem me deixar entrar...
-Desculpe Luan, mas você não pode entrar, a Lorena vai ter que passar por uma cirurgia de emergência
-Cirurgia? -O encarei sem entender
-Sim Luan, ela está perdendo a filhinha de vocês -Naquele momento, eu senti todo o meu mundo desabar, era como se o chão tivesse desaparecido debaixo de mim.







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RECADINHO
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Boa noite negas! Como o prometido, aqui está o capítulo de Sábado! haha 
E ai, o que acharam? Meio tenso né? Será que a Lorena vai perder a bebê? E o mais importante, será que as duas vão sobreviver ou apenas uma? :X
Vcs devem ter notado que o capítulo foi um pouco curto, isto porque a fic já está acabando... Não quis prolongar muito, acho que isso acaba tornando a fic um pouco chata. Acredito que o fim vai agradar a todos, apesar de eu achar que a maioria não vai concordar com o desfecho, mas mesmo assim, independente de como acabar, espero que esta fanfic fique para sempre na memória de vocês, assim como vai ficar na minha! Bjss, se cuidem, Natalia.

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (07/11) -ÚLTIMO CAPÍTULO-

sábado, 24 de outubro de 2015

Capítulo 54 (Luan)

A sensação de ter Lorena novamente em meus braços foi incrível. Depois de termos feito amor, lembro de ter ficado saboreando seu toque, quando ela se deitou em meu peito, seus carinhos, seus sorrisos e as coisas que falamos naquela noite.
Lembro de ter acordado no meio da noite e de não senti-lá próxima de mim. Tateei seu lado da cama e acordei assustado ao perceber que ela não estava ali. Me sentei preocupado na cama e a avistei próxima a porta:
-O que faz acordada à essas horas? -Perguntei passando a mão pelo rosto, aliviado por ver que ela estava bem
-Como eu vim parar aqui? -Ela perguntou
-O quê? -Questionei sem entender
-Por quê você me trouxe pra cá?
-Lorena, do que você está falando? -Ela me encarava, só então eu pude perceber que ela parecia estar com medo de mim
-Você me seduziu e me trouxe pra cá, não foi? O que você fez? -Ela dizia chorando. Percebi na hora que ela não estava bem. Me levantei da cama com cuidado, apanhando minha calça de moleton que estava no chão e a vestindo
-Lorena, está tudo bem meu amor? -Dei um passo em sua direção, mas ela fez um gesto para que eu parasse. Parei. Não queria apavorá-la
-Não me chame de seu amor! Eu nem o conheço! Me deixe em paz! -Ela gritou, enquanto saia correndo do quarto
-Lorena sou eu, Luan! -Disse indo atrás dela, que corria pelo corredor sem olhar para trás

-Por favor, me deixe em paz! -Ela gritava apavorada. A alcancei quando ela estava prestes a descer as escadas e a segurei com força
-Lorena, sou eu, o Luan! Seu marido! -A virei para mim, tentando de um jeito desesperado, fazer com que ela se lembrasse de mim
-Eu não conheço você! Me deixe ir, por favor! -Ela chorava, se debatendo contra meu peito. A segurei firme, a mantendo bem próxima a mim
-Sou eu meu amor, tente se lembrar -Pedi, segurando seu rosto, fazendo com que ela olhasse para mim- Tente se lembrar -Ela pareceu se acalmar, mas o medo ainda estava em seus olhos- Sou eu, o Luan, seu marido, pai do seu filho, se lembra? -Meu coração batia forte, rezando em silêncio, implorando a Deus para que ela se lembrasse de mim. Ela se manteve em silêncio, até que várias lágrimas começaram a rolar por seu rosto, ela se abraçou a mim, chorando sem parar
-Lu -Ela murmurou em meio a várias lágrimas- O que eu fiz -Ela soluçava
-Ei, está tudo bem -Envolvi meus braços ao redor dela, sentindo toda a tensão se esvair, ela havia lembrado.
-Me desculpe Luan -Ela pedia. Suas lágrimas caiam incansavelmente
-Tudo bem meu amor, eu estou aqui -Me sentei em um dos degraus da calçada e a puxei para que ela se sentasse em meu colo. Ela me abraçou, chorando muito em meu ombro.
-O que aconteceu aqui? -Manuela apareceu de pijama na sala, olhando para nós na escada
-Já está tudo bem Manu -Respondi- Porquê não prepara um chá pra Lorena? -Pedi e, ela pareceu entender que eu queria ficar a sós com a minha esposa
-Claro, eu já volto -Ela olhou para Lorena, como se quisesse se certificar de que a amiga já estava bem e depois sumiu. Me mantive em silêncio, apenas envolvendo Lorena em um abraço forte. Foi o pior susto que eu havia passado na vida. A possibilidade de ela ter me esquecido por completo me apavorou:
-Como isso aconteceu? -Lorena murmurou em meu ouvido. Sentia suas lágrimas caírem sobre a minha pele
-Eu não sei
-Eu fiquei muito tempo assim? 
-Eu não sei -Ela se afastou um pouco, para poder me olhar nos olhos. Seus olhos estavam vermelhos e ela parecia arrasada com o que havia acabado de acontecer
-Como depois de ontem, eu pude me esquecer de você Luan? -Uma lágrima rolou por seu rosto e eu voltei a envolvê-la em meus braços- Eu estou com medo -Ela disse, o medo evidente em sua voz
-Vai ficar tudo bem
-Não, não vai, eu vou acabar me esquecendo de você Luan -Ela chorava sem parar. Um choro de medo. Do medo de perder- Eu não quero que isso aconteça, você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo.
-Eu sei -Disse com a voz embargada, sentindo uma lágrima rolar por meu rosto. Minha vontade era de urrar, de colocar toda aquela dor que estava sentindo para fora, mas eu não podia, eu tinha que mostrar a Lorena que ela podia contar comigo, não poderia desabar também:
-Vamos, vou te levar para o quarto -Disse me levantando com ela em meus braços. a coloquei na cama e disse que iria para a cozinha. Estava conseguindo ser forte, mas quando avistei Manuela, não consegui mais me segurar. Chorei tudo o que tinha para chorar, enquanto ela me consolava e me ouvia atentamente:
-Não acredito que isso aconteceu -Manuela disse chocada
-Ela está piorando Manu, está começando a se esquecer de tudo e de todos pouco a pouco
-Tadinha da minha amiga -Lágrimas também rolavam por seu rosto- Ela não merecia isso
-Não, não merecia, eu sei que ela é forte e, sei o quanto ela luta para que essa doença não a consuma por completo, mas... -Não ousei terminar aquela frase
-Ei sei que é difícil Luan, mas agora, mais do que nunca, a Lo precisa de você
-Eu sei, mas, eu não estou pronto para abrir mão dela, não estou pronto para perdê-la Manu, eu nunca vou estar
-Tente não pensar nisso, aproveite o tempo que vocês dois tem, deixe tudo não mão do destino -Manu disse tocando meu ombro, antes de subir para o quarto, para ver como Lorena estava. Me mantive onde estava durante longos minutos, chorei mais um pouco, antes de perceber que Manuela tinha razão. Não tinha porque eu sofrer agora. Eu sabia que só um milagre poderia curar a Lorena, mas não existe nada impossível para Deus, certo?
Peguei o chá que Manuela havia feito e coloquei um pouco em uma xícara para Lorena. Subi as escadas em silêncio, e quando adentrei o quarto, percebi que Manuela não estava mais lá. Lorena estava sentada na cama com um caderno em suas mãos e uma caneta:
-Oie -Disse me aproximando dela
-Oi -Ela respondeu sem graça, colocando o caderno de lado. Me sentei ao seu lado na cama e lhe entreguei a xícara de chá- Obrigada -Ela disse a pegando e tomando um gole
-Como se sente? -Perguntei cauteloso
-Bem, na medida do possível
-Você não se lembra de nada? Quero dizer, de ter me esquecido? -Ela pareceu refletir sobre aquilo
-Eu me lembro apenas de ter acordado nua e olhar para um homem ao meu lado e não reconhecê-lo e claro, de achá-lo muito atraente -Ela brincou, sorrindo de lado. Por algum motivo eu também sorri, mas este mesmo sorriso logo se desfez- Era como se eu estivesse em uma memória passada e, quando você me sacudiu daquele jeito, foi como se tudo voltasse de uma vez
-Eu sinto muito
-Não sinta. Eu já me conformei com o meu destino. Talvez tenha algum motivo especial para tudo isso estar acontecendo
-Se tivesse alguma maneira, eu trocaria de lado com você, sem pensar duas vezes
-Não diga bobagem Luan -Ela tocou meu rosto- Eu morreria se visse você decair cada dia mais. Acha que eu não sei como você sofre? Você é um homem forte, eu não suportaria passar por tudo isso
-A única pessoa forte aqui é você, e se eu ainda encontro algum tipo de força pra continuar, é em você meu amor -Me inclinei a abraçando
-Essa é a pior parte -Ela sussurrou em meu ouvido- A quimio, as internações, as dores... Nada se compara com a perda da memória, é como se aos poucos você fosse perdendo a sua identidade, como se a pessoa que você foi algum dia, fosse sendo apagada aos poucos -Me afastei, notando o caderno a seu lado
-Por quê o caderno?
-Eu não quero mais me esquecer. Por isso vou anotar tudo aqui, cada sentimento, cada memória... Quero que você saiba a minha versão da história, mesmo quando eu não estiver mais aqui -Uma lágrima rolou por meu rosto
-Já escreveu alguma coisa? 
-Sim -Ela pegou o caderno ao seu lado e o entregou para mim. O abri, e sorri ao ver o que ela havia escrito:



"Memória 1"

"Havia ido em um show com Manuela, sem fazer a menor ideia de quem iria se apresentar. Tive vontade de ir ao banheiro, mas não encontrava nenhuma placa que indicasse onde pudesse encontrar um. Comecei a caminhar por um longo corredor, cheio de portas. Estava distraída, quando esbarrei em um rapaz. Ele era muito bonito e atraente, foi super simpático comigo e, apesar de não estar demonstrando nenhum interesse, desejei que ele estivesse flertando comigo. Por algum motivo, senti algo de imediato por ele, era como se eu soubesse que ele mudaria totalmente a minha vida. Mas do que o cantor que se apresentou naquela noite, ele foi o homem pelo qual me apaixonei e o único para o qual entreguei o meu coração..."


Meus olhos transbordavam quando terminei de ler:
-Foi assim que você se sentiu quando me viu pela primeira vez?
-Em parte, acho que nunca vou conseguir traduzir o que senti por você naquele instante em palavras -Ela segurou minha mão- Eu posso me esquecer, mas antes disso, prometo reescrever todas as nossas memórias, assim você vai saber o que eu senti em cada uma delas -Sem dizer nada, a abracei com força- Quando nossa filhinha for mais velha, quero que mostre isso a ela, talvez, lendo as coisas que eu escrever, ela tenha alguma noção de quem foi a mãe dela
-Não diga bobagens, você vai conhecer a nossa filha Lorena
-Espero que tenha razão. Nunca presenciei o nascimento de um anjo.








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RECADINHO
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Oie meninas! Que capítulo mais dramático em? Mas e ai, vocês gostaram? Poxa, a Lo parece estar só piorando né? =/ Será que ela ainda vai conseguir se curar? O bom é que ela tem o Luan, que está sempre ao lado dela =D Meninas, gostaria de avisar que estamos nos últimos capítulos da fic e, eu espero que vocês estejam curtindo tudo isso, de verdade! Comentem que no próximo sábado teremos mais capítulo! bjss

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (31/10)

sábado, 17 de outubro de 2015

Capítulo 53 (Lorena)

Depois que percebi que Manuela e Luan já haviam se retirado da sala, olhei para Ian, que se mantinha em pé ao meu lado impaciente:
-Por que não se senta? -Bati a mão sobre o lado vazio do sofá. E depois de hesitar por alguns instantes, ele se sentou ao meu lado- O que queria me dizer? -Perguntei e ele me olhou por alguns segundos
-Desde que você saiu do hospital não tive mais notícias suas -Ele baixou a cabeça- Eu só queria saber como estava
-Estou bem -Toquei seu braço- Pelo menos na medida do possível -Sorri
-Por que está sendo tão legal comigo? -Ele arqueou uma sobrancelha, caçoando de mim
-Porque, a Manu me disse que no dia em que eu passei mal, você me socorreu e me levou para o hospital, obrigada por isso. Sabe o quanto é esquisito saber que devo minha vida a você? -Brinquei e ele sorriu, se mantendo em silêncio
-Não acho que seja só por isso -Ele me encarou
-Talvez, mas, suas atitudes, as coisas que tem feito por mim, me fazem pensar que você mudou, e acho que todos merecem uma chance, não é? Só espero não estar enganada com você...
-Obrigado pelo voto de confiança, mas pode ficar tranquila, eu realmente estou tentando mudar, para melhor
-Por que isso agora? Me desculpe, mas você sempre foi um cafajeste -Disse, mas minhas palavras não pareceram ofendê-lo
-Tudo bem, admito, eu era mesmo um cafajeste, mas, depois que você ficou doente, eu... eu passei a enxergar as coisas de uma outra forma
-Eu tive que ficar doente para que isso acontecesse? -O encarei- Pelo menos vou morrer sabendo que consegui fazer um milagre
-Não brinque com algo tão sério, Lorena! -Ele me repreendeu- Tudo isso me fez enxergar tudo o que eu perdi sendo quem era
-Tudo?
-Você. Você me amava e eu a decepcionei, não só uma, mas várias vezes
-Tudo bem, o que passou, passou
-Não, não está nada bem, eu lhe devo desculpas
-Ian... -Antes que pudesse dizer alguma coisa, ele se ajoelhou no chão e segurou minha mão
-Lorena, será que você é capaz de perdoar todo o mal que eu já te fiz? -Lágrimas corriam por seu rosto, e eu senti um aperto enorme no coração
-Eu te perdoo Ian, está tudo bem -Ele encostou sua cabeça em meu colo e eu o abracei- Não tem porque ficar assim, eu não guardo nenhuma magoa de você -Ele não respondeu nada, apenas continuou a chorar em silêncio, Desde a época em que estávamos juntos, ele nunca foi muito de se abrir comigo, estava surpresa que tivesse feito isso agora.
-Você é um anjo -Ele ergueu sua cabeça momentos depois. Seus olhos estava vermelhos e ele tinha um leve sorriso no rosto- Pode voltar a trás se quiser -Ele disse me olhando, sabia que estava brincando
-Posso mesmo? -Retruquei e ele sorriu
-Você é incrível, está na cara porque o Luan se apaixonou a primeira vista por você
-Isso não é verdade
-Há, é sim, no dia do show, ele ameaçou quebrar a minha cara pra te proteger -Ele riu
-Quem te deu autorização para dizer o que acha da minha vida pessoal? -O encarei
-Ninguém, eu mesmo -Ele riu- Eu sei que é estranho, mas durante um bom tempo odiei o Luan por isso e, simplesmente não conseguia entender o que você estava fazendo com alguém como ele, mas depois de um bom tempo, eu finalmente entendi, vocês foram feitos um para o outro -Ele fez uma pausa, me encarando, e eu apenas me mantive em silêncio, esperando para ouvir o que ele tinha a me dizer- Você não pode fazer isso com ele, nem com o filho que vocês estão esperando -Ele disse, e eu já sabia ao que ele estava se referindo
-É uma menina -Disse e ele não escondeu sua surpresa. Instantaneamente, uma lágrima rolou por meu rosto- Eu não gosto de falar sobre isso com o Luan, mas todos nós sabemos que é inevitável, mas cedo ou mais tarde eu... -Me contive para não dizer aquelas palavras- E o meu maior medo é que ele nunca supere minha perda -Ian segurou minhas mãos, me olhando
-Lorena, me prometa que você não vai desistir? Que vai lutar até o fim? Sua família precisa de você -Ele disse, não contendo suas emoções
-Eu prometo, prometo fazer o meu melhor
-Você vai sair dessa, é a mulher mais forte que conheço
-Assim você vai me fazer chorar -Sorri
-Posso te dar um abraço? -Ele pediu
-Claro que pode -Ele se inclinou e eu o abracei com força- Estou orgulhosa de você Ian -Sussurrei- Apesar de tudo, eu nunca desejei seu mal, sempre quis que fosse feliz e, você parece estar muito bem agora -Murmurei sem soltá-lo
-Como você descobriu meu segredo? -Ele disse, se afastando um pouco para me olhar
-Que segredo? -Perguntei sem entender
-Estou indo embora Lorena
-Embora? Pra onde?
-Eu recebi uma oferta de emprego nos Estados Unidos e estou indo para lá em dois dias, eu meio que vim me despedir
-Ian, isso é ótimo! Mas você vai sozinho?
-Não, vou com uma amiga
-Uma amiga? -O encarei sorrindo
-Tá, é bem mais que uma amiga, e admito que estou a fim dela, já nos conhecemos á algum tempo e, vamos ver no que isso vai dar -Ele riu
-Espero que seja muito feliz
-Desejo o mesmo a você -Ele disse, retirando alguma coisa do bolso da sua jaqueta- Queria que ficasse com isso -Ele me entregou uma foto, da época em que éramos namorados, assim que nos conhecemos. Foram os nossos momentos mais felizes. Naquela época, me lembro de estar muito feliz, de estar começando minha carreira e de tudo estar dando muito certo para mim:
-Talvez o Luan a encontre e a rasgue ou a queime -Ele brincou- Mas, só queria que você guardasse as melhores memórias de mim
-Eu vou guardar, obrigada Ian -O abracei novamente e Luan adentrou na sala
-Espero não estar atrapalhando nada -Ele disse, Manuela estava ao seu lado
-Não, eu já disse a Lorena tudo o que tinha pra dizer -Ian disse se dirigindo até Luan- Seja feliz cara -Ele tocou seu ombro- Você construiu uma bela vida aqui -Ele se afastou um pouco de Luan e olhou para Manuela- Seja feliz também baixinha -Ele piscou para ela e caminhou até a porta- Até mais Lorena -Ele acenou para mim
-Até mais Ian.

Naquela noite, depois que fui me deitar, a conversa que havia tido mais cedo com Ian ainda não havia saído da minha cabeça. Luan abriu a porta do banheiro e saiu enrolado apenas em uma tolha, enquanto secava seus cabelos com outra:
-Se sua intenção foi me provocar, não deu certo -Brinquei com ele, que sorriu
-Jurava que era um plano infalível! -Ele riu, indo até o guarda-roupas, pegando uma cueca e uma calça de moleton. Depois que se trocou, ele veio até a cama e se deitou ao meu lado, me recebendo com um beijo casto nos lábios:
-Está de ótimo humor hoje, o que te deixou assim? A conversa  que teve com o Ian? -Ele perguntou me olhando
-Em parte, fiquei feliz por perceber o quanto ele mudou
-Vocês conversaram muito... -Luan disse se virando e deitando de costas, encarando o teto
-Não está com ciúmes, está? -Me virei, tocando seu peito
-Porque eu deveria ficar com ciúmes da minha mulher e do seu ex-namorado? Não vejo nenhum motivo nisso
-Luan, você está sendo bobo -Beijei a bochecha dele
-Ele pareceu muito bonzinho pro meu gosto...
-Esquece o Ian, eu amo você -Me inclinei o beijando. Luan girou na cama, de modo que acabou ficando por cima de mim. Ele encarou meus lábios e, depois meus olhos, sabia o quanto ele ansiava por me ter em seus braços, mas também o medo que ele tinha de fazer aquilo:
-Tudo bem -Garanti a ele
-Não, você precisa descansar -Ele disse sério
-Mas antes de tudo eu preciso de você -Envolvi meus braços em seu pescoço e o puxei para mim. Luan me beijou lentamente, e aos poucos fomos nos entregando ao nosso amor. Fazia muito tempo, que eu não me sentia tão bem e, depois de fazer amor com meu marido, senti como se o universo finalmente estivesse entrando em seu curso normal. Luan como sempre me tratou como um príncipe, foi calmo e atencioso comigo. Depois de tudo ele se deitou ao meu lado e eu me deitei em seu peito, enquanto ele acariciava minhas costas nuas. Depois que ele pegou no sono, passei longos minutos o observando, até que adormeci também. Ele era meu marido, E eu o amava.

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Acordei no meio da noite, sentindo frio. Havia tido um sonho estranho, com um homem estranho, que eu nunca havia visto na minha vida. Abri os olhos lentamente e me assustei ao ver que estava em um quarto estranho. Me sentei assustada na cama, estava nua e ao meu lado havia um homem. O mesmo homem do sonho. Meu Deus! Como eu havia ido parar ali? No quarto e na cama daquele homem? Meus pais me matariam e se Ian descobrisse, com certeza terminaria comigo! Aproveitei que o homem dormia tranquilamente e me levantei da cama, apanhando minhas roupas que estavam no chão. Céus! Eu sempre fui tão cuidadosa em relação a isso, como pude beber tanto ao ponto de ir parar na cama com aquele homem? E pior, ele era um estranho! Estava terminando de me vestir, quando o homem começou a se mexer na cama, senti meu coração bater mais forte, eu tinha que sair dali, antes que ele me visse. Com muito cuidado, comecei a caminhar na direção da porta. Pelo canto do olho, vi ele tatear o lado da cama em que estava deitada. Ele pareceu se assustar e rapidamente acordou, se sentando na cama e olhando para mim:
-O que faz acordada à essas horas? -Ele perguntou, passando a mão no rosto
-Como eu vim parar aqui? -Perguntei, sentindo meu peito bater mais forte a cada segundo
-O quê? -Ele me olhou sem intender
-Por quê você me trouxe pra cá?
-Lorena, do que você está falando? -Ele me encarava
-Você me seduziu e me trouxe pra cá, não foi? O que você fez? -Dizia chorando. O homem se levantou da cama, apanhando uma calça de moleton que estava no chão e a vestindo
-Lorena, está tudo bem meu amor? -Ele deu um passo em minha direção e eu fiz um gesto para que ele parasse. Ele parou
-Não me chame de seu amor! Eu nem o conheço! Me deixe em paz! -Gritei, saindo correndo dali
-Lorena sou eu, Luan!


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RECADINHO
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Oie minhas lindas! Como estão? Como prometido, ai está o capítulo de vocês! E ai, gostaram??? Awwwn, vamos admitir, apesar de tudo, Ian foi um fofo se desculpando com a Lorena né? Lu e Lo juntos também são uns amores! Mas e esse final? Será que a Lorena teve mais uma crise de esquecimento? Será que é um sonho? Ou será que dessa vez ela esqueceu definitivamente do Luan???? =( Comentem, comentem que logo, logo teremos mais! Não se esqueçam, quem faz essa fic acontecer são vocês, portanto, deixem a opinião de vocês em relação ao que vai acontecer ai!

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (24/10)

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Capítulo 52 (Luan)

Depois que Lorena teve sua primeira crise de esquecimento, a levei ao hospital logo no dia seguinte. Henrique pediu alguns exames e constatou que o tumor de Lorena estava afetando uma região do cérebro que era responsável pelas memórias.
Foi horrível ter que contar aquilo a ela e, pior ainda ter que a ouvir chorando, dizendo o quanto se sentiria mal se começasse a se esquecer de tudo. Se começasse a se esquecer de mim.

Os dias que se seguiram foram tranquilos. Lorena se sentia melhor, e desde o episódio de Domingo ela não havia tido mais nenhuma crise, porém, se mantinha mais calada do que o normal.
Ela estava no jardim -De toda a casa, aquele era o lugar que ela mais amava- olhando para as tulipas amarelas e as tocando delicadamente. Cada toque parecia vir carregado de muitas lembranças:
-Estou preocupado com ela -Comentei da cozinha, com Manuela, que também a observava enquanto preparava algumas coisas
-Eu sei que está, todos estamos.
-Eu não sei mais o que fazer.
-Você já fez tudo Luan, e ainda faz.
-Sinto que poderia tentar mais... Você tem falado com ela? -Perguntei, a olhando com atenção
-Eu tento, mas, desde a primeira crise de esquecimento, ela tem se fechado muito, não sei o que está acontecendo.
-Vou até lá falar com ela -Disse saindo da cozinha e indo em direção ao jardim. Lorena estava sentada na grama e, calmamente me sentei ao seu lado:
-Tudo bem se eu ficar aqui com você? -Perguntei a analisando
-Problema algum -Ela me olhou sorrindo
-O que está fazendo?
-Gosto de ficar olhando para as tulipas, elas me trazem boas recordações
-Tipo o quê?
-Eu já lhe disse, do nosso casamento, nossa lua de mel, da época em que eu era uma pessoa comum, como todas as outras... -Lágrimas começaram a rolar por seu rosto
-Ei, não chora, está tudo bem -A abracei a mim, usando todas as minhas forças para não chorar junto com ela. Era um momento difícil.
-Não, não está nada bem Luan! -Ela me olhou, seus olhos vermelhos- Eu sei o que vai acontecer, você também sabe, porque ficarmos nos iludindo? Eu vou começar a me esquecer de você e de todos que amo, pouco, a pouco, até não restar mais nenhuma lembrança! -Ela soluçava- Eu vou olhar pra você e não vou fazer ideia de quem seja! E nossa filha? Meu Deus! -Ela disse apavorada- Quando ela nascer, talvez eu nem saiba que ela é minha filha!
-Não diga isso Lorena! -A abracei- Eu sei que não vai se esquecer de mim
-Como pode ter tanta certeza?
-Eu apenas tenho -Beijei sua testa- Tente não pensar nisso, por favor, vai ficar tudo bem
-Tudo bem -Ela suspirou alto- Você não vai mesmo me deixar desistir, não é?
-Não mesmo! Você nunca vai se livrar de mim! -Brinquei, tentando distraí-la
-Não quero me livrar de você -Ela se aconchegou ao meu peito e, ao saboreei ao máximo aquela sensação de tê-la em meus braços, como se não fosse ter uma outra oportunidade de fazer aquilo.
-Luan? -Manuela me chamou
-Sim? -Voltei meu olhar para ela e Lorena também levantou a cabeça, a olhando
-Tem alguém ali na sala o esperando -Ela disse séria
-Quem? -Perguntei pensativo- Não estou esperando ninguém...
-Te garanto que é importante -Ela disse, sua feição ainda muito séria
-Tudo bem, avise que eu já vou -Manuela se virou, sumindo rapidamente do nosso campo de visão- Eu já volto, tudo bem? -Encarei Lorena
-Está tudo bem -Ela sorriu de lado para mim e antes de me levantar, lhe dei um beijo casto nos lábios. Me levantei e caminhei até a sala, e ao ver Ian sentado no sofá, senti todos os músculos do meu corpo se retraírem:
-Que diabos você está fazendo aqui? -Disse furioso
-Sem brigas Luan, a Lo não precisa ver isso -Manuela me orientou
-Eu não vim para brigar -Ian se manifestou- Eu sei que você não me suporta Luan, e adivinhe, eu também não vou muito com a sua cara -Ele me olhava- Mas eu vim em paz, quero apenas conversar com você
-O que você quer? -Fui curto e grosso
-Eu vim ver a Lorena -Aquilo me soou tão surreal que a minha única reação foi rir
-Você só pode estar brincando com a minha cara -O olhei, enquanto ele se levantava do sofá e vinha na minha direção
-Não, não estou -Ele disse, bem próximo a mim:



Não aceitei a provocação e o agarrei pelo colarinho, prestes a acertá-lo com um soco:
-Não Luan! Não faça isso! -Manuela entrou no meio, tentando me separar dele, com muito custo, o soltei- Eu sei que o Ian é insuportável, mas não custa nada ouvi-lo -Manu disse olhando para mim
-Eu já o ouvi Manu e, não, você não vai ver a minha esposa! -Disse
-Você não pode me impedir! Vocês não entendem, eu tenho que falar com ela! -Ele dizia
-E por que eu deveria deixar? 
-Por que eu mudei Luan, e, além disso, eu tenho assuntos inacabados com a Lorena, assuntos que eu preciso por um ponto final ou vou ficar louco!
-Por que vocês estão gritando tanto? -Lorena apareceu na sala, ela estava fraca, mal se mantinha em pé, mas veio do jardim até ali se apoiando nos móveis
-Lo -Caminhei até ela, a apoiando em mim- Você deveria ter me esperado no jardim
-Você estava demorando e, eu quis ver o que estava acontecendo -Ela deu uma olhada ao redor da sala- Ian? -Disse surpresa ao vê-lo
-Oie Lo, como vai? -Ele disse se aproximando e a ajudando a apoiar o outro lado do corpo. Aquilo me matou de raiva, mas me contive. Eu não confiava naquele cara, mas, pelo menos parecia que ele estava preocupado com a Lorena
-Não quer se sentar um pouco? -Perguntei com calma, a ela
-Sim, por favor -Com a ajuda de Ian a levei até o sofá e, depois de se sentar, ela pareceu ficar tomando fôlego durante um bom tempo
-Quer que eu pegue um pouco de água para você Lo? -Manuela perguntou a ela
-Não, eu estou bem -Ela disse respirando fundo- Mas, o que você faz em minha casa Ian?
-Eu vim vê-la, queria falar com você
-Acho que é melhor você vir outro dia -Disse o encarando- A Lorena está cansada, precisa descansar
-Não, eu estou bem -Lorena disse
-Ele tem razão Lorena, você precisa descansar...
-Eu já disse que estou bem, por favor, fique, quero ouvir o que você tem a dizer
-Lorena? -A encarei sem entender e ela pegou minha mão, me mantendo perto dela- Não tem que fazer isso -Murmurei 
-Eu sei, mas é preciso -Ela sorriu, tocando meu rosto- Será que você e a Manu podem me deixar a sós com o Ian? -Olhei de relance para Ian, que agora não esboçava nenhuma reação, Manuela parecia pensar o mesmo que eu- Por favor?
-Tudo bem -Concordei, mas meu coração estava na mão
-Obrigada meu amor -Ela me beijou rapidamente, mas aquilo foi o suficiente para que eu visse a solidão e a angústia nos olhos de Ian
-Estarei na cozinha com a Manu, qualquer coisa nos chame
-Ok -Depois que me retirei da sala com Manuela, não consegui ouvir nada o que eles conversaram depois. [...]










**************
RECADINHO
**************

Boa noite negas!!! Sei que já faz um tempão que estou devendo este capítulo para vocês =/ Peço perdão, o colégio não está facilitando para mim, mas prometo tentar me organizar para postar kkkkk
E ai, o que acharam desse capítulo???? É inevitável que a Lo esqueça suas memórias que tem com o Luan ou com a sua família, mas será que isso vai acontecer???? E o que o Ian quer tanto falar com ela??????? Comenteeeeeeeeem que logo, logo tem mais capítulos! Bjssss, Nati.

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (17/10)


Há! E eu super indico essa fic super linda da Manoela Ribeiro! ► http://fanficportodaaminhavida.blogspot.com.br/ ◄ Vocês vão adorar!!!

domingo, 4 de outubro de 2015

Capítulo 51 (Luan)

1 MÊS E ALGUNS DIAS DEPOIS...

Pela primeira vez em muito tempo eu estava realmente feliz. Feliz por simplesmente estar em casa com minha mulher, por cuidar dela e, por ter forças para curtir sua gravidez. 
Lorena havia acabado de completar três meses de gestação e apesar de sua barriga passar despercebida pelos olhos de todos, ela também estava muito feliz e animada com a ideia de ter um bebê. 
Eu sabia que o fato de estar grávida a enfraquecia cada vez mais. Mas ela não parecia se importar com isso. Sempre que alguém tocava no assunto, Lorena acariciava sua "barriga" sorrindo e, dizia que ali dentro estava o seu anjinho.
No dia anterior, Henrique havia marcado uma ultrassom conosco, para que pudêssemos descobrir o sexo do bebê. Lembro de ver Lorena em um misto de ansiedade e animação enquanto Henrique passava um gel em sua barriga e, logo depois, começar a deslizar um aparelho por ela. Eu fiquei olhando para o monitor, tentando entender alguma coisa, quando Henrique parou e olhou para Lorena:
-Quer mesmo saber? -Ele perguntou, esperando pela autorização dela
-Sim, por favor -Ela pediu sorridente. Ele olhou de relance para mim e depois novamente para ela
-É uma menina, parabéns -Ele sorriu. Observei quando as lágrimas se formaram em seus olhos e ela sorria de felicidade. Me aproximei, tomando sua mão e beijando sua testa:
-Uma menina, Lu -Ela sussurrou para mim
-Sim, nossa menina -Sorri em resposta.
Quando chegamos em casa, Lorena contou a novidade a Manuela, que vibrou com a notícia e depois telefonamos para todos nossos familiares, para que todos ficassem informados sobre a novidade. 
Naquela noite, depois que fomos nos deitar, abracei Lorena a mim, enquanto discutíamos sobre o nome que daríamos a nossa filha:
-Não acha que Luana ficaria esquisito? Já que seu nome é Luan? -Ela disse olhando para mim
-Tem razão -Concordei com ela- O que você sugere então?
-Que tal Nicole? 
-Nicole?
-Sim. Não sei se sabe, mas Nicole significa "a que conduz o povo a vitória" ou "a que vence com o povo", não sei, mas, me faz pensar que ela vai ser uma garota forte e guerreira e... -Ela respirou fundo, olhando para mim- Quando eu não estiver mais aqui...
-Ei -Toquei seu rosto- Se ela puxar a você, pode ter certeza que ela vai ser a garota mais corajosa desse mundo. Adorei esse nome.
-Sério? -Ela me lançou um grande sorriso
-Mas é claro! Já está escolhido, nossa pequena vai se chamar Nicole
-Obrigada Luan! -Ela me deu um beijo casto nos lábios.
No dia seguinte seria domingo, então eu resolvi convidar a todos para que pudessem comemorar aquela notícia tão especial juntamente conosco. Meus pais, Bruna, Henrique, Manuela, a família de Lorena, estavam todos presentes e, em pouco tempo, a casa ficou completamente lotada:
-Parabéns! -Todos diziam animados, nos parabenizando. Até Susi -Por incrível que pareça- nos parabenizou, apesar de ainda me olhar de lado.
Lorena estava um pouco fraca hoje, por isso estava sentada em sua cadeira de rodas, perto de sua avó, minha mãe, Manuela e de Bruna, bem ao lado da piscina, onde havíamos colocado uma mesa. Nós, homens, estávamos próximos a churrasqueira e, enquanto todos conversavam sobre assuntos aleatórios, eu me preocupava em assar a carne:
-Uma netinha, quem diria -Meu pai comentou, olhando para mim- A Lorena parece muito feliz com a notícia -Automaticamente, busquei por ela e, fiquei feliz, quando vi que ela sorria descontraída
-Sim, ela está, como eu também estou
-Sua neta, mas já vai ser minha bisneta! -Sr. Olavo, avô de Lorena disse- E olha que eu nem sou tão velho assim! -Ele brincou e todos nós rimos
-Amarildo, pode pegar o refrigerante na geladeira para nós? -Minha mãe gritou
-Claro querida! -Ele respondeu
-Eu te ajudo -Olavo o acompanhou até a cozinha, me deixando a sós com Henrique
-Então Henrique, eu sei que não é da minha conta, mas como vão as coisas com a minha irmã? -Disse meio sorrindo, para não o deixar muito tenso
-Muito bem Luan, não é porque você é irmão dela, nem nada disso, mas a Bruna é a melhor garota que eu já conheci
-Fico feliz em saber, ela não fala muito disso comigo -Disse virando um pedaço de carne na churrasqueira- Mas dá pra ver que ela tá muito feliz com você
-Antes que diga alguma coisa, eu prometo cuidar muito bem da sua irmã, não precisa se preocupar
-Não ia dizer nada disso -Disse retirando um pedaço de carne e o cortando na tábua- Você é um cara legal Henrique, minha irmã está bem com você, sem contar as inúmeras vezes que ajudou a Lorena, por isso, eu nunca vou poder te agradecer -O olhei sério
-É o meu trabalho, não precisa me agradecer. Acredite, se pudesse, eu faria muito mais por vocês.
-Eu sei que faria. -Ele se moveu, dando a entender que iria até Bruna, mas parou, se voltando para mim
-Sabe, o que vocês tem é raro -Ele disse, ganhando minha atenção- O amor de vocês, é o mais verdadeiro que eu já vi -Ele piscou, indo para a mesa, enquanto meu pai e o sr. Olavo colocavam os refrigerantes, gelo e algumas cervejas que estavam dentro de uma caixinha de isopor sobre a mesa. Levei a tabua com a carne cortada até a mesa, enquanto observava todos se servirem com arroz, carne, vinagrete e macarrão com queijo. Lorena também se serviu, mas não comeu muito.
Depois do almoço, Bruna, Henrique e Manuela se jogaram na piscina. Meus pais e os avós de Lorena conversavam em um canto. E Lorena estava sentada em sua cadeira, observando tudo aquilo:
-Oie -Disse me aproximando dela e lhe dando um beijo na testa
-Oi -Ela sorriu
-Não está cansada? Não quer se deitar um pouco? -Perguntei preocupado, me ajoelhando ao seu lado
-Não estou bem -Ela dizia olhando em direção a piscina- Não é incrível? -Ela perguntou
-O quê? -Olhei na mesma direção que ela
-A energia que eles tem? -Henrique, Bruna e Manuela jogavam vôlei dentro da piscina e, naquele momento, todos pareciam ter voltado aos tempos de criança
-É, é sim
-Você deveria se divertir mais também
-Não, isso não é mais pra mim -Comentei distraído
-Por quê? 
-Porque agora eu tenho você e, uma filha, que em poucos meses virá a esse mundo, esse tipo de diversão não faz mais o meu tipo
-Qual o seu tipo agora? 
-Eu não sei, talvez quando eu me deito na cama com você e ficamos falando sobre várias coisas, ou quando nos sentamos juntos para ver tv, ou, até mesmo, como hoje, quando reunimos nossas famílias e os observamos se divertirem
-Parece chato -Ela brincou colocando língua para mim
-Não, não é, fica melhor ainda quando minha mulher me beija -Ri, me aproximando para beijá-la ternamente nos lábios- Eu me divirto, e muito. Acredite, não é porque não me jogo na piscina que não estou feliz. Eu mudei muito Lorena.
-Há não! -Ela disse colocando as mãos no rosto 
-O que foi? -Perguntei preocupado, me assustando com sua reação
-Me casei com um velho! -Ele olhou para mim rindo. Eu amava os dias em que ela acordava com todo aquele bom humor
-Eu não sou velho! 
-Não é, mas age como um -Ela não parava de sorrir
-Engraçadinha -Ri, a beijando mais uma vez
-Será que você pode pegar um pouco de água para mim? -Ela pediu acariciando meus cabelos- Minha garganta ficou seca de repente
-Claro meu amor, eu já volto -Me levantei, saindo do jardim e indo até a cozinha. Peguei um copo no armário e depois caminhei até o filtro, pegando um pouco de água. Quando vi Lorena cruzar a cozinha em minha direção:
-Será que podemos conversar? -Ela disse, indo direto ao ponto
-Claro, sobre o quê? -Perguntei de cabeça baixa
-Sobre a Lorena -A olhei, sem saber o que esperar- Eu falei com ela a alguns dias atrás e, como já não era de se esperar, ela falou sobre a forma que eu te tratei no hospital e exigiu que eu te pedisse desculpas. Quero que perdoe as coisas horríveis que te disse e o tapa que lhe dei, não deveria ter feito aquilo
-Eu mereci -Disse- Mas, como ela descobriu sobre isso? Eu não mencionei nada com ela
-Não? Se não foi você, então, quem foi? -Susi me olhou surpresa
-Não faço a menor ideia
-Mesmo assim, isso não importa, só quero que saiba que, não quero que fique este clima ruim entre nós. A Lorena precisa de todo o apoio que conseguir agora e, quando minha neta nascer, não quero ter que deixar de vir até aqui vê-la, porque simplesmente não me dou bem com você
-Tudo bem Susi, imagino o que você vem passando nos últimos meses -Sem motivo algum, ela me abraçou
-Você também -Ela sussurrou, me encarando logo depois- Me preocupei tanto com a minha dor, que me esqueci da dor dos outros. Você sempre tratou minha filha tão bem Luan, sempre se deu bem com todos nós, juro que não sei de onde tirei motivos para implicar com você -Ela se calou por alguns instantes, parecendo pensar no que diria a seguir- A Lorena também me contou sobre os boatos que se esparramaram de você e, me disse que você contou a ela como tudo havia acontecido -Confesso que me senti desconfortável ao ter que falar de novo daquele assunto. A imprensa já havia largado mais do meu pé, só que a maioria ainda dizia que eu havia deixado os palcos por ciúmes da Lorena, que agora ela me obrigava ficar em casa e tals, besteiras que eu preferia deixar de lado:
-Sabe o que eu achei mais incrível? -Ela perguntou, mas eu não disse nada- Quando perguntei a ela, como ela podia ter tanta certeza de que você tivesse contado toda a verdade a ela, ela apenas se virou para mim e me disse que você se amavam, e que isso era a resposta para todas as coisas.
-Onde quer chegar com tudo isso?
-Você não diz, nem deixa aparentar, mas sei que está sofrendo Luan e eu não tinha o direito de te culpar das coisas que estão acontecendo a Lorena. Foi apenas uma triste coincidência do destino, uma fatalidade, mas parecia mais fácil para mim tentar encontrar um culpado. Quanto a gravidez, depois de ver o quanto ela está feliz, não tenho dúvidas de que essa criança vai vir como um presente. Obrigada Luan.
-Não me agradeça, eu não fiz nada. Agradeça a Deus, ele sim sabe de todas as coisas e do que é melhor para cada um de nós.
-Você tem razão -Ela sorriu para mim, saindo da cozinha. Segundos depois, também sai, com o copo de Lorena em minhas mãos:
-Sua água -Entreguei o copo a ela
-Obrigada -Ela disse dando um grande gole- Por que demorou tanto?
-Estava conversando com Susi
-Ela te pediu desculpas?
-Sim
-Ainda bem
-Ela me disse que você a ameaçou -Comentei
-Sim, disse a ela que se não fizesse as pazes com você, não precisaria mais voltar a falar comigo
-Forte argumento. Mas, como você descobriu da nossa briga?
-Arleidy me contou, além disso, não precisava ser um gênio para perceber que vocês estavam se estranhando
-Obrigado por isso
-Não fiz isso por você, fiz por nossa filha, não quero que ela viva no meio de um briga entre o pai e a avó
-Sei que ela será grata por isso -Sorri, pensando em como mesmo depois de tudo, ela ainda se mantinha centrada e preocupada com o que acontecia com as pessoas que ela amava.
Meus pais, os avós de Lorena, Bruna e Henrique, foram embora pelo entardecer. Manuela saiu na parte da noite, com um rapaz que ela estava conhecendo, deixando a casa livre para mim e Lorena. 
Ela estava em um de seus melhores dias, sorrindo, brincando... tudo aquilo me deixava muito feliz.
Decidimos que veríamos a um filme juntos, mas antes, resolvemos fazer um brigadeiro de panela. Apesar de não poder se levantar da cadeira de rodas, Lorena ia me dizendo o que colocar na panela, enquanto eu tentava usar todas as minhas habilidades de cozinheiro para fazer aquilo dar certo. Depois de levar a panela ao fogo, mostrei a ela como a mistura havia ficado e ela me garantiu que o chocolate já estava no ponto:
-Está ótimo! Agora é só esperar esfriar. Será que você pode pegar... -Ela se calou de repente
-Pegar o que meu amor? -A olhei, mas ela parecia confusa e pensativa- Lorena, o que você quer que eu pegue? -Perguntava, mas ela não me ouvia. Parecia estar ocupada demais pensando em algo- Lorena? -Chamei por seu nome, já preocupado com sua reação
-Eu não me lembro o que ia te pedir, veio e sumiu de repente -Ela disse assustada. Aquela foi a primeira vez que Lorena teve uma rápida crise de esquecimento causada pelo tumor. Dali em diante, eu sabia que as coisas só iriam piorar.








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RECADINHO
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Capítulo de Sábado no Domingo à noite, vale? kkkkkkkkkk Como vão minhas lindas?? Gostando da fic??? E ai, gostaram do capítulo de hoje??? Awwwwwwwn, confirmando, Lu e Lo terão uma menininha e ela se chamará Nicole! *-* E finalmente, Susi se desculpou com o Luan, já estava na hora né? Mas e essas crises de esquecimento? Será que duram por pouco tempo, como aconteceu neste capítulo com a Lo, Ou, será que podem prejudicar memórias mais  antigas? =/ Comentem, mandem opiniões, que logo, logo, temos mais! bjsss, Naty!

P.S: Amanhã respondo os comentários do capítulo 50.

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (10/10)

INDICAÇÃO: Fanfic - PS: Eu Te Vivo, da linda da Tanara! Bora ler? ► http://fanficpseutevivo.blogspot.com.br/ ◄