terça-feira, 31 de março de 2015

Capítulo 5 (Luan)

Havia conseguido marcar com Lorena, para que no dia seguinte nos encontrássemos em um pesque-pague, ali em São Paulo mesmo. sabia que o incidente do dia anterior a havia magoado e eu queria concertar isso. Havia me oferecido para busca-la, mas ela disse para não me preocupar, que ela mesma viria. Disse para ela o local e combinamos de nos encontrar depois do horário de almoço.
Cheguei lá por volta de uma da tarde e fiquei em um quiosque esperando por Lorena. Meia hora depois, vi um carro preto chegar pela entrada para automóveis e parar no estacionamento, acho que sorri quando a vi descer do carro:
-Espero não ter demorado -Ela disse sorrindo, enquanto vinha em minha direção
-De maneira alguma, chegou na hora certa
-Bem, espero estar vestida corretamente para a ocasião, nunca na vida sai para pescar -Ela dizia apontando para sua roupa. Ela usava jeans -Que por sinal marcava muito bem suas curvas-, uma camiseta azul claro e sapatilhas pretas. Seus longos cabelos loiros estavam presos em um rabo e alguns fios tentavam escapar com a ajuda do vento.
-Acho que pode ficar tranquila quanto a isso -Disse depois do que pareceu uma eternidade
-E então, quando vamos começar a pescar?
-Daqui a pouco, não quer sentar e tomar algo primeiro?
-Claro -Ela se sentou na cadeira a minha frente
-Garçom? -Chamei
-Sim?
-Pode trazer dois tererés pra gente?
-Aguardem só um minuto
-Tereré? -Lorena me olhou confusa
-Uma bebida lá da minha terra, é tipo Chimarrão, só que no lugar da água quente, colocamos água gelada. Vai por mim, você vai gostar
-Se você está dizendo -Ela riu e eu encarei a mesa um pouco desconcertado, tendo noção do quanto ela era linda.
-Obrigado por ter vindo, pensei que tivesse ficado chateada comigo
-Por que eu ficaria?
-Há, você sabe, ontem, acho que não lhe dei a atenção que merecia
-Não seja bobo Luan, todas aquelas pessoas eram fãs ou te admiravam muito, isso é normal
-Não pensei que fosse acontecer, me desculpe -A olhei sério
-Não tem porque se desculpar, eu entendo perfeitamente o que aconteceu -Ela fez uma pausa, me olhando curiosa- É sempre assim?
-Nem sempre, depende do lugar que eu estou, mas sabe, eu adoro, sempre foi tudo o que eu quis, pessoas que me conhecessem por onde eu passasse
-Bem, você conseguiu kkk Espero um dia conseguir também
-Não tenho dúvidas de que vai -A observei
-Não vou dizer que é fácil, mas também não vou desistir. Eu sempre estou fazendo cursos de teatro, me especializando cada vez mais, para que um dia, se Deus permitir, eu ser chamada para uma produção de sucesso, uma novela, um filme... não sei, o que vier está bom
-É só continuar acreditando que você vai conseguir, Lorena -Mantemos nossos olhares, até que o garçom chegou com as bebidas. Deixou as duas cuias sobre a mesa e saiu- Quer fazer as honras? -Indiquei para que Lorena começasse primeiro. Ainda um pouco relutante ela pegou a cuia e olhou para mim
-Não vai me acompanhar?
-Ainda não, quero ver sua reação quando provar essa maravilha pela primeira vez -Ela sorriu e aproximou a bombinha da boca- Só não mexa na bombinha, ela pode entupir -Ela assentiu com a cabeça e deu um gole. Pelo seus olhos, vi que ela havia gostado
-Uau, isso é muito bom!
-Eu sei que é -Ri, pegando a outra cuia que estava sobre a mesa e começando a beber também
-Deveria ter me apresentado a isso no instante em que nos conhecemos -Lorena comentou animada
-Lamento por isso, foi um erro da minha parte -Ainda ríamos, quando parei a olhando- Lá no show, quando você esbarrou comigo, você realmente nunca havia ouvido falar de mim? -Ela colocou a cuia sobre a mesa com muita cautela, enquanto parecia buscar pelas palavras certas. Alguns segundos depois, ela me olhou nos olhos
-Não Luan, me desculpe -Ela pareceu ficar um pouco sem graça em relação a isso- Como te disse, eu morava em Madri com minha família e cheguei no Brasil a pouco tempo, ainda não consegui me atualizar direito
-Então como você foi parar lá naquela noite? -Ela deu de ombros
-Minha amiga, a Manuela, ela queria me mostrar a cidade e me animar um pouco também
-Havia acontecido alguma coisa?
-Sim, eu havia acabado de romper com meu namorado
-Aquele troglodita do show?
-Ele mesmo -Lorena me deu um sorriso fraco
-Me desculpe falar assim, mas ele estava sendo um ogro com você
-Ian sempre foi assim, explosivo, ele queria que eu voltasse para ele
-Por que vocês terminaram? Eu sei que não é da minha conta, mas...
-Não vejo problema algum em perguntar -Ela se ajeitou na cadeira para continuar- Ele já havia me traído outras duas vezes e a terceira eu não consegui perdoar, sabia que não precisava passar por isso. Além disso, nosso relacionamento estava desgastado, eu não queria ver, mas agora vejo que tudo o que vivemos, foi mais "carne" do que sentimento, você entende?
-Entendo
-Mas e você, Luan? Sei que está solteiro, você mesmo me disse, mas nunca teve um namoro sério?
-Tive dois na adolescência e um outro a um ano atrás
-Qual era o nome dela?
-Jade
-E por que terminaram?
-Na época foi porque eu não queria que a imprensa ficasse tão em cima de nós dois e dai pedi um tempo, mas hoje sei que terminamos porque eu não estava pronto para o que ela queria
-E o que ela queria Luan?
-Sabe o que eu quero agora? Pescar! -Mudei rápido de assunto, me levantando da mesa- Vamos?
-Só se for agora! -Lorena se levantou me acompanhando
-Só vou pegar as traia ali no meu carro e a gente pode ir -Lorena estava ao meu lado quando abri o porta malas e tirei lá de dentro: Duas varas, uma cesta, uma caixinha de anzóis e linha. Caminhamos lado a lado até a beira do rio e depois nos sentamos em um banco que havia ali:
-Está e a sua -Entreguei uma das varas para Lorena
-Há, eu nunca pesquei na vida, mas não deveria ter uma minhoca, ou sei lá, alguma coisa no meu anzol?
-Pode escolher sua isca -Sorri abrindo a cesta para que ela visse o que havia lá dentro
-Goiaba e salsicha? -Questionou
-Hunrum, as melhores iscas que existem e sabe por que? Porque se você não pegar nenhum peixe, você pode come-las -Ela riu e pegou um pedaço de salsicha, o espetando no anzol.
-O que devo fazer agora?
-Jogue o anzol na água o mais longe que conseguir com a ajuda da vara
-Assim? -Lorena se levantou, tentando fazer o que eu havia lhe dito
-Quase, você tem que dar um impulso para trás e arremessar, vou te ensinar -Me levantei, me posicionando atrás dela. Coloquei minhas mãos por baixo dos seus braços a ajudando nos movimentos- Agora você joga a vara um pouquinho para trás e depois para frente, assim -A linha foi lançada para bem longe e o anzol caiu na água- Agora você só tem que manter a vara não muito baixa, nem muito alta, apenas no meio -A ajudei a deixar seus braços na altura certa
-Obrigada -Ela virou seu rosto para poder me olhar
-De nada, agora deixa eu colocar isca no meu anzol para me juntar a você -Depois de arrumar minha vara, arremessei meu anzol na água e nos sentamos no banco para esperar algum peixe fisgar nossa isca e conversar:
-Aquele dia, no camarim, você disse que começou a fazer teatro por causa da sua avó -Puxei assunto
-Foi, minha avó era incrível em cima de um palco, você tinha que ver, ela dançava e interpretava como ninguém. Quando já era maiorzinha, ela me levava com ela para os ensaios, escondida dos meus pais e eu lembro de ficar fascinada com tudo que eu a via fazer. Sabia que seguiria o mesmo caminho.
-Você fala como se seus pais não gostassem muito do que você faz
-E não gostam. Meu pai é médico e minha mãe é advogada, tenho certeza de que a última coisa que queriam, era que uma das filhas se tornasse atriz. Meu pai sempre achou que minha escolha errada, ele diz que eu deveria ter escolhido uma profissão de valor. Quando terminei os estudos, ainda fiz a faculdade de direito por um ano, mas me dei conta de que estava fazendo aquilo só para agradá-lo e comecei a fazer teatro, escondido dele, com a ajuda da minha avó. -Ela olhava para longe enquanto falava, como se tentasse se recordar de cada momento
-Imagino que ele ficou uma fera quando descobriu -Disse tirando o anzol da água e o arremessando para mais longe com a ajuda da carretilha
-E ficou, mas minha avó sabia como convencê-lo. Quando ela morreu, ficou tudo mais difícil, ela era meu ponto de apoio. 
-Minha família sempre me apoiou na minha decisão, passamos por todos os obstáculos juntos e se estou aqui hoje, é por causa deles 
-Comigo não foi assim, mas graças a Deus, depois que minha irmã terminou a faculdade de direito, ela começou a fazer administração e hoje ela é minha empresária e acessora
-É sempre bom ter alguém por nós, não é? -Lancei um sorriso para ela
-E como -Ela respondeu, ficando séria logo em seguida- Luan, acho que peguei um -Ela se levantou
-Você tem que puxá-lo Lorena, ponha força para o tirar da água -Ela fez como mandei e puxou a vara para trás, junto com ela veio um dourado de umas 900 gramas
-Aaaaa eu consegui! Eu consegui Luan! -Ela saltava animada
-É, nada mal pra uma iniciante -Deixamos as varas ali e levamos o peixe para a cozinha, eles preparavam os peixes que os visitantes pescavam. Depois de pronto, Lorena e eu retornamos para a beira do rio, onde nos sentamos no banco para saborear aquela delícia:
-Melhor peixe frito que já comi -Comentei
-Estaria mentindo se dissesse o contrário, está uma delícia mesmo -Ela disse, enquanto saboreava um pedaço, tomando cuidado com os pequenos ossos que os peixes tem- Já está tarde... -Ela disse olhando para o horizonte. O sol acabava de se colocar, já estava escuro e agora apenas a luz de dois postes nos iluminava- Minha família deve estar preocupada comigo -Ela lentamente tocou minha mão- Obrigada pelo dia maravilhoso Luan, eu me diverti muito.
-Podemos fazer isso mais vezes, se você quiser
-Eu iria adorar
-Sabe, acho que você é a garota mais interessante que já conheci.
-Diz isso para todas? -Nos olhamos rindo e segundos depois, eu me vi completamente perdido nos seus lindos olhos azuis. Eu sabia o que queria e por via de dúvidas, resolvi arriscar. Inclinei minha cabeça um pouco mais para perto dela, esperando qualquer reação e quando ela segurou meu rosto em suas mãos e se inclinou para me beijar, senti meu coração bater mais rápido. Quando nossas línguas se tocaram, foi mágico. Aquilo não foi longo, nem quente, mas quando abri meus olhos e eles se encontraram novamente com os dela, tive a certeza de que havia feito a coisa certa e que nada pareceu tão fácil quanto aquilo. Um final perfeito, para uma tarde perfeita.


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                      RECADINHO
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Olá meninas! Mas um capítulo para vcs! E ai, no último capítulo, quando o Luan convidou a Lorena para sair, vcs pensaram que ele fosse convidá-la para pescar? kkkkk Bem ele né? kkk Uau! E esse beijão no final do capítulo??? Oq vcs acharam??? 
Haa, e pq o último capítulo teve menos comentarios que os anteriores??? Vcs não gostaram??? Por favor, me digam, que ai eu vou poder corrigir os erros e fazer uma boa fic pra vcs! 
Comentários dos capítulos anteriores respondidos! 

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (04/04) À PARTIR DAS 19:00 HORAS!!!! 

Nati.

sábado, 28 de março de 2015

Capítulo 4 (Lorena)

-Finalmente Lorena! Aonde você se meteu? -Manuela estava encostada no capô do carro e disparou aliviada quando me viu
-Me desculpe, eu me perdi da saída
-E o Ian? Ele te fez alguma coisa? Por que se fez... -Outra coisa que acontecia com a Manuela, quando ela estava sob o efeito de alcool, é a coragem que ela ganhava
-Não, ele não fez nada, só tentou me forçar a conversar com ele, mas eu recebi uma ajuda
-Uma ajuda? De um homem? -Ela arqueou uma sobrancelha para mim
-E isso importa?
-Nessas circunstâncias sim -Riu- Esse rapaz que te ajudou era pelo menos gatinho? -Não sabia se deveria contar a ela, se contasse o que havia acontecido a Manuela sabia que ela pensaria um turbilhão de besteiras, mas por outro lado, sabia também que ela não me deixaria em paz
-Foi o Luan que me ajudou...
-Luan? Ai meu Deus! Você tá dizendo que aquele cantor lindo e gostoso te salvou das garras do Ian? Amiga, ele te quer!
-Não seja tola, ele só foi cavalheiro! Vamos ou não vamos embora? -Disse impaciente
-Vamos né -Quando ela retirou as chaves do bolso, eu a tomei de suas mãos- Ei, o carro é meu!
-Mas a única pessoa em condições de dirigir aqui sou eu -Ela pós língua e entrou do lado do passageiro.
O trânsito de madrugada era bem tranquilo, quando comparado com o horário de pico.
Chegamos a minha casa pouco mais de uma hora depois. Como a casa de Manuela ficava um pouco longe da minha, e ela não estava em condições de dirigir, acabei achando melhor ela dormir em minha casa naquela noite.
Coloquei um colchão para ela ao lado da minha cama, e enquanto ela terminava de se acomodar, fui para o banheiro e tomei uma banho bem relaxante, a maneira como Ian havia agido ainda me assustava, se Luan não tivesse intervindo... Luan, por que de repente eu havia ficado tão ansiosa para que quarta-feira chegasse logo? Por que eu não conseguia parar de agradecê-lo pelo que havia me feito? Por que eu não conseguia parar de pensar nele? Confesso, talvez a sua forma de agir, sua educação e a sua beleza tenham me chamado a atenção, mas isso não justificava meus pensamentos em relação a ele. Balancei a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, terminei meu banho e sai do chuveiro enrolada na toalha de banho.
Quando retornei ao quarto, me deparei com Manuela "desmaiada" no colchão, seus sapatos de salto espalhados pelo quarto. Ri. Minha amiga era mesmo uma maluca.
Vesti minha camisola e desci até a cozinha para pegar um pouco de água. Me assustei quando vi minha irmã sentada a mesa:
-Susi? O que faz acordada?
-Eu quem deveria te perguntar isso, aonde estava até essa hora?
-Estava em um show com a Manuela, não viu o bilhete que eu deixei? -Apontei para a geladeira, e vi que ela se sentiu culpada quando viu que o bilhete estava mesmo lá
-Eu não tinha visto...
-Susi, você tem que parar com isso! Sei que sou sua irmã mais nova, mas você tem que entender que eu já sou adulta! Não precisa se preocupar comigo, você já tem muito trabalho como minha assessora, eu sei me cuidar!
-Me desculpe Lorena, mas com os nossos pais em pé de guerra, eu... -Dizia preocupada. Eu a entendia, o relacionamento de nossos pais não era mais o mesmo. Eles brigavam com a frequência que respiravam, e acho que só se dirigiam a palavra quando o assunto envolvia a nós duas ou o trabalho, ou como hoje, quando saiam com os amigos e tinham que fingir uma coisa que não existia:
-Eles já voltaram do jantar? -Me apoiei na mesa, bem ao seu lado
-Já. Acordei quando eles desceram do carro brigando. Casamentos são uma droga! -Ela esmurrou a mesa. Me doía ver minha irmã daquele jeito, sabia que mais do que qualquer um, ela sabia o quanto um relacionamento poderia ser desastroso. Quando ainda morávamos em Madri, Susi conheceu um homem que tinha interesse em ser meu empresário. Após alguns meses de namoro, eles se casaram e pouco tempo depois se divorciaram, ela descobriu que ele a traia. Foram tempos difíceis.
-Há Susi, você não deveria dizer isso...
-Dizer o que? A verdade?
-Sabe, ainda acho que você vai encontrar um homem que vai derreter esse seu coração de pedra -Ri dela, enquanto enchia o meu copo com um pouco de água para voltar para o quarto- Aliás, quarta-feira teremos um convidado especial no teatro.
-Convidado especial? Quem?
-O cantor que eu fui ver hoje, Luan Santana.


Quarta-Feira


Não podia estar mais animada. Estava prestes a me apresentar mais uma vez no teatro municipal de São Paulo e o local não poderia estar mais cheio. Tudo bem que a peça não era um sucesso, mas graças a Deus estava sendo bem aceita pelo público. Faltava pouco mais de trinta minutos para a peça começar e enquanto isso, Manuela me ajudava a terminar minha maquiagem no camarim:
-Prontinho, o que você achou? -Manuela perguntou logo após ter terminado de fazer a maquiagem
-Ficou ótimo Manu! -Me olhava no espelho- Obrigada pela ajuda
-Não tem de quê! -Ela piscou
-Cinco minutos Lorena! -Minha irmã apareceu na porta gritando
-Tudo bem, eu já vou! -Me levantei da cadeira- Me deseje sorte -Olhei para Manuela
-Vai arrasar! -Ela sorriu. Tomando muito cuidado para não estragar ou sujar o figurino me dirigi para o palco, onde logo eu e mais seis pessoas começamos a nos apresentar. A peça era um romance dos anos sessenta, aonde eu fazia uma moça camponesa que se apaixona perdidamente por um dos filhos do rei. Um romance cheio de traições e inveja, algo clichê, mas o tipo de coisa que as pessoas paravam para ver. A peça tinha pouco mais de uma hora e meia de duração e ao término, agradecemos o público e voltamos para o camarim, para receber nossos familiares e amigos. Meus pais não haviam ido, não por falta de tempo ou complicações no trabalho, mas porque simplesmente eles odiavam o fato de eu ter escolhido ser atriz. No começo minha mãe me apoiava, mas atualmente é imparcial em relação a minha opinião e a de meu pai:
-Parabéns Lo, você humilhou lá em cima! -Manuela me abraçou orgulhosa
-Obrigada Manu 
-Ai meu Deus! -Ela falou de repente, desfazendo o abraço e olhando para frente assustada
-O que foi?
-O cantor gato e gostoso vem ai e não está sozinho, me liga falando o que aconteceu depois, beijos -Ela saiu de fininho, me deixando ali sozinha
-Lorena? -Ouvi uma voz me chamar, e quando me virei, vi Luan com um belo sorriso no rosto. Ao seu lado estava uma linda moça de cabelos loiros. Como eu ainda arrisquei pensar que um homem daqueles fosse solteiro?
-O... Oie Luan! -Nos cumprimentamos com um abraço- Fico feliz que tenha vindo
-Não poderia perder sua apresentação -Seu tom soou tão verdadeiro que me assustou- Há, lembra que eu falei que iria trazer uma pessoa comigo? -Ele olhou para a moça loira a seu lado
-Claro que lembro, sua namorada é linda
-Namorada dele? Não, felizmente eu sou a irmã -A moça se manifestou- Meu nome é Bruna, é um prazer conhecê-la Lorena -Ela estendeu a mão para mim- Adorei a peça
-O prazer é todo meu Bruna, me desculpe, eu pensei que...
-Tudo bem, é um erro comum -Ela riu amigavelmente 
-Luan me disse que você estuda teatro -Falei tentando sair de todo aquele embaraço 
-Sim, sabe espero um dia poder ser tão talentosa quanto você
-Tenho certeza de que será 
-Podemos combinar de nos encontrar qualquer dia desses? Adoraria saber mais sobre o assunto e receber algumas dicas suas
-Quando quiser 
-Luan, eu já vou indo, o Rafa está me esperando para irmos embora, mas uma vez, foi um prazer Lorena
-Digo o mesmo Bruna, até mais 
-E vá direto para casa! -Luan gritou para ela, enquanto saia do camarim fazendo cara feia para ele
-Sua irmã é muito simpática e me desculpe pelo mau entendido
-Imagina, tá tudo bem, você não sabia
-É que... Quando você disse que iria trazer uma pessoa com você, eu pensei que...
-Que traria uma namorada? -Ele riu- Digamos que no momento eu estou sozinho, então, minha última opção foi trazer minha irmã mais nova, não queria ser um lobo solitário na plateia 
-Desespero? -Brinquei
-Pode crer que sim kkkk E gostaria de te parabenizar, eu amei a peça 
-Sério?
-Lógico, romances acabam comigo, ainda mais quando envolvem mocinhas camponesas tão frágeis kkk 
-Obrigada. A peça tem uma produção pequena, mas esta rendendo bons resultados e...
-Com licença, você não é o Luan Santana? -Duas meninas se aproximaram de nós
-Sou eu mesmo
-Será que nós poderíamos tirar uma foto com você? 
-Claro 
-Será que você poderia tirar pra gente? -Uma delas me estendeu o celular e eu o peguei
-Há, tudo bem -As meninas se aconchegaram ao Luan de uma forma que ele mal parecia conseguir respirar e rapidamente eu tirei a foto
-Muito obrigada Luan -Elas beijaram o rosto dele e o abraçaram antes de tomarem o celular das minhas mãos e saírem dali felizes da vida. Tentamos retomar nossa conversa, mas depois que as pessoas perceberam que ele estava ali, ficou impossível. Uma multidão se formou ao redor dele, até seu segurança teve que comparecer e enquanto ele atendia aquelas pessoas, eu me afastei. Minutos se passavam e a situação só parecia estar mais fora de controle. Ao longe vi Susi me chamando, já estava tarde, então achei melhor sair sem me despedir mesmo. Enquanto me afastava, olhei para Luan no meio da multidão, mas ele nem pareceu me notar enquanto saia.
Quando cheguei em casa, encontrei meus pais na sala. Meu pai nada disse, mas minha mãe ainda foi gentil, perguntando como havia sido minha apresentação:
-Foi ótimo mãe, estava mais cheio do que da última vez -Disse 
-Que bom querida, o jantar está pronto, você não vai comer?
-Não, obrigada. Estou cansada, vou subir para descansar um pouco -Achei melhor sair logo dali e ir para um ambiente seguro, antes que minha irmã começasse a me atormentar pelo simples fato de eu ter ficado calada o caminho todo de volta para casa.

Depois do banho e de vestir minha camisola, me joguei na cama e comecei a refletir sobre o que havia acontecido. Por quê eu havia ficado tão chateada por não ter conseguido falar por mais tempo com Luan? Eu não tinha nenhum motivo para isso, mas... Fechei os olhos tentando afastar aqueles pensamentos, mas desisti quando meu celular começou a tocar. O número era restrito, mas achei melhor atender:
-Alô?
-Oi Lorena, sou eu, o Luan
-Luan? -Senti uma descarga de adrenalina percorrendo meu corpo- Como conseguiu meu número?
-Uma tal de Manuela me passou, disse que era sua amiga
-É sim -Me sentei na cama para ouvi-lo melhor
-Olha, me desculpe por mais cedo, não achei que aquilo fosse acontecer
-Tudo bem
-Não, não está nada bem, não conseguimos terminar nossa conversa
-Há, isso não importa Luan...
-Pra mim importa. Tenho a semana toda de folga, será que você poderia se encontrar comigo? Pra uma conversa entre dois amigos? -Suspirei alto antes de responder
-Eu adoraria.



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                       RECADINHO
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Oieeeee meninas! Td bem com vcs? Quarto capítulo postado! E ai, oq vcs acharam? Awwwwn, obg pelos comentarios de apoio dos últimos capítulos, prometo responder a todos! comentem muiiiito! Espero que vcs estejam gostando da fic.

PRÓXIMO CAPÍTULO: TERÇA-FEIRA (31/03) À PARTIR DAS 19:00 HORAS!!!



terça-feira, 24 de março de 2015

Capítulo 3 (Lorena)

Ian ainda me mantinha presa a parede, quando virou seu rosto para o lado para ver quem havia se intrometido na "nossa conversa". Seus braços estavam em meu campo de visão, por isso não consegui ver quem era:
-Eu disse para soltar a moça -A voz ameaçou novamente.
-Nós só estamos conversando -Ian disse o mais calmo que pôde
-Sabe, não é o que está parecendo. Seja gentil e solte a moça. -Desta vez, Ian recuou. Finalmente ele havia me soltado. Olhei para frente, e vi Luan parado com mais dois homens e uma mulher ao seu lado.
-Você está bem? -Luan perguntou lentamente. Com um aceno de cabeça, garanti que sim.
-Ei, estou te reconhecendo agora. Era você que estava se apresentando hoje -Ian o encarava. Luan deu de ombros, com um sorriso quase imperceptível no rosto.
-Já que sabe quem sou, acho que é melhor você se retirar -Uau, era incrível como ele mantinha o completo controle de sua voz
-Com muito prazer, vamos Lorena -Ian pegou em meu braço.
-Eu não vou com você! -Gritei tentando livrar meu braço
-Acho que você não está entendendo, se bem me lembro, eu pedi que você fosse embora, não a moça -Luan já parecia estar irritado com aquilo
-Afinal, quem você pensa que é? -Ian gritou para ele- Venha até aqui e resolva isso como um homem! Duvido que você vai querer sujar suas mãos! -Olhei apavorada para Luan, que fez um movimento ameaçando vir até nós, mas foi impedido por um homem moreno, alto, vestido em um terno preto.
-Ele não -O tal homem disse dando um passo a frente- Mas posso te garantir que eu adoraria sujar minhas mãos com você. Agora solte a moça e por favor se retire daqui, ou prefere que eu e meu amigo -Apontou para o outro homem -também vestido em um terno preto- ao lado de Luan- Lhe mostremos a saída? -Ian exitou por alguns segundos, antes de me soltar
-Isso não vai ficar assim Lorena! -Ele me encarou enfurecido, antes de seguir até a saída.
-Tudo bem com você querida? -A mulher que estava com Luan, se aproximou pegando em minha mão. Apesar de ter a pele muito bem cuidada, seus olhos não podiam esconder sua idade, ela deveria ter seus cinquenta e poucos anos.
-Estou sim, obrigada -Lhe dei um sorriso fraco
-Você está tremendo menina! Quer beber alguma coisa?
-Não, por favor, não precisa se incomodar, eu estou bem.
-Eu faço questão -Ela disse com um largo sorriso no rosto.

Nos minutos seguintes, já me via sentada no sofá do camarim de Luan, com a tal senhora procurando por algo no frigobar. Ainda a observava quando ela se dirigiu até mim, com um copinho de água:
-Tome querida -Ela estendeu sua mão para mim. O peguei e retirei o lacre, dando um gole- Se sente melhor?
-Muito, nem sei como agradecer.
-Imagine querida, por incrível que pareça, eu já tive sua idade, sei bem como são essas coisas -Ela ria- Meu nome é Arleyde-Ela estendeu a mão para mim novamente
-Prazer Arleyde, sou Lorena
-Belo nome -Ela piscou para mim- Olhe, vou ter que ir até ali arrumar algumas coisas antes de irmos, mas pode ficar a vontade, eu já volto, Luan te fará companhia -Nem deu tempo de falar nada. Ela saiu tão rápido daquela sala, que mal pude vê-la. Quando olhei para a porta, vi Luan parado diante dela.
-Lorena, não é? -Ele perguntou dando alguns passos em minha direção
-É, é sim.
-Eu sei que não é dá minha conta, e que não deveria ter interferido, mas seu namorado estava sendo um grosseiro com você -Ele dizia com horror
-Ele não é meu namorado, ele é meu ex-namorado -Expliquei
-Ex? -Luan arqueou uma sobrancelha para mim
-Sim. Nós terminamos á algumas semanas, e bem -Dei de ombros- Acho que ele não está aceitando muito bem o fim do relacionamento.
-Sinto muito.
-Por favor, não sinta.
-Você é aqui de São Paulo? Por que se quiser, alguns de meus seguranças podem te acompanhar até em casa...
-De verdade, não vai ser preciso. -Fiz uma pausa, tomando coragem para encara-lo- Obrigado por ter intervido, eu nunca vi Ian daquela maneira antes, não faço ideia do que ele poderia ter me feito.
-Foi um prazer ajudá-la -Me deu um sorriso simpático
-Eu sei que você deve ser muito oculpado, mas eu gostaria de convidar você e sua equipe, para assistirem a minha peça no teatro municipal na quarta-feira, é a única maneira que eu tenho de agradecer.
-Você é atriz? -Ele pareceu impressionado
-Sou sim -Baixei meu olhar tímida
-Eu tenho uma irmã que está estudando teatro. -Poderia estar errada, mas ele pareceu orgulhoso em dizer isso-Será que eu posso? -Luan acenou para a parte vazia do sofá ao meu lado
-Por favor. -Calmamente ele se sentou ao meu lado- Posso fazer uma pergunta?
-Claro.
-Você é cantor, sua irmã está estudando teatro... Então, você vem de uma família de artistas?
-Você realmente nunca ouviu falar de mim? -Ele arqueou uma sombrancelha me encarando
-Desculpe, não queria te ofender.
-Não ofendeu. É que isso é tão... Inúsitado. É dificil eu chegar a algum lugar aonde as pessoas não me conhecem. -Sem saber o que dizer, apenas dei de ombros e ele sorriu- Mas, respondendo sua pergunta, não, eu não venho de uma família de artistas, eu tive que ralar muito para chegar até aqui.
-Você é de São Paulo?
-Na verdade me mudei para cá com a minha família a alguns meses. Eu sou de Campo Grande.
-Eu também me mudei para cá a alguns meses.
-Mas você não me disse que era aqui de Sampa? -Ri da sua confusão
-E sou. -Coloquei uma meixa de cabelo atrás da orelha- Eu nasci aqui em São Paulo, mas ainda pequena, me mudei para Madri com meus pais. Minha mãe é de lá.
-Parece ter sido uma época legal.
-E foi -Ri sozinha com minhas próprias lembranças- Meu gosto pelo teatro só apareceu graças a minha avó, eu me lembro de acompanha-la nos ensaios, e mesmo ainda sendo criança, sabia que era aquilo que eu queria para minha vida.
-Seus pais devem ter orgulho de você, quer dizer, por seguir os mesmos passos da sua avó.
-Nem tanto. -O olhei e ele me encarava sério, e na hora me toquei de que havia acabado de conhecê-lo para falar tudo da minha vida assim- Mas enfim, você vai ver minha peça? Sinto que lhe devo isso.
-Quando é?
-Na quarta.
-Quarta? Que coincidência, estarei de folga. E é claro que eu irei.
-Ótimo -Sorri- Por favor, convide quem você quiser, inclusive a Arleyde e seus seguranças, que me ajudaram.
-Claro, a propósito vou levar minha... -De repente meu celular começou a tocar. O peguei, e quando vi o nome de Manuela na tela me assustei, havia me esquecido completamente dela.
-Com licença, é importante -Luan fez um maneio com a cabeça, como se indicasse que estava tudo bem.
-Lorena? Aonde você está? Está tudo bem?
-Calma Manu, eu estou bem.
-Desculpe o meu desespero, mas eu vi o Ian na saída da boate, e pensei que ele pudesse ter feito alguma coisa a você...
-Ei, está tudo bem, se acalme, por favor. O Ian me procurou sim, até tentou forçar uma conversa entre nós dois, mas eu recebi uma grande ajuda -Olhei de relance para Luan
-Aonde você está?
-Eu estou... Eu já estou indo para a saída, te vejo no carro?
-Claro, só me dê um minuto para me despedir do bofe maravilha que conheci aqui no show, não me deixe para trás! 
-Nunca. -Antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, ela desligou- Melhor eu ir, minha amiga está me esperando. -Me levantei do sofá olhando para Luan, em reflexo, ele se levantou no mesmo instante que eu
-Nos vemos depois? -Ele sorriu amigávelmente
-Claro, e por favor, agradeça a Arleyde mais uma vez por mim.
-Farei isso. -Acenti com a cabeça e caminhei até a porta, ciente de que ele ainda me observava.
-Lorena? -Ele me chamou e eu me virei para vê-lo- Até Quarta.
-Até Quarta Luan. 



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                       RECADINHO
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Boaaaa noiiite negaaas! Terceiro capítulo postado! \Õ/ Agora, quero que sejam sinceras... Oq estão achando da fanfic até agora? Huum, e o Luan mais a Lorena?? Será que ja pintou uma química? kkkkkk E perdão pelo que aconteceu no capítulo anterior, quando eu postei e vcs não estavam conseguindo acessar, meu PC estragou e estou postando os capítulos pelo cel, ai ja viram como é kkkk É isso, Comentem, critiquem, falem oq quiserem! Quem faz essa fic é vcs! 

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (28/03) A PARTIR DAS 19:00 HORAS!!!

sábado, 21 de março de 2015

Capítulo 2 (Lorena)

Devo admitir que o show de Luan era um espetáculo a parte. As músicas eram perfeitas, a maioria delas românticas, do jeito que eu gosto. Outra coisa que me chamou bastante a atenção foi a forma como ele dominava o palco, era como se ele tivesse a certeza de que exercia o controle sobre tudo. Tinha certeza que até o final do show, eu iria sair dali fã do trabalho dele. Como disse, tudo foi perfeito, tirando as vezes que me senti incomodada quando nossos olhares se cruzavam. Bem, talvez ele apenas tenha achado inusitado eu não ter o reconhecido mais cedo, quando nos esbarramos.
-Agora eu tenho uma pergunta muito séria pra fazer pra vocês -Ele disse no microfone, ficando bem na beirada do palco- Quem ai vai querer ser a minha donzela? -Mais uma vez as meninas que estavam a minha frente foram a loucura. Elas gritavam incansavelmente, e acenavam freneticamente para Luan, era como se estivessem dispostas a fazerem tudo para que ele as visse ali. Logo ele começou a cantar mais uma música linda, com uma batida contagiante, que me chamou bastante a atenção. Notei bem quando um sofá vermelho surgiu no palco carregado por dois homens -Provavelmente da equipe- Juro que não fazia ideia do que iria acontecer ali, mas provavelmente seria interessante. Quando a voz de Luan deu espaço apenas para os instrumentos, ele acenou na minha direção, como se me convidando para subir ao palco. Olhei ao redor e vi que a maioria das pessoas me observava, até mesmo as meninas que antes gritavam loucamente a minha frente, agora me olhavam com certo rancor:
-Acho que o cantor gato quer que você vá até lá Lorena -Manu me olhava feliz da vida
-Manu...
-Vai logo amiga! -Ela me deu um empurrãozinho, me fazendo ficar mais próxima do palco, onde dois homens, que tinham o nome LUAN SANTANA escrito na camiseta me ajudaram a subir. Eu não podia acreditar no que estava prestes a fazer, e pior, eu não tinha ideia do que iria acontecer comigo. Logo que subi no palco, Luan veio ao meu encontro me receber. Primeiro ele pegou em minha mão, e depois me cumprimentou com um beijo no rosto.
-Vem minha donzela -Ele me conduziu até o tal sofá vermelho. Primeiramente ele se sentou, e depois bateu a mão em seu colo, como se indicasse que eu tinha que me deitar ali. O olhei confusa, aquilo era absurdo. Lembrei que ainda estávamos no show, e mais do que depressa me sentei ao seu lado, e antes que pudesse contestar qualquer coisa, ele me puxou pelo braço me fazendo deitar em seu colo. Meus longos cabelos loiros se espalharam pelo seu jeans, e me olhando sério, como se pedisse permissão para alguma coisa, ele começou a acariciar meu rosto e meus cabelos, enquanto continuou a cantar a música. Eu fiquei tão nervosa, que nem consegui tirar meus olhos dos seus, muito menos prestar atenção no que ele cantava. E para piorar a situação, ele parecia muito perto, mais perto do que o necessário. Depois do que pareceu uma eternidade, ele me inclinou para que eu me sentasse novamente no sofá, ele se levantou e com uma enorme facilidade me puxou pra junto dele. Com a velocidade que as coisas aconteceram, minhas mãos foram parar em seu peito, enquanto eu o senti colocar uma de suas mãos em minha cintura. Começamos a dançar calmamente, enquanto eu ainda o ouvia cantar perto do meu ouvido. Ele parou de repente, se virando para o lado e pegando um buque de rosas das mãos de um homem que se encontrava ao nosso lado, e que depois de realizar sua tarefa, saiu apressadamente do palco. Luan voltou seu olhar para mim, me encarando profundamente:
-Pra você minha donzela -Ele me estendeu o buquê, com um belo sorriso em seus lábios
-Obrigada -Murmurei baixinho quando o peguei
-Obrigado viu linda? -Luan falou no microfone, enquanto me dava um rápido abraço. Só então eu percebi que a música havia acabado. Um homem moreno e alto me pegou pelo braço me puxando para longe de Luan. Achei seu ato grosseiro, se me pedissem para sair, eu teria saído, mas sabia que em certas ocasiões isso deveria ser preciso. O homem me levou para o canto do palco, e pediu a dois homens que estavam lá em baixo para que me ajudassem a descer:
-Well, ajuda a moça a descer com cuidado ai -Luan dizia no microfone, enquanto se aproximava de nós. O palco era bem alto, mas com a ajuda dos seguranças, logo estava no chão- Ei moça -Estava passando pela grade, para voltar para perto do público, quando me dei conta de que ele estava falando comigo- Tá tudo bem? Tudo certo? -Levantei a mão e com o polegar indiquei que estava tudo em ordem. Sei que ele disse mais algumas coisas antes de começar a cantar a próxima música, mas já no meio da multidão não consegui ouvir nada.
-Ai meu Deus! São de verdade? -Manu se aproximou tomando o buque das minhas mãos e o levando próximo ao nariz- Sim, são de verdade! É melhor por em um vaso com água antes que murchem -Ela riu- Como foi deitar no colo daquele homem gostoso? -Manu já não media muito bem as palavras sóbria, alcoolizada então ela era um perigo
-Não acha que já bebeu demais por hoje? -Cruzei os braços a olhando séria
-Não seja careta Ló! -Fez cara feia pra mim, me entregando o buquê logo em seguida- Só estou me divertindo! E você deveria se divertir também! Se eu fosse você, teria agarrado o cantor gatão lá encima do palco -Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios. Revirei os olhos
-Definitivamente você não está bem. Vamos embora?
-Não -Fez bico- Podemos ficar até o final do show? Por favor Ló, já deve estar acabando
-Tá bem
-Só vou pegar mais uma cervejinha tá? -A olhei incrédula- Eu prometo, é a última! -Ela gritou enquanto sumia na multidão. Permaneci aonde estava, olhando a maneira como Luan dedilhava seu violão e cantava mais uma música linda. Vi também as meninas a minha frente chorando, elas não tiravam os olhos dele, nem por um segundo. Olhei para as rosas em minhas mãos e caminhei até elas, decidida a fazer a coisa certa. Elas deveriam estar em um grupo de oito pessoas:
-Oie -Disse sem jeito
-Oi -Disseram
-Deve estar feliz por ter sido a donzela -Uma delas comentou apontando para meu buque
-Na verdade, não tanto quanto vocês ficariam -Estendi o buque para elas- Quero que fiquem com isso, sei que deve ter muito mais valor para vocês do que tem para mim
-Sério? -Elas me olhavam espantadas. Era como se aquilo fosse bom demais pra ser verdade
-Sério -Sorri- É de vocês agora
-Muito obrigada
-Obrigada -O sorriso em seus rostos eram contagiantes
-Imaginem, não foi nada... -Do nada, senti alguém me segurar forte pelo braço, interrompendo minha conversa.
-Eu preciso muito conversar com você -Aquela voz. Mas do que por imediato eu a conheci, e senti uma pontada em minha espinha, meu corpo todo congelou
-Eu não tenho nada pra falar com você Ian -Era o meu ex-namorado
-Você não, mas eu tenho -Ele agarrou meu braço e me puxou para o lado do palco, para o corredor que eu havia entrado antes. Caminhamos um pouco, até que depois de estarmos bem longe de tudo e de todos:
-O que você pensa que está fazendo? Me larga, você está me machucando! -Relutei e ele me soltou
-Eu quem devia estar perguntando isso! Que diachos você está fazendo aqui? -Ele me encarava furioso
-Eu vim ver um show com a minha amiga, não pode? E afinal, quem te disse que eu estava aqui?
-Alguém tem que avisar a Manuela pra parar de ficar postando todo tipo de merda que ela vai fazer no facebook! -Ele levantou seu celular me mostrando a foto que ela havia tirado de si mesma, em frente ao espelho do banheiro da minha casa. Com a seguinte legenda "#Partiu #CitibankHall #Luan Santana #CantorGatão noite animadíssima com a gatissíma da Lorena! Bora com tudo!" - Bem, pelo menos serviu para que eu pudesse te encontrar... -Ian disse sério, colocando seu celular de volta no bolso do seu jeans
-Eu não devo satisfações a você, e se não se lembra, nós terminamos!
-Só por que você quis!
-Ian, você me traiu! E não foi uma vez, foram três vezes! Três! Eu cansei disso! Cansei de você e das suas mentiras! -Em um momento de furia, ele me prenssou contra a parede, me mantendo entre seus braços
-Eu já me arrependi! Além disso, eu não consigo ficar sem você, preciso que volte pra mim!
-Eu não vou voltar com você! Nem agora nem nunca! Me solta Ian, eu vou gritar!
-Não vai nada, eu te conheço! -Seus olhos azuis e intensos me fuzilavam, e eu senti um medo que nunca havia sentido antes, ele parecia fora de si, coisas horríveis pareciam passar por sua cabeça- Você é minha Lorena, você sabe disso -Ele plantou um beijo suave em meu pescoço, enquanto eu lutava para empurra-lo- Meus pais estão viajando, vamos pra minha casa, vamos esquecer isso tudo, tudo bem? -Ele aproximou seu rosto do meu, tentando me beijar
-Não Ian! Para!
-Ei você, solta a moça! [...]



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                    RECADINHO
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Olá neguxas! td bem com vcs? Como prometido, aqui esta o segundo capítulo! O que acharam da Lorena ter sido a garota donzela? E pelo jeito parece que esse Ian vai dar trabalho né? Quem vcs acham que apareceu pra ajudar a Lô?
Comente muiiito, critiquem, deem a opinião de vcs, que logo, logo tem mais!

PRÓXIMO CAPÍTULO: TERÇA-FEIRA (24/03) À PARTIR DAS 19:00 HORAS!!!!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Capítulo 1 (Lorena)

Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados, não sabe o quanto eu sou grata pelo nosso pequeno infinito .
A Culpa é das Estrelas
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6 Anos Atrás...

-Vamos Lo! -Malu insistia- Te prometo que vai ser divertido!
Estava deitada em minha cama, repassando alguns textos do trabalho desanimadamente, espantada por ver o quanto minha amiga conseguia ser insistente.
-Não estou no clima.
-Lorena, já faz duas semanas! Até quando vai continuar assim? Sinto muito ter que te dizer isso, mas a vida continua! Eu sinto muito pelo o que aconteceu entre você e o Ian, mas...
Finalmente levantei meu olhar para ela. Eu odiava aquele nome. E odiava ainda mais a pessoa por trás dele.
-Malu! -A repreendi- Não quero falar sobre isso, ok?
-Tá, tá, me desculpe! -Levantou as mãos em defensiva- Deve ter sido um saco as coisas terem acabado assim entre vocês...
-Manu, ele me traiu! -Larguei o que estava fazendo e me sentei de frente para ela- O que você queria que eu fizesse? Que o perdoasse, de novo? Eu já dei uma chance a ele, e ele a jogou fora! Como se não tivesse aprendido nada com a primeira vez!
-Sabe que vi ele no começo da semana, não sabe? -Me olhou atenta
-Fiquei sabendo.
-E também deve saber que ele está louco para poder conversar com você.
-Não faz a menor diferença, desde que eu não queira conversar com ele também, ele não pode fazer nada.
-Ele me disse que estava arrependido do que fez. Sabe, por um momento tive pena dele.
-Malu, você deveria ter pena de mim!
-E eu tenho! É por isso que estou aqui, te convidando para ir a um show no Citybank Hall hoje comigo! Por favor Lorena, pelos velhos tempos! -Juntou as mãos me implorando- Sem contar que vai ter muitos gatinhos por lá -Piscou para mim
-Um "gatinho" -Fiz aspas com as mãos- É tudo o que eu menos quero agora, pode ter certeza.
-Tá bem, eu tentei -Manu se levantou da cama- Sabe, me dói te ver assim
-Há Manu, não foram apenas dois dias, foram dois anos juntos.
-E infelizmente, teve que acabar da maneira mais dolorida possível, não foi mesmo? -Ela se sentou novamente na cama comigo. Colocando sua mão sobre minha perna, tentando me consolar.
-Nos últimos dias, ele não tem parado de me mandar mensagens e telefonar, isso me assusta, é como se ele estivesse me perseguindo.
-Falou sobre isso com seus pais ou até mesmo com a Susi? -Poderia, mas não mencionei nada. Meus pais estavam quase sempre ocupados com o emprego, e minha irmã, bem, por ser minha assessora, ela quase sempre estava preocupada comigo. Tudo o que eu não queria agora, era arrumar mais um motivo para isso. No fim, todas aquelas mensagens e ligações poderiam não significar nada, talvez fosse apenas resultado de sua insistência, ou tentativas frustadas de conseguir manter contato comigo. Mas se ele estivesse tentando chamar minha atenção, estava conseguindo.
-Não -Respondi depois de um tempo- Não acho que seja necessário. -Vi Manu olhar para o relógio em seu pulso- Pode ir, eu vou ficar bem.
-Tem certeza que não quer ir?
-Tenho. Eu seria uma pedra no seu sapato.
-Tá -Ela se levantou indo até a porta- Só acho que isso vai deixar o Ian bastante feliz, de algum modo, ficar em casa é uma garantia de que você ainda está sofrendo com o rompimento, enquanto ele pode estar por ai, pegando todas -Enquanto ela abria a porta para sair, refleti sobre aquilo.
-Manu? -Gritei seu nome, e no mesmo instante ela voltou seu olhar para mim- Mudei de ideia, eu vou com você.

Depois de remexer o guarda-roupas todo.Finalmente escolhi. Optando por um saia preta, e uma camisa de manga longa branca, um pouco transparente, que deixava um pouco a mostra o sutiã preto que usava por baixo. Calcei uma sandália de salto. Penteei meus longos fios de cabelos loiros os deixando soltos e fiz uma rápida maquiagem: apenas uma sombra clara, um pouco de rímel nos cílios e batom vermelho -nada muito elaborado.
Meus pais haviam saído para jantar fora. E Susi havia se retirado para o quarto bem cedo, provavelmente vencida pelo cansaço. Deixei um recado na geladeira. E depois de entrar no carro com Manu, seguimos para o CityBank Hall.

O lugar estava bem agitado, cheio de pessoas. Demos sorte em conseguirmos os ingressos. Estavam quase todos esgotados. E pelo movimento, tinha certeza que dali a mais alguns minutos se esgotariam completamente. Acabamos ficando na pista, como Manu mesma dizia, tinha mais emoção. Eu concordava, apesar de nunca ter sido muito chegada em lugares muito cheios. Por sorte, conseguimos ficar bem perto do palco. A nossa frente, havia várias meninas com faixas na cabeça e segurando alguns cartazes, gritando incansavelmente para que o ídolo subisse ao palco. Um cantor sertanejo, muito famoso e uma das maiores promessas dessa nova geração -Segundo Manu- Se apresentaria ali hoje. Ela não mencionou o seu nome. Esteve ocupada demais flertando com alguns rapazes que passavam por nós nesse momento. Eu adorava sertanejo, era um dos meus ritmos preferidos. O que talvez conseguisse me animar um pouco. 
O show começaria dali a alguns minutos, e depois de tomar alguns drinks, Manu começou um bate-papo interminável com dois rapazes que estavam logo atrás de nós. Um deles até tentou puxar conversa comigo, mas eu não estava com cabeça para conversar com ninguém agora. Pedi licença a eles e disse a Manu que iria ao banheiro. Vi um pequeno corredor ao lado do palco e caminhei até ele. Na verdade, o corredor era enorme, com várias portas por ele. Continuei a caminhar, o som das pessoas se distanciando a cada passo. Corri os olhos por todas as portas, mas não achei nada que indicasse que houvesse algum banheiro por ali. Estava distraída, olhando para os lados, quando ao virar em outro corredor, acabei esbarrando em uma pessoa:
-Ai, me desculpe, eu não vi você -Disse automaticamente. Só depois que levantei meus olhos para observar minha "vítima", foi que me dei conta do quão bonito ele era.
-Não precisa se desculpar, eu também vinha caminhando distraído -Um rapaz, aparentemente não muito mais velho do que eu, apesar da barba por fazer, respondeu. Ele usava jeans, uma camiseta branca estampada e uma jaqueta com as mangas dobradas, por cima. De tênis all star e com aquele sorriso aberto, por um momento ele me pareceu bem convidativo- Está perdida?
-Na verdade eu não sei -Ele riu da minha resposta- Estava procurando o banheiro feminino e acabei vindo parar aqui.
-Então acho que você está mesmo perdida. Essa área é credenciada, apenas pessoas com autorização podem entrar.
-Não vi nenhum segurança. -O rapaz deu de ombros.
-Veio ver o show? -Perguntou me olhando, e em seu tom de voz, não consegui encontrar nenhum vestígio de que ele estivesse flertando comigo.
-Na verdade, vim mais para acompanhar minha amiga.
-Ela é fã?
-Fã?
-É. 
-Há, você diz do cantor que vai se apresentar?
-Não o conhece? -Aquilo pareceu ter sido quase um insulto a ele
-Não, como te disse, vim apenas acompanhar um amiga, não faço ideia de quem vá se apresentar hoje. Mas minha amiga disse que ele é bom. -No mesmo instante, um grande sorriso surgiu em sua face.
-Ela disse isso?
-Também disse que ele é o maior gato, e devo admitir que isso já é o suficiente para ela. -Ele riu.
-Não acho que ele seja tão gato assim.
-Trabalha com ele?
-Pode se dizer que sim -Colocou as mãos nos bolsos de trás da calça. Por um momento, ficamos em silêncio.
-Acho melhor eu voltar para lá -Disse apontando na direção que a multidão estava- Minha amiga deve estar preocupada -Disse me afastando dele
-Você não me disse seu nome -Perguntou. A voz calma.
-Lorena. Lorena Montillo.
-Luan. Luan Rafael -Ele sorriu, estendendo sua mão para me cumprimentar- Foi um prazer esbarrar com você Lorena -Mais uma vez me perguntei se ele estava flertando comigo. Assenti com a cabeça e ele soltou minha mão.
-Mais uma vez, me desculpe -Disse me virando para sair dali.
-Não foi nada. -O encarei rapidamente, antes de voltar para junto de Manu, que parecia ter ficado mais alegre desde que havia saído. A banda já estava posicionada no palco, fazendo seu aquecimento, e apesar de o cantor ainda não estar ali, as meninas a minha frente não paravam de gritar. Não consegui entender o real motivo daquilo. Alguns instantes depois, um homem com microfonone, subiu ao palco, pensei que fosse o artista que iria se apresentar hoje, mas ao perceber que a gritaria havia parado, logo deduzi que estivesse errada:
-Boa noite São Paulo! Boa noite Brasil! -Gritou no microfone. E todos ali presentes gritaram de volta- É com imenso orgulho, que o CityBank Hall, mais uma vez tem a honra de anunciar mais um recorde de público da casa com ele, Luan Santana! -Anunciou saindo do palco. Mais uma vez, as meninas foram a loucura, juntamente com todo o resto do público. Várias pessoas passaram correndo por mim, tudo para conseguir ficar o mais perto possível do palco. Os gritos eram tão intensos que a única coisa que consegui ouvir, foi o som da banda ao fundo, e depois de fogos explodirem encima do palco, finalmente o tal cantor surgiu no palco cantando, sob os atentos olhares de todos. As luzes não me permitiam ver seu rosto direito, e só quando ele veio para a frente do palco o reconheci. Era o rapaz com o qual havia esbarrado mais cedo no corredor. Por sorte, eu não havia dito a ele nada de mais, apenas o que Manu me dissera em relação a ele ser um gato. Mas aparentemente, ele já estava acostumado com esse tipo de assedio. Ainda o observando, fiquei assustada com a rapidez que nossos olhares se cruzaram. [...]



*******

Oieeee Negas! E ai, o que acharam do primeiro capítulo da nossa fanfic? Eu espero do fundo do meu coração que vcs tenham gostando, juro que estou me dedicando ao máximo para que ela seja o mais perfeita possível para vcs!
Como vcs escolheram na enquete, os capítulos serão postados as terças e sábados, no período da noite. 
Comentem, critiquem, digam oq quiserem! 

PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO (21/03) ÁS 19:00 HRS

sábado, 14 de março de 2015

PRÓLOGO

Luan havia acabado de sair do banho, e agora se arrumava para ir para a cerimônia que se realizaria em homenagem a Lorena em algumas horas. Depois de vestir uma calça jeans, uma camisa cinza que ela amava e calçar sua bota coturno, caminhou novamente até o banheiro, e olhando no espelho, deu uma ajeitada no cabelo que ainda estava molhado. Voltou para o quarto, seu olhar logo encontrou o porta-retratos sobre o criado mudo ao lado da cama, que continha uma foto dela. O pegou e se sentou na beirada da cama, observando cada detalhe daquela imagem. Era incrível como seus cabelos loiros e seus olhos azuis ainda o tocavam, ele ainda podia sentir a maciez de seus lábios e o cheiro de sua pele. Como ele a havia amado. Quem poderia dizer que desde que tudo aconteceu, já se haviam passado quatro anos. Quatro anos de muita saudade e de muita dor. Ela prometeu que nunca o deixaria, mas de certa forma, não havia conseguido cumprir com o combinado. Ele não a culpava, ela havia sido uma guerreira, havia lutado até o fim. Ás vezes se perguntava se o que aconteceu a ela foi uma fatalidade, ou se estava destinado a acontecer. Ele não sabia. O que sabia é que jamais sentiria de novo por outra pessoa, o que havia sentido por ela. Tudo havia sido tão puro, tão verdadeiro, que chegou a pensar muitas vezes, se aquilo não seria um sonho perfeito do qual nunca gostaria de acordar, mas não, ela era real. Quando fechava os olhos, podia ouvir aquela risada gostosa que só ela tinha, das brincadeiras dos dois correndo pela casa, e que quase sempre terminavam no quarto. No quarto que ele estava agora. Se lembrava também, claramente da maneira como ela deitava em seu peito, depois de terem feito amor durante horas, e da forma como ela o olhava e sussurrava que ele era o homem mais perfeito do mundo, e de ele sorrindo e dizendo que ela era a pessoa mais suspeita para dizer isso. Nossa! como eles haviam vivido dias perfeitos juntos, a vida tinha mais cor ao lado dela. Mas toda aquela alegria e irreverência que só ela tinha, a forma como ela fazia os problemas do mundo parecerem mais simples, tudo o que havia de bom nela, foi tirado com o tempo por aquela maldita doença. Ele estava ao lado dela quando o médico lhe avisou da existência da doença, e adivinhem, era incurável. O que mais lhe doía, era não poder fazer nada por ela, ver a cada dia que se passava, a doença tomar conta daquela menina adorável pela qual ele havia perdidamente se apaixonado, como nunca pensara que fosse se apaixonar por alguém -Nem que seria possível amar tanto uma única pessoa- tudo o que ele podia fazer, era permanecer ao seu lado, e incentiva-la a continuar lutando. Lutando por ele. Ele não conseguia imaginar a vida sem ela. E ela lutou. Lutou por ele. E pela filha dos dois. Apesar de tudo, os dois ainda conseguiram ter lindos dias juntos, com certas limitações, claro, mas ao lado dela, tudo se tornava mais bonito. Luan saiu de seus pensamentos por um instante, quando ouviu a porta do quarto rangir:
-Papai? -Era sua filha, Nicole. De apenas quatro aninhos
-Oi filha -Colocou o quadro, com a imagem voltada para baixo sobre a cama. Não queria que a pequena soubesse o que ele esteve fazendo nos últimos minutos. A filha ainda o olhava curiosa, sabia que alguma coisa seu pai estava fazendo. Talvez soubesse. Era tudo o que ele vinha fazendo nos últimos meses. Luan parou por um instante, e se permitiu observar aquela linda criança por alguns segundos. Ele e Lorena com certeza haviam criado a criatura mais linda do mundo juntos. Seus olhinhos verdes e o cabelo castanho claro, como o mel, faziam com que ela lembrasse muito a mãe. E sempre que a olhava, sentia como se sua amada ainda estivesse ali, de certa forma, olhando aquela fofura também. Talvez esse tenha sido o principal motivo dele ter se distanciado dela quando bebê. Não que ele não a amasse, no momento, ela era o motivo pelo qual ele se mantinha vivo. Mas por sentir uma injustiça enorme quando completava esse gesto. A primeira vez que segurou a filha, foi quando ela completou três meses de vida.
-O que o senhor estava fazendo? -Deu curtos passinhos até Luan. Que ficou orgulhoso em ver o quanto ela havia crescido. Avaliou a forma como a filha estava vestida e percebeu que seu vestido branco de bolinhas pretas, não combinava em nada com a botinhas rosas de borracha, próprias para dias de chuva.
-Sua tia te deixou usar essas botas? -Perguntou sério a encarando. Ela não respondeu nada, apenas cruzou as mãozinhas sem jeito, rodando o corpo sem sair do lugar- Quer saber, acho que está linda assim -Sorriu, lembrando da maneira como Lorena se vestia bem, sempre na moda, e em como brincava que nossa filha seria descolada como ela, que teria sua própria personalidade e tals. Ele concordava, apesar de saber que não deveria apoiar todos os caprichos da filha
-A tia Bruna me mandou ver se o senhor já estava pronto -Se aproximou colocando suas mãozinhas nas pernas do Luan, um pouco acima do joelho
-Diga a sua tia Bruna, que eu já vou descer, estou terminando de me arrumar, mas, só tem um problema...
-Qual papai? -Nicole perguntou curiosa
-Acho que o monstro da cócegas não vai te deixar levar o recado -Luan lançou um sorriso sapeca para a filha
-Não papai! -A pequena Nicole tentou correr, mas antes que conseguisse, Luan pegou em seus bracinhos e a puxou deitando na cama, enquanto fazia várias cócegas na filha, que não parava de rir- Para papai! Para! -Pedia rindo. Luan parou por um momento, olhando bem em seus olhinhos, uma certa melancolia o havia acabado de invadir. De novo.
-Tudo bem, o monstro vai te deixar ir, mas com a condição de que troque essas botas -Ele a ajudava a descer da cama
-Tudo bem senhor monstro, vou trocar minhas botinhas -Sorriu alegre para o pai, enquanto saia em disparada em direção ao seu quarto, que ficava bem ao lado, e que havia sido decorado como Lorena sempre sonhou, com a cor rosa por todos os lados. Ela amava Rosa. Talvez tivesse aprendido a gostar do vermelho também, por causa dele. Pegou o porta-retratos novamente, e insistiu em olha-lo. Ver a filha correndo daquela maneira, o fez pensar o quanto Lorena também era cheia de vida, e de como tudo foi tirado dela da maneira mais brutal possível. Sabia que nunca se acostumaria com a ideia de não tê-la mais por perto, nem sabia se um dia iria se conformar. Nos últimos anos, só Deus sabe o quanto ela fez falta na hora de ajudar na criação de Nicole, não havia sido fácil para ninguém cuidar de um bebê recém-nascido, Luan nem podia se colocar como vítima nesse ponto, já que sempre esteve ocupado demais viajando e fazendo seus shows, para que pudesse dar do bom e do melhor para a filha. Só foi perceber que nem conforto, nem presente nenhum poderia suprir a saudade que a filha sentia, quando aos dois anos de idade, ela lhe perguntou porque ele quase nunca estava em casa. Isso partiu seu coração, sentiu como se não conseguisse fazer nada direito sem Lorena -Ela sempre sabia o que fazer- mas desde aquela época, suas atitudes haviam mudado, e percebeu que tudo o que a filha queria, era que ele estivesse em casa quando ela fizesse alguma coisa errada e ele lhe desse alguns "Não! não pode fazer isso Nicole", queria apenas que ele a ajudasse a crescer. Várias outras lembranças invadiram-lhe a memória, e olhando sua imagem, percebeu que havia conseguido segurar as pontas por muito mais tempo do que esperava sem ela.



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RECADINHO
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Oieeeeeeee gente! Tudo bem com vocês? Demorei, mas estou de volta! E desta vez com tudo! 
E ai, sentiram saudades? Mas eu senti kkkkkk E então, curtiram o PRÓLOGO da nova fanfic? O que acharam? Ainda não posso adiantar muitas coisas, só posso dizer que tenho planos diferentes para essa fic, quero escrever coisas que nunca escrevi antes e conto com a ajuda de vocês para isso. Quero que suas opiniões estejam sempre presentes, para que consigamos escrever JUNTOS uma fanfic cada vez melhor! 
Confesso que estava pensando em começar a postar só no começo de Abril, mas acho que já perdemos tempo demais e eu já tenho um bom número de capítulos escritos. Provavelmente, o primeiro capítulo será postado na quarta-feira -Para que eu consiga avisar todos os leitores até lá- mas gostaria muiiiito que vocês respondessem as enquetes que tem ali ao lado, no cantinho do blog  para me ajudar →
quero que vocês me digam os dias em que querem que eu poste os capítulos (Lembrando que serão 2 por semana) e o horário (tarde ou noite), lembrando que a enquete só vai até a segunda-feira!!!
Quem quiser saber mais sobre a fanfic ou quiser fazer perguntas, pode me adicionar no FACEBOOK ► https://www.facebook.com/natalia.aparecidamarquesmartins ◄ ou me seguir no TWITTER DO FÃ CLUBE ► https://twitter.com/Fc_NegasDoLS ◄
Interessados, que querem ser avisados pelo twitter, podem se inscrever na LISTA DA FANFIC ► https://twitter.com/Fc_NegasDoLS/lists/fic-chuvas-de-arroz ◄ e quem preferir participar do nosso GRUPO NO WHATSAPP, é só deixar o número aqui nos comentário, que adicionarei todos o mais rápido possível! 
Acho que é isso, qualquer recadinho, volto aqui pra avisar vocês kkk E não se esqueçam, O PRIMEIRO CAPÍTULO DA FANFIC CHUVAS DE ARROZ SERÁ POSTADO NA QUARTA-FEIRA (18/03) e eu espero, do fundo do meu coração, que vocês a curtam, assim como eu estou curtindo escrever.
Beijos e abraços, 
Natalia Aparecida.

PERSONAGENS

(Luan)

(Lorena)

(Manuela)

(Susi)

(Ian)


(Bruna)

(Amarildo e Marizete -Pais do Luan e da Bruna)

(Ester e Olavo -Pais da Lorena e da Susi)


OBS.: Ao longo da história, mais personagens podem surgir, os aqui apresentados, são apenas os mais importantes da trama.