domingo, 5 de abril de 2015

Capítulo 7 (Lorena)

Quando finalmente saímos do teatro, Well já nos esperava do lado de fora.
Durante todo o caminho até minha casa, conversamos, mas não muito, somente o necessário. Acho que havia muito o que processar. Nos despedimos dentro do carro mesmo, depois de Luan se inclinar me beijando ternamente. Lembro de ter ficado um pouco constrangida por Well também estar ali conosco, mas com a mesma rapidez com que esse pensamento surgiu, ele também desapareceu.
Segundos depois, Luan já tinha ido embora, enquanto eu caminhava até a porta. Tirei os saltos para não fazer barulho e entrei. Antes de subir para meu quarto, resolvi dar uma passada na cozinha e tomar um pouco de água. Foi quando encontrei minha mãe sentada a mesa com o notebook ligado e várias pastas de clientes espalhadas sobre a mesa:
-Fazendo o dever de casa? –Falei para ela que estava distraída
-Há, é você querida –Ela levantou a cabeça, retirando os óculos para poder me olhar. Apesar do cançaso eminente em sua voz, seus olhos azuis, não deixavam de exibir a mulher linda que ela era- Alguns processos atrasados, resolvi trazer para casa para adiantar as coisas
-Não deveria estar descansando? Você já trabalha demais mãe!
-E a senhorita não deveria estar dormindo? –Ela me olhou com ar de graça
-Susi não avisou que eu iria sair?
-Avisou. Disse também que você iria sair com um rapaz que havia acabado de conhecer.
-Não é bem assim, eu já o vi algumas vezes.
-Hum, estão namorando?
-Não mãe! Ele é apenas um amigo.
-Certo, não está mais aqui quem perguntou –Ela recolocou os óculos, voltando a analisar as pastas e a digitar. Peguei um copo no armário e fui até a geladeira para pegar um pouco de água- Sabe quem eu encontrei hoje? Na hora do almoço? –Olhei para ela negando com a cabeça- Ian –Ela disse- Sabe, achei ele bastante abalado.
-Mãe, o que havia entre mim e o Ian, acabou! A senhora sabe o que ele me fez.
-Eu sei querida, mas as pessoas mudam.
-As pessoas sim, ele não. –Ela deu de ombros, voltando ao trabalho. Puxei uma cadeira e me sentei ao seu lado- Vai demorar muito?
-Mais algumas horas... –Olhei para o relógio. Meia-noite em ponto.
-Será que eu posso ajudar?
-Pode organizar os nomes dos clientes em ordem álfabetica para mim?
-Claro mãe. –Podia contar nos dedos os momentos que tive a sós com minha mãe durante toda minha vida. Ela e meu pai sempre trabalharam duro para que chegassemos aonde chegamos hoje. E quando aparecia a oportunidade de ter um momento com ela, eu aproveitava ao máximo. Estava tudo indo bem, estávamos conversando e rindo sem parar, até que por volta da uma e meia da manhã, meu pai chegou.
Como sempre, aconteceu a mesma coisa. Ele chegou exaltado, brigando com minha mãe e não demorou muito para que os dois começassem a discutir. Ás vezes eu achava que os dois não se suportavam. Os deixei ali, e subi para meu quarto. Os diálogos com meu pai eram ainda mais raros.

Logo pela manhã, acordei com o vibrar do meu celular. Já se passavam das onze horas da manhã. Estendi a mão e o peguei sobre a cama. Era uma mensagem de Luan:

“Bom dia Lorena, espero que tenha dormido bem, eu dormi. Só passei pra avisar que já estou embarcando para o Rio. Te ligo quando der.
Com amor, Luan.”

Meus olhos brilhavam quando terminei de ler. Olhei a hora e vi que havia sido enviada a poucos minutos, disquei seu número, mas infelizmente ele não atendeu. Já deveria ter embarcado.

***

Como de costume, todos os sábados Manuela passava em minha casa e nós passávamos a tarde inteira no shopping. Nem sempre comprando, mas usando isso ao nosso favor, como uma válvula de escape, para que pudessemos conversar. Naquele dia, depois que nos sentamos na praça de alimentação, o assunto da vez foi Luan:
-Então ele te levou pra ver um musical? Que tudo Lô!
-Foi perfeito Manu, você deveria ter visto!
-Desculpe, ainda não arrumei um boy magia que fosse só meu –Ela riu- Mas e ai, quando vocês vão sair de novo?
-Eu não sei, ele viajou agora e volta pra casa dentro de um mês
-Um mês Lorena? –Manuela me encarou séria- Eu pensei que ele ficasse fora por menos tempo.
-Manu, ele é um cantor de sucesso, o que você esperava?
-Que ele ficasse mais tempo em casa?
-Ele disse que quer manter contato
-Tá, mas quem garante que ele não vai estar falando com você ao celular, enquanto está deitado com outra mulher na cama? –Lógico que eu e Luan não tínhamos nada de sério, mas refletir sobre aquilo foi estranho.
-Não era você que ontem queria que eu o arrastasse pra um quarto na primeira oportunidade que eu tivesse?
-Tá, eu sei que as vezes eu sou um pouco precipitada...
-Um pouco?
-Muito precipitada –Me olhou de cara feia e eu arqueei uma sombrancelha para ela- Mas você quer mesmo manter contato com um cara que pode estar com qualquer uma a qualquer hora, enquanto você está aqui? Esperando por ele? Tá, eu queria que você esquecesse o Ian e achei que o Luan seria uma boa maneira de fazer isso, mas revendo os fatos... acho que é melhor parar por aqui Lorena. –Eu odiava ter que admitir, que pela primeira vez na vida, Manuela estava certa. Seria melhor parar por aqui.

***

Não vou mentir que os dias seguintes foram torturantes, porque foram. Jurei a mim mesma que se Luan me ligasse, eu esqueceria toda aquela besteira que Manuela havia me dito, mas como se fosse para me contrariar, ele não ligou. Nenhuma vez nos últimos quinze dias. Estava começando a superar, finalmente percebendo que aquele tempo que havíamos passado juntos, não havia significado nada para ele. Quer dizer, superando até Bruna –A irmã- dele aparecer no teatro, justo no dia em que estava ensaiando minha peça. Depois do ensaio a convidei para ir até o meu camarim:
-Uau, você estava incrível em cima do palco –Ela disse me ajudando a tirar a maquiagem
-Só fiz o meu trabalho –Sorri- Então, o que te trouxe aqui?
-Além de assistir ao ensaio? Um recado do meu irmão –Senti meu corpo todo entrar em alerta
-Um recado?
-Sim. Ele vai estar em São José do Rio Preto hoje e queria muito que você fosse ao show.
-Há Bruna, eu não sei se vou poder...
-Vamos Lorena? Eu e algumas amigas vamos também, você poderia ir conosco
-Obrigada pelo convite, mas...
-Ele me pediu pra insistir até que você aceitasse, e sabe, eu posso ser bem insistente –Ri do jeito dela
-Tudo bem, a que horas vocês saem? –Depois de convenser Susi a me deixar ir, passei em casa para pegar algumas mudas de roupa e logo depois fui para o aeroporto, aonde Bruna e suas amigas me esperariam. No caminho liguei para minha mãe, apenas para avisar que não se preocupasse e que logo na manhã seguinte estaria de volta.
A viagem foi bem tranquila. Bruna e as amigas eram meninas encantadoras e acredito que durante o voo, tenhamos ficado bem amigas.
Chegamos a São José ao entardecer. Ficaríamos no mesmo hotel que Luan, porém, ele só chegaria mais tarde, quase na hora do show. Era um festival sertanejo, com vários cantores se apresentando e como o dele era o último, não tinha com o que se preocupar.
Fiquei em um outro quarto, separado do das meninas, não queria atrapalhar ninguém. Além disso, eu me sentia mais a vontade sozinha. Depois de deixar minha mala em um canto, peguei a toalha e fui para o banho. Bruna e as meninas queriam chegar cedo no festival para conferirem alguns shows, então teríamos de nos arrumar rápido.
Optei por um vestido de couro preto, que valorizava bem as curvas do meu corpo, um salto alto no mesmo tom e uma bolsinha de mão vermelha:



 Deixei meus cabelos soltos e fiz uma maquiagem pra noite, com direito a muito rímel, delineador, lápis e o batom em um vermelho bem marcante.
Depois de pronta, fui até o quarto das meninas, para ajudar elas a terminarem de se arrumar também. Pouco mais de uma hora depois, já estávamos a caminho do festival.

O lugar estava completamente lotado! Nossas entradas já estavam liberadas e de lá fomos levadas diretamente para o camarote, que ficava a alguns metros do palco principal. Chegamos bem cedo, portanto, conseguimos assistir a vários shows, com várias músicas e artistas que eu simplesmente amava. Bruna e as amigas também se divertiam. Havia ido buscar um drink, quando ouvi anunciando que o show do Luan iria começar. Voltei para junto das meninas, a tempo de vê-lo surgir no palco. E ele estava radiante, como no último show que eu havia ido com Manuela. Mais uma vez, achei as músicas perfeitas e a presença de palco dele, o carinho pelos fãs e o carisma simplesmente indiscutíveis!
Antes de o show acabar, Bruna convidou a mim e as amigas para que fossemos até o camarim de Luan, dar os parabéns a ele.
Quando finalmente conseguimos sair do camarote, Luan já havia encerrado seu show. De lá, até chegarmos ao camarim, foram questões de minutos.
Os seguranças as reconheceram de imediato e abriram a porta do camarim para nós. Reconheci Well em um canto e quanto olhei para ele, ele apenas acenou discretamente.
Luan estava sentado em um sofá, tomando tereré, com Arleyde e mais um homem baixinho, que eu não conhecia.
Prontamente ele se levantou para receber a irmã e as amigas e quando me viu, pareceu ter ficado surpreso:
-Oie Lorena! Que bom que você veio! –Ele me abraçou
-Oie Luan –Retribui seu abraço, um pouso sem jeito
-Luan, solte a menina, olha só pra você, está todo suado! –Arleyde fingiu estar danando com ele
-Está com ciúmes? Quer que eu a abrace também? –Ele olhou para ela divertido
-Nem morta! –Ela revirou os olhos, vindo até mim
-Lorena, não é? Como vai querida? –Me abraçou
-Muito bem e a senhora?
-Bem. Faz tempo que nãos nos vemos
-Pois é, desde o show em São Paulo
-É sempre bem-vinda
-Obrigada
-Já que ninguém me apresenta, vou me apresentar –O homem baixinho se aproximou- Roberval, sou da equipe do Luan
-É um prazer Roberval
-Pode chamar ele de ‘testa’ também, ele não liga –Luan disse tirando o boné que estava na cabeça de Rober e prontamente eu entedi o significado do apelido
-Já disse pra não zombar da minha testa, Luan!
-Desculpa cara, mas não dá –Luan riu
-Muito bem, vamos todos sair agora. Luan, se troque, estaremos indo para o hotel em alguns minutos –Arleyde anunciou, enquanto todos saiam da sala, inclusive eu:
-Lorena, espera! –Luan segurou em minha mão, me fazendo parar. Fechou a porta do camarim e me olhou culpado- Desculpe...
-Pelo quê, Luan? Por ter dito que me ligaria e depois não ligar? Ou por querer ficar comigo só pra se aproveitar?
-Eu nunca faria isso com ninguém, ainda mais com uma garota bacana como você
-Sabe, não foi o que ficou parecendo
-Eu queria ter te ligado –Luan disse enquanto tirava sua camiseta, bem na minha frente. Não sei se ruborizei ou se fixei meus olhos naquele tórax maravilhoso. Talvez os dois. Além do tórax bem definido, notei a tatuagem de um crussifixo no ombro e tentei imaginar até onde deveria ir sua fé. Do lado direito, nas costelas, havia uma frase, que eu não consegui ler- Eu queria muito mesmo, acredite –Ele disse pegando uma camisa branca que estava no cabide- Mas, minhas fãs acabaram descobrindo meu número mais uma vez essa semana e eu tive que trocar de chip. Você não faz ideia de como é ter seu celular tocando de minuto em minuto, durante todas as horas do dia.
-Não mesmo –Cruzei os braços- Deixa eu adivinhar, depois que trocou de chip, perdeu meu número? –Me aproximei dele, o ajudando a dobrar as mangas da camisa
-Não –Ele me olhou bem nos olhos- Perdi o chip e esqueci seu número. Me perdoa? –Ele acariciou meu rosto com uma de suas mãos- Eu estou mesmo gostando de você.
-Como vou saber se está dizendo a verdade? –Antes que terminasse de falar, Luan me puxou pela cintura e juntou seus lábios nos meus, me beijando com desejo. Ele me empurrou para trás, até que me encostasse na parede, sem parar por sequer um segundo. Minhas mãos estavam no seu rosto, enquanto as dele agarravam meu corpo com força. Ele se pressionava em mim, e por um segundo, eu pensei que nossos corpos fossem se fundir, de tão perto que estavam um do outro. Tentei raciocinar tudo o que estava acontecendo ao mesmo tempo: Nossas línguas buscando desesperadamente uma pela outra, nossos corpos clamando por amor e eu me deixando levar por ele –mais uma vez. Luan foi desacelerando o beijo e quando parou, encostou sua testa na minha, sem se afastar nenhum centímetro. Abri meus olhos lentamente e vi que ele também olhava para mim. Ele abaixou o olhar, encarando mais uma vez a minha boca e depois voltando a olhar para mim, extremamente ofegante, ele me pareceu mais sexy do que nunca:
-Tenho certeza que agora você sabe. 



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                    RECADINHO
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Oiiiiieee Neguxas! FELIZ PÁSCOA -Atrasado mais tá valendo né? kkkkk- Como não posso dar um ovo para cada uma de vcs, darei um capítulo extra kkkkk
Voltando ao capítulo... Huuum, Lu e Lo, oq dizer desses dois? Na boa, mais um beijão rolou entre eles #Passada, será que a química entre eles foi tão forte assim??? Comentem, comentem, que logo tem mais!

PRÓXIMO CAPÍTULO: TERÇA-FEIRA (07/04) Á PARTIR DAS 19:00 HORAS!!!


8 comentários:

  1. Eita esses beijão hein, eh de perder o folego kkkk eu adoro esses dois e adorei o capítulo bjo

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  2. so tive tempo de vir comentar agora e: eu to apaixonada por esses dois! a fanfic ta demais

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    1. Obrigada! Fico feliz que esteja curtindo esses dois maluquinhos! kkkk bjss

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  3. Cadê o próximo capítulo?����

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  4. Amo capítulos extras e estou amando ainda mais a historia. Tô apaixonada tipo como fiquei por Christian e Anastasia Steele, rs. Ai Nati a cada capítulo fico mais presa nesse mundo dos dois e do jeito que vc escreve eu sei que chorarei rios quando ela morrer! Socorro! E pode continuar mocinha, a gente deixa viu!

    Beijão!

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    1. Obrigada Ge, não sei se vc sabe, mas ouvir isso de vc, é muiito gratificante, já que vc é uma escritora incriveeel! amo de paixão suas fics! obg pelo carinho, bjss

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